Em uma entrevista, em 1998, Saramago disse que não tinha tempo para pensar na morte porque tinha muitas coisas que lhe faziam viver.
E que não flertava com arrependimento: “Se tivesse que reviver tudo de novo, mesmo com o que há de triste, de mal, de feio, ainda assim, viveria tudo de novo”.
Saramago , Nobel de Literatura, era filho e neto de pais e avós paupérrimos e analfabetos. Uma prova de que a educação tudo pode.
Li pouco Saramago. O cenário em sua leitura é mumificado, as palavras dissecadas, uma a uma, numa perfeição entediante. José Saramago, desaparecido ontem, aos 87 anos, foi, antes de escritor, um parceiro dos seus leitores, partilhando com eles o ato de imaginar. Os bons escritores morrem felizes: deixam a palavra como testemunho de um tempo e um imenso arsenal de equipamentos, ferramentas e softwares para que seus contemporâneos e as gerações futuras possam imaginar. E a imaginação é onde o homem transcende à sua natureza animal.
Washington Araújo, autor das frases grifadas no início deste post, escreveu longo artigo no “Diário Liberdade” chamado “O Homem que dizia não”. Leia a íntegra do artigo: Continue Lendo “Os bons escritores morrem felizes.”
