Empreiteiros dormem em colchões no chão na PF. Um final-de-semana inesquecível.

Foto A Tarde/UOL
Foto A Tarde/UOL

Entre o fim da noite de sexta-feira e este sábado, o vice-presidente da construtora Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, e os dirigentes da Camargo Corrêa, Dalton dos Santos Avancini e João Ricardo Auler, se apresentaram à Polícia Federal em razão de prisão decretada durante a etapa da Operação Lava-Jato intitulada “Juízo Final”. São, portanto, 22 os presos até agora.

Os executivos da Camargo Corrêa apresentaram-se em São Paulo, no fim da manhã de hoje. Eles tiveram prisão temporária decretada e não foram localizados pela Polícia Federal (PF) ontem.

Os dois foram encaminhados de avião para Curitiba, sede das investigações e ações penais decorrentes dos inquéritos policiais. Avancini é diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações S/A. Auler preside o conselho de administração da empreiteira.

Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, que se entregou à PF no fim da tarde de ontem, cumpre prisão preventiva e pode responder ao processo atrás das grades. Seus advogados buscam obter habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região (Sul) para suspender a detenção cautelar.

Os executivos presos são suspeitos de envolvimento em esquema de pagamento de propinas com recursos supostamente desviados de contratos com a Petrobras. Leia a íntegra da matéria de André Guilherme Vieira e Marcos de Moura e Souza, do jornal Valor Econômico.

Conforme o prometido, investigações continuam.

Um dia após a deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse, hoje (15), em entrevista na sede da Presidência da República em São Paulo, que a Petrobras “não pode e não vai parar”, apesar do escândalo de corrupção que envolve a empresa. “Se por um lado as investigações tem que prosseguir, de outro lado, a Petrobras não pode parar”, disse o ministro.

Ele ressaltou que conversará com a presidenta da empresa, Graça Foster, para que “se tenha clareza” sobre a forma como o governo atuará com relação aos contratos firmados entre a Petrobras e as demais empresas envolvidas na investigação de corrupção. “A Petrobras não parará, continuará atuando e a lei será respeitada. A melhor defesa que precisamos fazer da Petrobras, que é uma empresa vital para o país, é investigar os fatos, apurar as ocorrências e punir pessoas”.

Entre 5 e 6 mil manifestam-se contra o Governo

Entre 5 mil e 6 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), concentraram-se neste sábado (15) em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) onde fecharam todos os sentidos da Avenida Paulista. Eles pediram o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A manifestação foi acompanhada por mais de 500 policiais militares.

Em sua maioria, os manifestantes vestiram camisas nas cores verde e amarelo e seguravam bandeiras do Brasil gritando “fora PT”. A maior parte deles fez uma caminhada pela Avenida Paulista em direção a Praça da Sé.

Cinco trios elétricos foram parados em frente ao Masp e dividiram os manifestantes. Em minoria, alguns manifestantes defenderam a ditadura militar e, em outro grupo, pessoas que se manifestaram contra a ditadura e defendiam a democracia. No entanto, esse grupo que reuniu a maioria dos manifestantes, pediu a anulação das eleições.

O período da ditadura militar durou 20 anos (1964-1985) e ficou conhecido como “os anos de chumbo”. Os militares e civis que aderiram ao golpe de 1964, perseguiram, torturaram e mataram estudantes, artistas, jornalistas, políticos e qualquer pessoa que fosse contrária ao regime. Os direitos civis foram cassados pelos generais presidentes e o Congresso foi fechado. Os perseguidos foram obrigados a deixar o país para não sofrerem as consequências do regime militar.

Em Brasília, colégio eleitoral que votou majoritariamente com a Oposição, apareceram 400 gatos pingados para protestar.