O escândalo da advogada bonita que conviveu com os lados obscuros do Poder.

Christiane: uma linda mulher, encontros em apartamento com caixas cheias de dinheiro, um ex-delegado que tinha mais de 250 imóveis em Brasília, a proximidade com o núcleo duro do poder. São os ingredientes desta história apimentada que demonstra os subterrâneos mais infectos do Poder.

Quer ver a íntegra da reportagem da Veja sobre o escândalo das relações da Máfia do Distrito Federal, com próceres do Governo do PT? O pivô do caso são as relações incestuosas da advogada Christiane Araújo de Oliveira com o poder e com a máfia que roubou R$ 1 bilhão do Governo do DF, segundo cálculo conservador do Ministério Público Federal. Acesse no site Prosa e Política de Adriana Vandoni. A conclusão a que se chega é de que nada disso poderia passar despercebido para o ex-presidente Lula da Silva, nem à então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Veja o trecho:

” Com Dilma eleita, a advogada foi nomeada para integrar a equipe de transição de governo. Foi exonerada depois da descoberta de que ela fora processada por participação na máfia dos sanguessugas, que desviava verba do Ministério da Saúde destinada à compra de ambulâncias. Coube a um compungido Gilberto Carvalho demiti-la. “Sinto muito”, disse Carvalho à amiga em lágrimas.”

A matéria é de autoria de Rodrigo Rangel e Hugo Marques.

Veja o que foi comentado aqui, quando dizíamos, em dezembro de 2009, que “rouba-se como nunca em Brasília”. Na época, fonte do Governo do DF nos avisou que faltavam imóveis em Brasília que, comprados na planta, por preço bem menor, geravam um lucro de mais de 100% quando os prédios estavam prontos. Era a maneira como os ladrões do DF lavavam parte do dinheiro roubado, através do financiamento de novos empreendimentos e a posterior venda com lucro “fictício”.

430 milhões de reais: esse é o tamanho do roubo de Durval Barbosa.

Deu no blog do Ricardo Noblat:

“Segundo delegados e procuradores que participaram da Operação Caixa de Pandora – a que revelou o Mensalão do DEM e levou para a cadeia o ex-governador José Roberto Arruda –, Durval Barbosapode ter desviado do governo do Distrito Federal durante os governos de Roriz e de Arruda mais de R$ 430 milhões.

Parte desses recursos teria sido distribuída a aliados dos dois ex-governadores e outra parte teria ficado com o próprio Durval, o autor das gravações que abateram Arruda e seus aliados e só agora começam a atingir a turma de Roriz.”

A porção à vista da sujeira do Distrito Federal.

Quem acredita que toda a sujeira ocorrida no Distrito Federal durante o Governo Arruda, com início nos governos de Joaquim Roriz, está em fase de lavagem final, engana-se. Paralelamente, existe um universo de romance policial barato, com saunas, procuradores públicos, malas de dinheiro, hackers, blogueiros e jornalistas. Quem quiser saber mais sobre toda esta história, tem que acessar os blogs do jornalista Roberto Kuppe e do Congresso em Foco. Ali conta-se como o MP do DF contaminou-se com a sujeirada toda e com a montanha de dinheiro que passava pelas mãos de Durval Barbosa. Ninguém é inocente nos escuros sepulcros caiados de Brasília.

Situação de Arruda é desesperada

Águas Claras (DF) – Jornalistas fazem plantão em frente à residência oficial do governador do Distrito Federal. Hoje os dirigentes do DEM devem reunir-se para tomar uma decisão sobre a desfiliação de Arruda. Desfiliado, vai ser difícil Arruda resistir no Governo. O caminho talvez seja o mesmo do episódio do painel do Senado, quando renunciou ao mandato para não ser cassado. As máquinas que aparecem em frente à residência oficial fazem parte da maior obra que o GDF está realizando: a Linha Verde, que adicionará 6 novas pistas à ligação de Taguatinga com o Plano Piloto (Estrada Parque Taguatinga-Guará EPTG.

Pressionado internamente, o comando nacional do Democratas prepara a desfiliação e futuramente a expulsão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). Acusado de coordenar um suposto esquema complexo de corrupção, Arruda vai se explicar amanhã, às 14h, à cúpula de seu partido sobre as denúncias. Ele passou este domingo telefonando para os colegas de partido.

“Existe um fato e denúncias. Contra fatos e denúncias o combate são fatos e não versões. É assim que funciona. Vamos dar ao governador o espaço que ele precisa para se explicar. Mas o clima de desconforto é grande. Aguardamos a defesa dele, mas grande parte do DEM pensa na desfiliação e até na expulsão”, disse à Agência Brasil o senador Demóstenes Torres.

Demóstenes contou que Arruda passou o domingo conversando, por telefone, com cada integrante da executiva nacional do DEM. Nas conversas, o governador tentou explicar as imagens em que aparece recebendo dinheiro do então assessor Durval Barbosa.

Segundo o senador, Arruda afirmou que as imagens são do período da sua campanha de 2006, quando recebia recursos para repassar aos que trabalhavam com ele. De acordo com as explicações do governador, tudo foi relatado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e também ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No Twitter, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avisou que se for constatada irregularidade, haverá punição.

“O Democratas não vai se portar como o PT. Se houve erro, haverá punição de acordo com o que uma democracia prevê. O Democratas exige seriedade sempre. Não vamos empurrar nada para baixo do tapete. São denúncias graves”.

Outros líderes do DEM ouvidos pela Agência Brasil afirmaram que a tendência na legenda não é favorável a Arruda, mas que aguardam as explicações do governador para evitar possíveis injustiças.

Foto: Elza Fiúza/ABr – Com informações de Renata Giraldi e Luciana Lima, da ABr