Hoje, no Fantástico, o navio que move-se com o auxílio de uma grande pipa.

A grande pipa chega a economizar 50% do combustível.

Todo mundo sabe que o vento é mais barato que o petróleo, mas ninguém havia conseguido criar até agora uma “vela moderna” que pudesse mover um navio cargueiro. A SkySails conseguiu.

Uma super pipa gigante criada pela SkySails oferece agora um sistema de propulsão movido a vento, que pela primeira vez cumpre as exigências dos navios cargueiros.

Ao utilizar o sistema da SkySails, um navio consegue reduzir os seus custos com combustível em até 35% anualmente, e dependendo das condições de vento, até 50% pode ser reduzido.

O primeiro navio cargueiro movido por essa pipa gigante, “Beluga SkySails”, “velejou” da Alemanha até a Venezuela em janeiro de 2008. Hoje, no programa “Fantástico” da Rede Globo será apresentado essa nova maneira de economizar energia.

Não é o caso deste navio, de porte médio, mas um grande navio chega a gastar até 13 toneladas de óleo diesel por hora.

É o Ser Humano reinventando a roda para diminuir o aquecimento global. Clique na imagem para ampliar.

Brotas: depois dos diamantes no século 18, a força dos ventos pode ser redenção.

Nas serranias de Brotas, nova fonte de riqueza.

O deputado Oziel Oliveira está propondo a criação de uma sub-comissão de energias renováveis, dentro da Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara, reconhecendo a importância das energias eólica e solar para o Nordeste:
“A Região Nordeste, com intensidade de luz solar presente todo o ano, além da força dos ventos nas regiões litorâneas, pode, sem dúvida, se tornar em grande fonte de geração de energia renovável. a exemplo da biomassa e PCHs. Isto pode se tornar em fonte de renda alternativa para milhares de agricultores da região, que pelas dificuldades atinentes às questões climáticas, podem buscar  forma de sustento para sua família e de geração de riquezas para a região”, disse o parlamentar.”

O deputado só erra quando diz que a região do litoral é a mais propícia à energia eólica. Na realidade, o maior potencial energético do País para a força dos ventos é a Chapada Diamantina, onde aliás foi bem votado. Tanto que o primeiro grupo de geradores está sendo colocado em Brotas de Macaúbas.

Deus nos livre do demônio nuclear!

Quando ficamos aqui, no Jornal O Expresso,  defendendo a energia eólica, que tem potencial para dobrar a capacidade brasileira de geração de eletricidade, parecemos os eco-chatos de plantão. A tragédia que se abateu sobre as instalações nucleares do Japão, com consequências ainda não calculáveis, é uma demonstração clara que a opção brasileira pelos reatores, inclusive na Bahia, deve ser definitivamente afastada. Se o Japão, primeiro país do mundo em tecnologia, está com problemas, imagine qualquer acidente em Angra dos Reis ou à beira do rio São Francisco?

Agora à tarde, as agências japonesas informaram que os tubos que contém urânio estão a descoberto da água de refrigeração, o que pode causar o derretimento dos geradores e uma contaminação maior que o desastre de Chernobyl.

País pode aumentar energia eólica em 2 GW ano, com sustentabilidade.

Projeção da instalação de Cerro Chato, em Bagé, no Rio Grande do Sul. Serão dez aerogeradores, com base de 18 metros de diâmetro, que já estão prontas para receber as torres de 108 metros de altura cada, chegando a 149 metros no ponto mais alto da pá. Clique na imagem para ampliar.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Energia Eólica (Abeeólica), Pedro Perrelli, acredita que a contratação de 2 mil MW  ( 2GW) por ano, durante os próximos 10 anos, permitirá que o setor cresça de forma sustentável e, dessa forma, possa abastecer o Brasil e outros mercados. O leitor pode ver entrevista completa, realizada por Cleber Dioni Tentardini, no portal do Jornal Já – Porto Alegre. Perrelli conta ainda que existem 400 projetos de energia eólica inscritos no Ministério de Minas e Energia, totalizando mais de 13,5 GW. Leia a entrevista completa, clicando no link.

Brasil precisa mais 5 GW todo o ano para sustentar crescimento da economia.

