A Economia Chinesa: caindo, mas não ao ponto de preocupar

chinaCrescimento atinge ponto mais baixo em cinco anos, mas a produção industrial está em ascensão. É o que The Economist afirma hoje.

Segundo a revista, a economia chinesa desacelerou para 7,3% de crescimento depois de 12 meses no terceiro trimestre, deslizando abaixo da meta oficial de 7,5%. Para a maioria dos países, o crescimento acima de 7% seria um triunfo raro. Para a China, é o mais fraco desempenho da economia desde as profundezas da crise financeira mundial no início de 2009.

“Isso não deve ser motivo para alarme”, dizem os editores da Revista. “A economia é de 50% maior do que era há cinco anos, então alguma desaceleração é natural. Além disso, o crescimento mais lento é em parte o resultado da política do governo para conter os níveis de dívida, que se tornaram arriscadas.”

A economia chinesa está profundamente relacionada com o Agronegócio brasileiro, em especial com os cultivos do Oeste baiano. Uma queda nas importações chinesas seria uma má notícia para os produtores de soja. Aliás, a cotação leguminosa deu saltos, no pregão noturno e também no diurno, em Chicago, com variação positiva de até 20 centavos de dólar por bushel, cerca de 60 centavos de real por saca de 60 kg.

As razões da alta nas cotações

Segundo analistas internacionais ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, esses preços mais baixos tornam-se mais atrativos para os compradores. “Nós temos visto bons volume de soja sendo embarcados nas últimas semanas. O mercado realmente quer essa soja e está brigando por ela”, disse o editor sênior e analista de mercado do portal Farm Futures, Bryce Knorr.

Desde o início do ano, os preços da soja recuaram cerca de 27% diante das expectativas de uma grande safra nos Estados Unidos, estimada pelo USDA em seu último boletim de oferta e demanda, na casa de 106,88 milhões de toneladas. No entanto, as condições de clima nos Estados Unidos das últimas semanas provocaram um atraso significativo na colheita dessa produção.

Chuvas excessivas impediram o avanço dos trabalhos de campo e, segundo dados do último reporte de acompanhamento de safras divulgado pelo departamento norte-americano, até o último domingo (19), apenas 53% da área de soja no país já haviam sido colhidos. A média para esse período, porém, é de 66% e as expectativas do mercado variavam de 55 a 60%.

 

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E se a China quebrar? O Oeste baiano fecha?

O senador Demóstenes Torres publica um pequeno comentário, hoje, no blog de Ricardo Noblat, em que faz referência a um eventual período de estagnação da economia chinesa, que cresce hoje a razão de dois dígitos ao ano. E mostra como o País está despreparado para um cataclismo dessa proporção:

“A infraestrutura é caótica, a mão-de-obra não se modernizou e há 4 milhões de jovens fora da escola”, diz o Senador.

Veja a íntegra da nota:

A entrada da China na Organização Mundial do Comércio completou dez anos e ainda se comemora o continente de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes à disposição dos negócios. Claro que os meios de sobrevivência ali deixam grande parte sem poder de consumo, mas é uma potência.

Suas relações bilaterais com o Brasil estão se transformando em dependência, a ponto de um resfriado chinês chegar aqui como a nova versão da peste bubônica.

Por enquanto, os números de Pequim são saudáveis, mas com fortes indícios de serem inflados. O PIB, que tomou do Japão o segundo lugar no mundo, cresceu 10,3% em 2010 e 9,2% em 2011, o dobro da ascensão tupiniquim.

O gigantismo explica por que grande parte do planeta, inclusive o Brasil, resiste à quebradeira na Europa com a mesma placidez que tornou marola o tsunami norte-americano. E se os pontos na escala Richter fossem nos balancetes da China?

É preciso se preparar para o baque, pois a explosão de uma eventual bolha chinesa atingiria os sete mares e outros nunca dantes navegados. Nossas reservas cambiais, 300 bilhões de dólares (as chinesas são 11 vezes maiores), virariam pó de traque, porque o país não fez o necessário. A infraestrutura é caótica, a mão-de-obra não se modernizou e há 4 milhões de jovens fora da escola. Publicado no blog de Ricardo Noblat.

Pois se a China quebrar, o Oeste da Bahia fecha em uma semana. E o último que sair deve apagar a luz. O País não pode e não deve continuar sustentando sua economia apenas em commodities. Precisa de educação, pesquisa e inovação tecnológica. Sempre cito aqui o exemplo: por que devemos pagar por um pendrive o mesmo preço que a China paga por uma saca de soja? Não temos tecnologia para fabricar um pendrive?