Banco Central anuncia hoje a nova taxa SELIC

Brasil, paraíso do rentismo.

A dívida pública do Brasil alcançou esta semana 4,1 trilhões de reais. Como somos mais ou menos 210 milhões de pessoas, se dividirmos a conta chegaremos à conclusão que cada brasileiro, de mamando a caducando, deve cerca de R$19.523,00.

Queira ou não queira o gentil habitante, do Chuí ao Monte Roraima, vai ter que trabalhar para pagar o serviço dessa dívida, os juros e as prestações que vencem diariamente, a maioria delas em títulos do tesouro.

Em 2017, a dívida per capita do brasileiro era de US$ 5,7 mil (cerca de R$ 18,2 mil).

Dívida Pública Federal (DPF) é a dívida contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do Governo Federal, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, assim como para realizar operações com finalidades específicas definidas em lei.

Os juros podem baixar para 5% ao ano, como estava previsto na reunião do COPOM desta terça-feira, 29.

Hoje, quarta-feira, será anunciado a taxa do chamado “Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”.

Se toda a dívida caísse para essa taxa de juros, pagaríamos “apenas” 205 bilhões de reais por ano.

Mas a história não é bem assim: o serviço da dívida custa hoje à Nação algo em torno de R$550 bilhões por ano e subindo. Aí está o grande déficit fiscal brasileiro e não na aposentadoria dos pobres.

Países ricos

Países onde as dívidas por habitantes são as maiores:

Japão: US$ 85,7 mil por habitante

Irlanda: US$ 67,1 mil

Cingapura: US$ 56,1 mil

Bélgica: US$ 44,2 mil

EUA: US$ 42,5 mil

Canadá: US$ 42,1 mil

Itália: US$ 40,5 mil

Islândia: US$ 39,7 mil

Áustria: US$ 38,7 mil

Reino Unido: US$ 36,2 mil.

Dívida pública sobe R$12 bilhões só em maio.

O reconhecimento de juros fez a Dívida Pública Federal (DPF) subir 0,67% em maio. De acordo com dados do Tesouro Nacional divulgados há pouco, o estoque da DPF passou de R$ 1,734 trilhão em abril para R$ 1,746 trilhão no mês passado.

O reconhecimento de juros ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar é incorporada gradualmente ao valor devido. No caso de um investidor que comprou um título por R$ 100 com correção de 12% ao ano, ele receberá R$ 964 ao final de 20 anos. Essa diferença é incorporada mês a mês ao total da dívida pública.

A dívida pública mobiliária (em títulos) interna subiu 0,73%, passando de R$ 1,653 trilhão para R$ 1,665 trilhão. Apesar de o Tesouro ter resgatado R$ 6,14 bilhões em títulos a mais do que emitiu, a dívida mobiliária aumentou por causa da incorporação de R$ 18,3 bilhões em taxas de juros.

A alta só não foi maior por causa da dívida externa, que apresentou queda. No mês passado, a dívida pública externa caiu 0,64%, encerrando maio em R$ 81,08 bilhões. A queda ocorreu apesar da alta de 0,42% do dólar em maio porque o estoque da dívida em moeda estrangeira foi reduzido.

Você aí, caro leitor, que mora na Vila Muriçoca, Assentamento Rio de Ondas, Santa Cruz e Mimoso 2, saiba: o Governo brasileiro fez, em nome de cada um, inclusive em nome da sua mulher e de seus filhos, uma dívida de R$9 milhões. Dá pra pagar ou vamos ter que buscar sua bicicleta por conta?