Davi Alcolumbre (sentado) é cercado por Renan Calheiros e Kátia Abreu durante sessão tumultuada no plenário do Senado — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Se a maioria dos brasileiros, na sua faina diária pela sobrevivência, não sabe os desmandos que acontecem em Brasília, as vezes o monstro devorador emerge da terra e mostra sua cara ruim para quem quiser ver.
O vexame que aconteceu ontem à noite no Senado Federal, a câmara legislativa mais elevada do País, é a prova cabal de que estamos de fato entregues à sanha de politiqueiros da mais baixa extração.
Renan Calheiros, experimentado político, chegou a ameaçar outro senador, Tasso Jereissati, de literalmente sair no braço.
A jornalista Vera Magalhães, do Estadão, faz um resumo do quid pro quo:
“Roubo de pasta, quase agressão, senador que se recusa a deixar a Mesa, senador que manda chamar a polícia legislativa pra colega. Seria engraçado se não fosse trágico. Governo sem nenhum controle aqui dentro.”
Nesta madrugada, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a eleição para presidente do Senado seja feita por meio de votação secreta. Ele atendeu a um pedido feito pelos partidos Solidariedade e MDB.
Na eleição da Câmara, o PT pediu a CPI do Queiros e Lula Livre.
Na Câmara Federal, o profilático deputado Rodrigo Maia foi reeleito, em primeiro turno, para o seu terceiro mandato, inclusive com alguns votos do PT.
Após a cerimônia de posse dos deputados eleitos para a 55ª legislatura da Câmara, realizada na manhã deste domingo, os partidos se movimentam para a eleição da Mesa Diretora, que é composta pela Presidência, duas vice-presidências, quatro secretarias e igual número de suplências. Todos terão mandato de dois anos. A votação, no Plenário Ulysses Guimarães, está marcada para as 18 horas.
Até agora, quatro parlamentares registraram candidaturas à Presidência da Casa: Arlindo Chinaglia (PT-SP), com apoio do PT, do PSD, do PR, do PDT, do Pros e do PCdoB (bancada de 180 deputados); Chico Alencar (Psol-RJ), candidato oficial pelo Psol (5 deputados); Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apoiado por PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PTN, PMN, PRP, PEN, PSDC e PRTB (218 deputados); e Júlio Delgado (PSB-MG), com apoio do PSB, do PSDB, do PV e do PPS (106 deputados). O prazo final para o registro das candidaturas na Secretaria-Geral da Mesa (SGM) se encerra às 17 horas.
Sérgio Reis, um dos novos deputados que renova o plenário da Câmara.
Dos 513 deputados federais que tomaram posse, às 10 h, 198 assumem o mandato pela primeira vez. Dos outros 315 que estarão tomando posse, 289 foram reeleitos e 26 foram deputados em outras legislaturas, sem ser a que se encerrou ontem (31).
João Leão, eleito vice-governador da Bahia, passa o bastão para o filho, Cacá Leão, que teve expressiva votação no Oeste baiano
Os nomes para os demais cargos devem ser definidos na reunião de líderes, que começa às 14h30, para os partidos ou blocos decidirem quais cargos ocuparão na Mesa Diretora, de acordo com a proporcionalidade partidária.
Os deputados terão até as 13h30 para registrarem a formação de blocos parlamentares na Secretaria-Geral da Mesa. O primeiro deles já foi registrado e reúne PMDB, PP, PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS e PEN, somando 205 deputados. Outro bloco foi anunciado ontem, com PSB, PSDB, PPS e PV (106 deputados). Da Câmara, editado por este jornal.