Quanto falta para chegarmos à qualificação “República de Bananas”?

sangue

Os últimos episódios deixam um travo amargo de que o padrão institucional do País está mesmo sendo rebaixado no dia a dia. Primeiro a Polícia Federal invade o Senado com um mandado de primeira instância e prende funcionários da segurança. Depois, o presidente do Senado apelida o Ministro da Justiça como “chefete de polícia”. E um juiz de primeira instância como “juizeco”.

E, ato contínuo, o ministro Gilmar Mendes – aquele mesmo que enterrou a regulamentação da profissão de jornalista e praticamente anulou a Lei da Ficha Limpa – afirma que as prisões preventivas da Operação Lava-Jato precisam terminar. E lamentou a banalização da presença da Polícia no Congresso.

Enquanto isso, estudantes ocupam escolas de ensino médio e superior e, pasmem, sofrem repressão das polícias no sagrado âmbito da universidade.

Todos estão certos, por seu turno, mas todos estão ao mesmo tempo errados.

A banalização é dos costumes, da ação política espúria, da corrupção desenfreada. Como aquelas pequenas republiquetas da América Central, onde no século passado tínhamos um golpe por semestre e um novo ditador, o País chegou de repente à beira da convulsão social.

Somos mais discretos, não pegamos em armas, mas estamos a um passo de cometer um suicídio social de proporções, ao par de uma recessão econômica de proporções inéditas e um desemprego que pode atingir mais de ¼ da população economicamente ativa.

Brasil, não mostre a sua cara, ela está prestes a se tornar uma carantonha de faces horrendas e o sangue dos justos e dos incautos está prestes a correr pelas ruas.