A liderança do Brasil no ranking mundial de produção e exportação de café tem exigido dos cafeicultores brasileiros novos avanços na mecanização e manejos alternativos de pragas.
O assunto foi pauta do Encontro Técnico do Café realizado entre os dias 11 e 12 de abril no campo experimental da Fundação Bahia em Luís Eduardo Magalhães, Bahia. Promovido pela Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia – ABACAFÉ, em parceria com a Fundação Bahia, Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia – AIBA e demais entidades, o encontro reuniu cafeicultores do oeste baiano, consultores e área técnica.
Para o vice-presidente da ABACAFÉ, Glauber de Castro, encontros de promovem a melhoria da atividade de cafeicultura sempre são bem-vindos. “É preciso trabalhar com uma cafeicultura cada vez mais sustentável a partir da estruturação do solo e de novas alternativas de manejo. O mais importante é a qualidade do café da região, a origem e a promoção da imagem da região como um todo”, ressaltou Glauber, vencedor na categoria Regional Norte Nordeste do Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para “Espresso”, realizado no mês passado, em São Paulo.
Na Pauta
A topografia plana da região oeste da Bahia tem permitido, diferente de outras regiões produtoras de café do país, a implantação de uma mecanização mais eficiente, diminuindo a mão de obra e aumentando a qualidade do café. Por outro lado, essa mecanização tem elevado o custo de produção com a aquisição de máquinas modernas e falta de assistência de pós-venda.
De acordo com o engenheiro agrônomo, Fernando Augusto Vicentini, consultor e projetista de café, o alto custo de produção, a competitividade do mercado e o preço baixo fez com que o cafeicultor se adaptasse e estudasse o cenário do café. “A base de uma boa cafeicultura está no plantio, seguido com o preparo do solo e principalmente a escolha de variedades que se adaptam a cada região, além controle de ervas daninhas, pulverização adequada e eficiente, preparo da colheita, poda, colheita e pós-colheita”, pontuou. Vicentini foi um dos palestrantes convidados para o Encontro Técnico do Café com o painel “Rumos da mecanização na Cafeicultura”, na sexta-feira, 11, no auditório da Fundação Bahia.
No sábado, 12, o Encontro continuou com a palestra “O melhor manejo do Bicho Mineiro do Café”, com o pesquisador Santin Gravena e seguiu com a visitação em nove estações técnicas no Campo Experimental da Fundação Bahia, na presença de empresas parceiras.
Diferente dos estados de Minas gerais, Paraná e São Paulo, a produção de café na Bahia tem sofrido intensamente com ataque do Bicho Mineiro do Café (BMC) devido às condições climáticas, conforme explica Gravena. “Enquanto em outros estados o BMC apresenta duas a três larvas e com baixa formação biológica, na Bahia esse ataque é mais agressivo e rápido, com quatro larvas”, afirmou. Segundo Gravena é preciso “dar o tiro certo na hora certa”, preservando os inimigos naturais, conhecer melhor a atuação e a proliferação do BMC. “O manejo é maneira mais fácil de buscar a segurança e a qualidade da planta. Não se pulveriza mais preventivamente. O uso indiscriminado de alguns produtos pode prejudicar o controle do BMC no oeste da Bahia”, destacou.
Para Jaspal Singh, gerente da filial da Olam International, no Estado da Bahia, o encontro foi de grande valia. “É importante a promoção de eventos técnicos que nos tragam as novidades do mercado, unindo produtores e entidades para tornar o café uma atividade sustentável e de excelente qualidade”, disse. A Olam International é uma das maiores tradings de commodities agrícolas da Ásia e desde 2005 atua no Brasil. Atualmente, está posicionada entre as principais comercializadoras de café e algodão certificados (100% exportados). Texto: Cátia Dorr. Fotos: Junior Ferrari/Uaumais