Segundo a Associação Brasileira do Carvão Mineral, o Brasil precisa de implementar mais 5 GW por ano ao sistema de energia elétrica para enfrentar a demanda do crescimento da economia. Isso significa que o somatório de energia necessária é maior que a produção prevista de Belo Monte e quase igual à produção prevista das usinas do rio Madeira, as grandes obras planejadas ou em construção.

Termoelétricas, pequenas centrais hidrelétricas e energia eólica são soluções de curto prazo, que podem contribuir substancialmente para isso, enquanto os mega projetos de energia, que demandam anos para a construção, como as usinas do Rio Madeira, não entram em produção.

Alguns alegam que a energia eólica não tem performance constante, no entanto não atentam para o fato de que a localização diversa destas plantas pode ter efeito regulador: quando não está ventando num determinado lugar, está ventando em diversos outros lugares. Ainda é pouco explorada a energia dos ventos à meia-encosta e sopé de elevações, onde os ventos de planície aceleram, em ascensão térmica.

No mapa acima, pode-se notar que a Bahia é contemplada com um dos maiores potenciais de energia eólica, além do litoral do Nordeste e do litoral do Rio Grande do Sul. As regiões assinaladas nas cores amarela e vermelha são as de maior velocidade e ocorrência de ventos.

Empresa catarinense vai fabricar aerogeradores.

A WEG vai investir R$ 33 milhões neste ano para iniciar a produção de aerogeradores em sua fábrica em Jaraguá do Sul (SC). A empresa anunciou ontem um acordo de transferência de tecnologia com a empresa espanhola M. Torres Olvega Industrial, pertencente a um grupo espanhol pouco conhecido chamado Elsewedy, que fatura US$ 1,2 bilhão por ano. Esse acordo prevê a criação de uma joint venture com participações igualitárias das duas empresas. Na primeira fase, a WEG vai aportar capital e os espanhóis a tecnologia do aerogerador. A informação é do jornal Valor Econômico.

O potencial de mercado para a indústria de geradores eólicos é muito grande. O País ainda vai abrir os olhos para a energia mais limpa e abandonar importações de energia do Paraguai, de gás natural da Bolívia e até projetos assombrosos como o de construir um gasoduto da Venezuela até São Paulo. Também a energia nuclear perde para a energia eólica em termos de domínio de know-how e segurança da população.

China já produz 100 vezes mais energia eólica que o Brasil.

“A China possui 42,3 gigawatts de energia eólica e superou os Estados Unidos em termos de capacidade total instalada”, indicou em comunicado a secretária-geral da associação chinesa de energia renovável, Li Junfeng, que assegurou que o país, que já se tornou o maior produtor mundial de instalações, está no caminho de alcançar os 200 gigawatts em 2020.

Para se ter uma idéia, a produção eólica total da China é quase a metade da capacidade instalada no Brasil. Enquanto isso, por aqui, no País de 8 milhões de quilômetros de costa, patinamos com menos de 0,4 GW. Energia renovável e limpa é base de desenvolvimento. Alguma coisa está errada por aqui. Deve ser a consagrada incapacidade brasileira de gestão pública. É por isso que os chineses continuam importando soja e minério de ferro e exportando pen-drives e computadores para nós.

Começou o transporte de aerogeradores para Brotas de Macaúbas.

Um investimento de aproximadamente R$ 400 milhões vai proporcionar a implantação de um parque eólico com três usinas, com capacidade instalada para geração de 90 MW de energia elétrica a partir da força dos ventos. A implantação do parque eólico de Brotas de Macaúbas irá gerar 300 empregos diretos na fase de implantação e mais 30 empregos na fase de operação, com previsão de faturamento anual estimado em R$ 41 milhões. As obras têm previsão para começar no mês de março e conclusão prevista para julho de 2011.

O empreendimento confirma os estudos realizados há dez anos, que identificaram o grande potencial eólico brasileiro da região Nordeste, na faixa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Piauí e na região da Chapada Diamantina, na Bahia. Entretanto, diversos outros aspectos fizeram com que a Desenvix escolhesse a Bahia.

Segundo Sobrinho, pesquisas realizadas durante três anos apontaram a Bahia como o melhor local para o investimento. “Como empreendedores, preferimos o estado porque construções deste tipo perto do litoral são mais complexas do ponto de vista ambiental e logístico. Além disso, temos um bom histórico de investimentos na Bahia”, diz, citando as inversões feitas no Polo de Camaçari e a participação na concessão da Via Bahia, que irá administrar por 25 anos o trecho de 680 quilômetros das rodovias BR-116 e BR-324, e BA-526 e BA-528.

