Barraco leve no Senado: Sarney é contido por Collor para não agredir Demóstenes.

A discussão que quase virou briga aconteceu quando Sarney sugeriu a inversão de pauta de votação sobre a regulamentação da Emenda 29.
Irritado, Demóstenes Torres disse que não permitia que palavras usadas por Sarney na reunião que firmou o acordo fossem utilizadas para justificar a aprovação do requerimento.
– É burlar, de maneira torpe, o entendimento (de colocar a regulamentação da Emenda 29 em votação) – disse Demóstenes.
– Estou cumprindo o regimento – rebateu Sarney, mandando que a palavra “torpe” fosse retirada das notas taquigráficas.
Sarney estava na Mesa e Demóstenes embaixo, no plenário. Visivelmente descontrolado, Sarney desceu da Mesa acompanhado do senador Fernando Collor (PTB-AP) e partiu em direção de Demóstenes.
-Você me deve desculpas! Você me respeite! – esbravejou Sarney para Demóstenes, de dedo em riste e sendo contido por Collor para que não avançasse mais.
Demóstenes ouviu calado.
– Eu ia falar o quê para um homem de 80 anos? Ele sabe que está errado. Mas para voltar a ficar bem com o governo resolveu ajudar no tratoraço da Emenda 29 que ele mesmo colocou em votação semana passada, deixando a base em uma saia justa – disse Demóstenes.

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou para a sessão desta quarta-feira (7) a votação da regulamentação da Emenda Constitucional 29 (PLS 121/2007). O projeto, do ex-senador Tião Viana (PT-AC), assegura recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde vindos da União, dos estados e dos municípios.

Deputados rejeitam novos impostos para Saúde.

Por 355 votos favoráveis, 76 contra e 4 abstenções foi aprovado, ontem, na Câmara Federal, o destaque do DEM que retira do projeto de lei que regulamenta a Emenda 29 a base de cálculo da Contribuição Social para a Saúde (CSS), criada pelo projeto de regulamentação da matéria.

A proposta segue agora para apreciação do Senado em função de o projeto original ter sido apresentado pelo então senador Tião Viana (PT-AC), atual governador do Acre. Mas os senadores não podem incluir no projeto uma nova base de cálculo ou um novo imposto para a saúde.

A saúde do Brasil não é um problema de verbas. É problema de gestão e de roubalheira exagerada. É só prender e, não necessariamente, bater forte em alguns dos presos para acabar com o escândalo da saúde brasileira.