O valente Sarney do lado de lá

Você, caro leitor, que viveu os anos de chumbo, não deve perder o artigo “O valente Sarney do lado de lá”, do jornalista Luiz Cláudio Cunha, no portal do Jornal Já. Veja trecho e leia a íntegra clicando no link.

“Pego em flagrante delito como defensor do indefensável, o senador José Sarney, presidente do Congresso Nacional, esperou calado até a véspera da audiência na Justiça paulista para externar sua repulsa à condição de testemunha de defesa do coronel da reserva do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Como major, nos anos chumbados do Governo Médici, Ustra criou e comandou no II Exército de São Paulo o DOI-CODI da rua Tutóia, ganhando por merecimento a condição de símbolo vivo da repressão mais feroz da ditadura — o regime que Sarney defendia sem rebuço, como cacique do partido dos militares, a ARENA. Se não apoiava, Sarney nunca expressou publicamente esta suposta contrariedade. Permaneceu corajosamente silente.”

O processo contra Dilma: guerrilha tinha armamento ultrapassado.

Pára-quedista alemão em Creta, 1941. Ele está armado com um fuzil Mauser Kar 98.

A primeira notícia extraída do processo aberto pela ditadura contra Dilma Rousseff na década de 70,  documentos que estavam trancados num cofre do STM (Superior Tribunal Militar), revela que o arsenal da VAR-Palmares, para o qual Dilma Rousseff tinha o código de acesso, era uma brincadeira de criança.

Quem já atirou com fuzis Mauser e metralhadoras INA sabe que na época já eram armas antigas e de baixíssima confiabilidade. No golpe de 64, o Exército distribuiu para fazendeiros, comerciantes e homens de confiança as carabinas de repetição Winchester (38) e CBC, com coronha de nylon, calibre 22. O exército no entanto já recebia no final dos anos 60 o FAL – Fuzil Automático Leve, de projeto belga, uma arma até hoje respeitada pela precisão, capacidade de penetração e confiabilidade no manejo.

O arsenal de Dilma incluía: 58 fuzis Mauser, 4 metralhadoras Ina, 2 revólveres, 3 carabinas, 3 latas de pólvora, 10 bombas de efeito moral, 100 gramas de clorofórmio, 1 rojão de fabricação caseira, 4 latas de “dinamite granulada” e 30 frascos com substâncias para “confecção de matérias explosivas”.

Sempre entendemos que a Oposição não deveria bater na tecla da Dilma guerrilheira, como de fato não o fez. Ela foi, nessa época, uma heroína ao seu modo, embalada nos seus sonhos de juventude e disposta a tudo, inclusive a largar a família de fartos recursos, para enfrentar a luta contra uma ditadura cruel.