Acabou o episódio dos navios iranianos em Paranaguá.

Partiram, ontem, com cerca de 100 mil toneladas de milho brasileiro, exportado para o Irã, depois que a Petrobras adiou o seu abastecimento por 50 dias.

A teimosia da Petrobras, temerosa de sofrer sanções do bloqueio norte-americano, em não abastecer os navios, deixou ao menos uma certeza: não teremos mais a ureia do Irã – um dos três macronutrientes mais usados na lavoura, principalmente no milho, arroz e trigo – e perderemos os clientes iranianos para a venda do cereal.

A diplomacia brasileira virou um saco de gatos raivosos, mas ainda vai piorar muito. Aguardem.

Equador admite ter cortado acesso de Assange à internet

Suécia pede formalmente para Equador interrogar Assange
Julian Assange, o fundador do WikiLeaks –AFP/Arquivo

O governo do Equador admitiu hoje (19) que foi o responsável por cortar o acesso à internet do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que está refugiado em sua embaixada em Londres. A informação é da Agência Ansa. O WikiLeaks é uma organização sem fins lucrativos, sediada na Suécia, que publica, em sua página na internet, postagens de fontes anônimas.

O Ministério das Relações Exteriores do Equador informou que desativou “temporariamente” a rede usada por Assange, depois de o WikiLeaks divulgar no fim de semana uma nova série de documentos secretos, alguns dos quais sobre a candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton. Ontem (18), o WikiLeaks havia levantado a suspeita de que os Estados Unidos teriam pressionado o Equador para tirar o acesso de Assange à internet e impedir que osite investigativo publicasse mais relatórios sobre Hillary.

A democrata lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições norte-americanas de novembro, nas quais enfrentará o magnata Donald Trump, que concorre pelo Partido Republicano.

Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres há quatro anos e teme ser extraditado para os EUA, onde pode ser processado por espionagem e condenado à prisão perpétua. Da Agência Brasil.

Puxa! Que maçada! Logo agora que o Assange ia revelar detalhes escabrosos sobre as aventuras de Clinton no Salão Oval.

Dona Dilma vai engolir o desaforo britânico?

O desaforo britânico, a mando dos Estados Unidos, retendo no aeroporto de Londres, o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista americano Glenn Greenwald, com quem vive no Rio de Janeiro, não deveria ficar incólume. Greenwald é o jornalista que publicou o maior escândalo da política internacional dos últimos 100 anos, com dados fornecidos por Edward Snowden, denunciando o controle norte-americano sobre a internet.  Dona Dilma deveria ameaçar com retaliações prontas e decididas, principalmente porque diz respeito a liberdade de informação e prisão indevida de um cidadão brasileiro.

Em branco, os países que nunca foram invadidos pelo imperialismo inglês.
Em branco, os países que nunca foram invadidos pelo imperialismo inglês.

O imperialismo britânico tem exemplos hilários ao longo da história. Contam os historiadores britânicos que a rainha Vitória nunca se convenceu de que a toda poderosa Marinha de Sua Majestade não podia bombardear a Bolívia. O pequeno país latino-americano tinha dado alguns pontapés no embaixador britânico, humilhando publicamente um representante do mais poderoso império do século XIX. Em quaisquer outros países com as costas para o mar, a marinha inglesa teria reduzido a entulhos as sedes do governo, se é que pouparia o próprio país como um todo das represálias pesadas a uma humilhação do gênero.
Ocorre que, para castigar exemplarmente a Bolívia, as forças britânicas teriam de atravessar alguns países, como o Chile, o Peru e até o Brasil. Haveriam que pedir licença, o que dificilmente lhes seria concedida; ou declarar guerra à América Latina como um todo para atingir a Bolívia. Não havia, em suma, como reagir à altura. Conta-se então que a rainha Vitória teria pedido um mapa-mundi e, com caneta imperial, riscou a Bolívia do mapa das Américas. Dali em diante a Bolívia não existiria.

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Dilma vira o jogo nas relações com o Irã.

Durante o encontro com a base aliada, hoje (24), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff voltou a criticar a prática de apedrejamento de mulheres, usada no Irã. Dilma se referiu ao ato como “degradante”.

A presidenta já havia criticado o Irã na entrevista que concedeu ao jornal norte-americano Washington Post,no ano passado, logo após ser eleita.

A declaração teria desagradado o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Recentemente, o porta-voz de Ahmadinejad, Ali Akbar Javanfekr, esteve no Brasil para tentar uma aproximação com Dilma e evitou falar no assunto. No entanto acabou admitindo que o presidente iraniano considera a presidenta “mal informada” sobre a sentença aplicada no caso da iraniana Sakineh Ashtiani, que esteve no corredor da morte, após ter sido acusada de adultério e da morte do próprio marido.

Aos deputados, Dilma disse que o Brasil precisa cuidar primeiro dos seus problemas em relação aos direitos humanos, antes de pensar nas violações que ocorrem em outros países.

Nesse contexto, de acordo com o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), a presidenta teria citado a fome como uma violação de direitos. Dilma também ressaltou que é adepta da “cultura da paz” e que é necessário respeitar a cultura de outros países. Da Agência Brasil.