A Desenvix tem participação em empreendimentos de geração de energia elétrica em três estados brasileiros; sete estão em operação e três em construção. A Desenvix foi uma das baianas contempladas no leilão de fontes eólicas, realizado em 14 de dezembro de 2009, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. “O nosso grupo assume o compromisso de criar riquezas onde a empresa se estabelece e conta com as autoridades para deixar recursos perenes na região”, diz Sobrinho.

Energia eólica

A Bahia foi beneficiada com 18 projetos no leilão da Aneel, tendo o Governo do Estado assinado protocolo de intenção com as empresas cadastradas, com a finalidade de conceder incentivos fiscais e apoio logístico. Quando se iniciar a fase de operação, os parques eólicos irão acrescentar 390 MW de energia limpa e renovável à oferta estadual de energia elétrica.

A geração de energia limpa no estado está estimulando a implantação de fábricas de aerogeradores, torres e componentes industriais para a nova indústria da energia produzida pelos ventos. Prova disso é a decisão da francesa Alstom de implantar, na Bahia, a sua primeira unidade industrial de turbinas eólicas no Brasil, com prazo de conclusão previsto para o início de 2011.

Em 10 anos, energia eólica pode ter 10 a 15% da matriz.

Acredito que a geração eólica possa atingir de 12% a 15% da matriz elétrica nacional em um período de dez anos.

A frase é de Telmo Magadan, presidente da Ventos do Sul Energia, empresa que mantém o parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul, com 150 megawatts e está ampliando com mais 150 mw no mesmo local e em Palmares do Sul.

Energia eólica cresce como nunca.

A produção de energia eólica no mundo cresceu 22,5% no ano passado, aumento que equivale a 35,8 GW (gigawatts), estimulada pelo desenvolvimento na China, onde foram instaladas aproximadamente a metade das novas turbinas. A informação é do Conselho Internacional de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês). Este aumento eleva o número total global a 194,4 GW, em comparação aos 158,7 GW registrados no ano anterior.

Como referência, citamos a potência instalada de Itaipu, 14 gigawatts. Isso significa que só no ano passado foram instalados aerogeradores com capacidade 2,5 vezes maior que Itaipu. Sem danos ao meio-ambiente e sem obsolescência projetada. O Brasil tem que acelerar o processo de adoção da matriz energética sustentável.

Em maio inaugura fábrica de aerogeradores na Bahia.

Foto de Carol Garcia

A empresa espanhola Gamesa inaugura, em maio deste ano, a primeira fábrica de aerogeradores da Bahia, que está sendo implantada no Polo Industrial de Camaçari. Com investimento inicial de R$ 50 milhões, a empresa vai gerar, nesta primeira fase, 60 empregos diretos, com mão de obra 100% baiana.

“Os trabalhadores serão baianos e 40% dos componentes dos aerogeradores fabricados em 2011 serão nacionais. Para 2013 podemos garantir aos nossos clientes um mínimo de 60% de nacionalização de nossos equipamentos”, afirma o diretor da Gamesa, Álvaro Carrascosa.

“A Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração está acompanhando com muita atenção todos os empreendimentos de energia eólica. A Gamesa é fruto dos 34 projetos de parque eólicos que serão aqui implantados. O nosso desafio agora é atrair outras empresas da cadeia produtiva, contribuindo para o surgimento de um polo industrial da energia eólica na Bahia”, diz o secretário James Correia.

Além da Gamesa, a francesa Alstom está em fase de instalação, também em Camaçari, com investimentos previstos de R$ 50 milhões e geração de 150 empregos. A empresa começou a desembarcar no final do ano passado, no Terminal de Container (Tecon) Salvador, equipamentos destinados à construção do primeiro Parque Eólico da Bahia, no município de Brotas de Macaúbas. No total serão desembarcados 57 nacelles (motores) e 171 pás (hélices gigantes), que deverão começar a ser transportadas para o local do parque ainda em janeiro.

