Ataque a Kadafi chega ao impasse.

As tropas da guerrilha continuarão sendo massacradas.

A revista alemã Der Spiegel entrevistou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, e as respostas do dinamarquês mostram quão precária é a situação da entidade no que diz respeito à Líbia. França, Estados Unidos e Reino Unido iniciaram os ataques à Líbia, depois perderam legitimidade sozinhos e a Otan assumiu a operação.

Agora, Muammar Khadafi escondeu seus tanques em áreas civis, o que torna a zona de exclusão aérea ineficaz ou perigosa para a população civil. Sem tropas terrestres dentro da Líbia, e com a possibilidade de armar os rebeldes ainda sendo estudada, a Otan pouco pode fazer e o impasse está criado. Como mostram as respostas de Rasmussen, a Otan está contra a parede, a ponto de o secretário-geral continuar fazendo apelos, que beiram o surreal diante do comportamento e do histórico de Khadafi, para o próprio ditador da Líbia:

Spiegel: Essa guerra pode ser vencida sem tropas terrestres?
Rasmussen: A resposta honesta é que não há solução militar para esse conflito. Precisamos de uma solução política, e é a população líbia que precisa chegar a uma. Podemos apenas pedir para a liderança em Trípoli colocar um fim em seus atos de violência, para dar a seu povo seus direitos legítimos e permitir uma transição pacífica para a democracia. Por José Antonio Lima, do blog o Filtro, de Época.

Na primeira aula de estratégia militar, no Exército, aprendemos que artilharia e aeronáutica são úteis para reduzir recursos do inimigo e cortar linhas de reabastecimento. Mas domínio territorial é conseguido apenas por tropas de infantaria. Se os europeus não estiverem dispostos ao sacrifício de tropas terrestres, Kadafi vai continuar mandando por um longo tempo na Líbia e nos seus recursos naturais.