Empreiteiras doam fortunas a Dilma e Aécio. Quem paga? O contribuinte.

Reportagem de Carlos Madeiro, do UOL, onde o leitor pode ver a reportagem completa.

As empreiteiras investigadas na operação Lava Jato da Polícia Federal doaram quase R$ 98,8 milhões aos dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno das eleições, no dia 25 de outubro. A prestação de contas final foi divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite desta terça-feira (25).

A presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) foi a que mais recebeu dinheiro das empresas, ao todo de oito construtoras sob investigação: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Engevix, Galvão Engenharia, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. O total chegou a R$ 64.636.179,25.

As maiores doações foram da Andrade Gutierrez –R$ 21 milhões– e da OAS, que doou R$ 20 milhões.

Aécio Neves (PSDB) recebeu pouco mais da metade de seis construtoras: Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Somadas as doações, foram doados ao candidato R$ 34.170.000. A Andrade Gutierrez foi também a campeã de doações ao tucano, repassando R$ 19 milhões.

Para chegar ao cálculo, a reportagem somou os valores doados diretamente na conta do candidato e aqueles feitos ao comitê único financeiro, que também recebe doações. Foram consideradas ainda doações feitas em nome de empresas subsidiárias das empreiteiras

Ao todo, a campanha de Dilma prestou contas que recebeu R$ 350.836.301,70, com superavit de R$ 261.238,06, que será repassado à direção nacional do PT.

O candidato do PSDB, por sua vez, gastou R$ 223.475.907,21 e arrecadou R$ 222.925.853,17. Um saldo negativo de R$ 550.054,04. De acordo com a legislação eleitoral, as dívidas devem ser assumidas pelos partidos.

Em respostas enviadas ainda no primeiro turno, as direções dos partidos PT e PSDB afirmaram que as doações recebidas eram legais, contabilizadas e não haveria qualquer irregularidade. As construtoras também alegaram que é praxe fazer doações a candidatos e também afirmou não haver irregularidades no repasse de dinheiro aos candidatos.

Mais de R$ 200 mi aos partidos

Além das doações diretamente aos candidatos, os partidos também foram contemplados com doações volumosas das empresas investigadas, conforme prestação final de contas dos diretórios nacionais. Ao todo, as construtoras envolvidas no escândalo doaram R$ 207 milhões.

O partido que mais recebeu foi o PT, com R$ 56 milhões doados, seguido pelo PSDB, com R$ 52 milhões; PMDB, com R$ 41 milhões; e PSB, com R$ 13 milhões.

Dois pesos, duas medidas

Números do TSE mostram que empresas com negócios na Petrobrás deram 26% a mais de recursos para Aécio Neves. E agora? Como diz Dona Dilma, pra mim é propina; pra ele é contribuição de campanha.

O leitor vai entender melhor ao ler o artigo de Paulo Moreira Leite, em seu blog. Clique no link.

Doações para presidenciáveis já ultrapassam R$22 milhões

3-candidatos

Os três principais candidatos na disputa à Presidência da República declararam ter recebido doações que somam cerca de R$ 21,821 milhões. Relatório com as declarações de doações foi publicado na noite desta quarta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Líder nas pesquisas de intenção de votos, a presidente Dilma Rousseff (PT) aparece no topo das lista e declarou ter recebido R$ 9,639 milhões. Pela relação apresentada, os maiores doadores individuais de sua campanha foram o frigorífico JBS, que contribuiu com quase metade do total (R$ 4,5 milhões), em seguida vem a Ambev (CRBS S/A), com R$ 4 milhões.

Segundo nas pesquisas, o candidato Aécio Neves (PSDB) declarou ter recebido até agora R$ 8,111 milhões, mas apenas um doador aparece de forma explícita: a Construtora OAS, com R$ 1 milhão. Os demais doadores são identificados apenas como “comitê financeiro nacional” e “direção nacional. Por sua vez, Eduardo Campos (PSB), terceiro colocado nos levantamentos de intenção de votos, registrou ter recebido no total R$ 4,071 milhões. Ele também não apresenta a identificação dos doadores.

Com um valor longe da casa do milhões de reais aparecem os candidatos considerados nanicos. Luciana Genro (PSOL) declarou ter recebido R$ 96.637,65; José Maria (PSTU) R$ 38.304; Levy Fidelix (PRTB) R$ 31.250; Mauro Luis Iasi (PCB) R$ 16.600 e Eymael (PSDC) R$ 15.000. No caso dos candidatos Eduardo Jorge (PV), Pastor Everaldo (PSC) e Rui Costa Pimenta (PCO) não é possível identificar os doadores no sistema do TSE. Ao fazer a busca dos três, aparece apenas a mensagem “não foi encontrado nenhum resultado”.

A prestação de contas divulgada hoje é apenas uma primeira parcial. Uma segunda deverá ser anunciada até o dia 2 de setembro. A prestação de contas final ocorre após as eleições de outubro e deve ser feita no dia 4 de novembro. (Agência Estado)

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