Terceiro maior estado em número de empreendimentos contratados nos leilões de energia renovável, a Bahia tem 34 projetos, todos em implantação, que somam R$ 4 bilhões, com previsão de gerar 3 mil novos empregos. Quando for iniciada a fase de operação, os parques eólicos irão acrescentar 997,4 megawatts à rede elétrica. Localizados na região Sudoeste, Central e no Vale do São Francisco, a previsão é de que 18 parques estejam em pleno funcionamento em setembro de 2012.

Por que não a energia eólica em substituição a Belo Monte?

Circula na internet uma informação importante, mas que obviamente tem origem em entidades ambientalistas internacionais: o custo para construção de Belo Monte seria suficiente para formar um parque eólico com capacidade de gerar energia equivalente a 3 Itaipus. As autoridades precisam responder a este questionamento. Segundo informações, seria necessário o desmatamento de 50 mil hectares só para a área de acumulação da barragem.

O País precisa ter cuidado com os custos ambientais das obras, mas também necessita de cuidados com informações que tragam em seu bojo interesses internacionais.

A energia dos ventos volta a movimentar navios.

Quando atracar na noite desta quinta-feira no porto de Rio Grande, o navio E-Ship 1 fará história em águas gaúchas. A embarcação é o primeiro cargueiro movido a energia eólica do mundo sem as velas tradicionais. No entanto, o rotor Flettner, que move a embarcação é conhecido há anos como propulsor ecológico. A embarcação, construída pela empresa alemã Enercom GmbH, umas das líderes mundiais em turbinas eólicas,  tem propulsão híbrida.
Além da força dos ventos, usa motores a diesel e eletricidade. É usada para transporte de componentes entre a fabricante e as subsidiárias – no caso do Brasil, a Wobben Windpower, que fabrica equipamentos para aerogeradores. Veja no infográfico da Zero Hora de Porto Alegre como funciona o navio.

Energia eólica ganha mais R$ 589 milhões na Bahia.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou empréstimo de R$ 588,9 milhões para a construção de nove parques eólicos na Bahia. Os empreendimentos serão instalados nos municípios de Igaporã, Guanambi e Caetité. O financiamento do banco corresponde a 74,35% do investimento total, estimado em R$ 792,2 milhões. De acordo com o banco, o projeto contribuirá para a criação de 2.970 empregos diretos e indiretos. As usinas são controladas pela Renova Energia e terão potência instalada total de até 195,2 MW. Os projetos foram vencedores do Leilão de Energia de Reserva de 2009. Isso permitiu que fossem fechados contratos de compra e venda de energia entre cada usina e a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o que assegura a compra da energia elétrica gerada por um prazo de 20 anos.

As usinas contarão com 122 aerogeradores (gerador que converte energia eólica em energia elétrica) fornecidos pela subsidiária da General Electric INC no Brasil. A Renova Energia foi constituída em 2006. A empresa tem foco no desenvolvimento de projetos de energia elétrica a partir de fontes alternativas renováveis, como PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e parques eólicos. Ela conta com três PCHs em operação na Bahia. No ano passado, o BNDES já tinha investido na empresa por meio de um dos fundos ambientais dos quais participa, o FIP Caixa Ambiental. Com informações da Folha de São Paulo.

A Bahia entra na geração de energia limpa.

O primeiro lote de peças para a construção do Parque Eólico da Bahia já está aportado no Terminal de Container de Salvador . São 45 pás e 25 nacellis, os aerogeradores. Os equipamentos ficam no terminal até o final de janeiro de 2011, quando serão transportados para Brotas de Macaúbas, no sudoeste baiano. “Trata-se de um marco inaugural para a energia eólica no estado, que deixa de ser uma perspectiva para se tornar uma realidade”, afirmou o representante dos assuntos de energia eólica da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Sicm), Rafael Valverde.

Ele explicou que o lote foi adquirido da fabricante internacional Alston pela Desenvix, empresa que irá implantar e administrar o Parque Eólico, através de incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado. No total, serão construídos 18 parques dos quais três serão localizados em Brotas de Macaúbas e os demais espalhados nos municípios de Caetité, Guanambi, Casa Nova, Pindaí, Riacho de Santana, Licínio de Almeida, Morro do Chapéu e Sento Sé. De acordo com a Sicm, estima-se que R$ 250 milhões em investimentos privados serão disponibilizados inicialmente.

“Isso vai possibilitar a interiorização da cadeia de energia limpa, atraindo novas empresas e gerando cerca de três mil empregos diretos no estado”, destacou. A previsão é de que todos estejam em pleno funcionamento em setembro de 2012.

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Brasil pode ter matriz energética renovável sem reduzir crescimento econômico

Desde os primeiros tempos da civilização, o homem conhece a força dos ventos

A matriz energética brasileira pode chegar a 2050 com 93% de fontes renováveis, produzindo o triplo do que é ofertado hoje e considerando a tendência de crescimento econômico. A expansão de fontes de energia eólica, solar, de biomassa, hidrelétrica e oceânica pode garantir 1.197 terawatts-hora (algo em torno de 10 vezes a disponibilidade atual), com menor custo de produção e redução significativa das emissões nacionais de gases de efeito estufa.

O cálculo é do Greenpeace, que apresentou em novembro o relatório [R]Evolução Energética: Perspectivas para uma Energia Global Sustentável, durante a 16° Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-16), em Cancun, no México.

A organização projetou dois cenários para a matriz energética em 2050: no primeiro, o governo mantém o ritmo atual de investimentos em combustíveis fósseis – que abastecem a maioria das termelétricas – e no segundo, o de “revolução”, os recursos seriam canalizados para a expansão das fontes renováveis e ganhos em eficiência energética.

Se a trajetória de investimentos for mantida, em 2050, 72% da energia brasileira virão de fontes renováveis – a maior parte de hidrelétricas –, 5,3% serão produzidos em usinas nucleares e 21,8% ainda virão dos combustíveis fósseis. No cenário proposto pelo Greenpeace, o percentual de fontes renováveis chegará a 92,6% da matriz, não haverá geração nuclear e o único fóssil utilizado na geração de energia será o gás natural – considerado um combustível de transição – com 7,3% de participação.

“É possível aumentar a oferta de energia, acompanhar o crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] com uma matriz mais limpa. Mas uma evolução não seria suficiente, por isso propomos uma ruptura [do modelo atual], não só na produção como na utilização da energia”, disse o coordenador do relatório e da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace, Ricardo Baitelo.

A opção pelas fontes renováveis pode resultar em uma redução drástica das emissões de dióxido de carbono (CO2) equivalente (medida que considera todos os gases de efeito estufa) do setor energético previstas para 2050, de 147 milhões de toneladas para 23 milhões de toneladas.

Além do benefício ambiental, o esverdeamento da matriz poderia reduzir custos de produção de energia no Brasil. Até 2050, a economia pode chegar a R$ 1 trilhão, com o aumento da eficiência energética e a instalação de projetos em áreas distantes do sistema interligado de distribuição. Além disso, apesar do alto custo de implantação, os projetos de energias renováveis não dependem de combustíveis caros para produzir calor e eletricidade.

“Uma vez que você construiu, o custo de combustível é zero. Diferentemente das térmicas fósseis, em que o custo de construção é de R$ 150 por megawatt-hora (MWh), mas a parte variável, que é a de combustível, pode chegar a R$ 400 MWh. É uma variação muito grande para dizer que ela [a termelétrica] é barata. Ela é barata para construir e deixá-la parada”, comparou Baitelo.

A geração de empregos verdes e a diminuição dos problemas socioambientais causados pela construção de hidrelétricas também entram na conta dos benefícios da geração por fontes como a eólica e a solar, de acordo com o relatório.

A transição para uma matriz praticamente 100% renovável é possível, segundo o Greenpeace, e a estratégia para viabilizar essa “revolução” pode ser a mudança na legislação do setor elétrico. Baitelo aposta na aprovação do Projeto de Lei 630/2003, que está em tramitação na Câmara e que prevê, por exemplo, a realização obrigatória de leilões anuais de energia eólica e de biomassa e a criação de um fundo para financiar pesquisa e tecnologia para energias limpas. Informações de Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil, com edição de Juliana Andrade.

A energia eólica, a mais verde entre todas, precisa receber incentivos do Governo. Dilma Rousseff conhece bem o assunto, pois era Secretária Estadual de Energia, no Rio Grande do Sul, quando foi implantado o primeiro projeto brasileiro de energia eólica.

Um parque eólico de 90 mw para a Bahia.

A Alstom assinou um contrato no valor de € 100 milhões com a empresa de energia renovável brasileira, Desenvix, filial do grupo Engevix Engenharia, para construir um complexo de 90 MW eólico na Bahia, Brasil. Com o nome provisório de “Brotas”, o complexo será composto de três parques eólicos – Macaúbas, Novo Horizonte e Seabra – e representa primeiro contrato da Alstom no mercado eólico brasileiro.

O complexo de Brotas destaca o compromisso do governo para desenvolver o mercado nacional de energia eólica e reforça a posição da Alstom no setor das energias renováveis. Sob os termos e condições deste contrato, a Alstom fornecerá 57 turbinas ECO 86, de 1,67 MW cada, para os quais os principais componentes serão fabricados na Espanha e no Brasil e montados em três parques eólicos, com funcionamento previsto para Julho de 2011.

Esse contrato segue um protocolo de intenções assinado em dezembro de 2009 pela Alstom e o Governo do Estado da Bahia para instalar a primeira fábrica de montagem de turbinas eólicas no país, localizada em Camaçari, que estará plenamente operacional em meados de 2011. Com informações e foto da Alstom.

O potencial de geração de energia limpa, através da força dos ventos, no Oeste baiano, durante o período da seca, é alto e alternativo à geração hidrelétrica. Ainda chegará a hora das fazendas de vento no cerrado, com impacto ambiental nulo.

País tem boas alternativas a Belo Monte.

Informa o blog do Greenpeace que o ministro de Minas e Energia,  Márcio Zimmermann, revelou que o custo para construção de um parque eólico, com a mesma capacidade de geração média de Belo Monte, seria de R$ 32 bilhões, valor inferior ao estimado para a construção da hidrelétrica, que gira em torno dos R$ 40 bilhões.

É verdade que o governo não assume que a hidrelétrica vai custar tudo isso. Ao contrário, insiste em reforçar que Belo Monte custará supostos R$ 19 bilhões. O  que não revela é que a conta não está completa, já que deixa de estimar os custos ambientais e sociais da empreitada, além dos pesados subsídios em isenção fiscal que nela estão embutidos.

Não foi à toa que empresas como a Camargo Corrêa e a Odebrecht caíram fora e, na hora H, não quiseram participar do leilão de Belo Monte, prevendo que teriam que arcar com o risco de um empreendimento cuja engenharia econômico-financeira está sendo manipulada pelo governo.

Lula já afirmou que irá “fazer Belo Monte de qualquer jeito”. Deixando para lá o sentido dúbio da frase, fica a dúvida: por que tanto esforço para viabilizar um projeto controverso, caro, cheio de problemas ambientais, sociais e econômicos se o Brasil pode, com um investimento menor, gerar energia limpa, segura e com impactos incomparavelmente menores?

A favor do investimento em parques eólicos, está também o fato de que o grande volume de encomendas reduziria o preço dos equipamentos, já fabricados em sua maioria no Brasil; de que, montados apenas um por cento dos geradores, já teríamos energia em produção, sem levar longos 5 anos para ter a geração de Belo Monte; e também o fato de que um ano de poucas chuvas poderia reduzir e muito a produção de Belo Monte. Além disso não seria necessário tomar de assalto as verbas públicas e os fundos de previdência. Mais ainda: tira esse esquema espúrio de grandes empreiteiras e suas controladas do ar.

Numa prova que o Governo está totalmente errado ao querer implantar a Hidrelétrica de Belo Monte, está a profunda diversificação da oferta de geração de energia renovável:

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao MME, efetuou o cadastramento de 478 empreendimentos interessados em participar do Leilão de Energia de Reserva, que será realizado pelo Governo Federal no primeiro semestre deste ano, com foco apenas na viabilização de fontes renováveis. As usinas inscritas somam 14.529 MW de potência instalada, gerando energia elétrica a partir de centrais eólicas, termelétricas movidas à biomassa (bagaço de cana-de-açúcar, resíduos de madeira e capim elefante) e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

A fonte de energia que recebeu o maior número de projetos cadastrados na EPE é a eólica, com 399 parques de geração e um total de 10.569 MW de potência instalada. As térmicas à biomassa totalizaram, no processo de cadastramento, 61 empreendimentos com 3.706 MW de capacidade instalada. Destes, a maior parte utiliza como fonte o bagaço da cana-de-açúcar. As PCHs, que se caracterizem por terem a potência limitada a 30 MW, representaram 18 usinas no cadastramento para o Leilão de Reserva, equivalentes a 255 MW.