Bolsonarista: veja uma análise serena do Governo e do Presidente por um ex-braço direito.

O ex-ministro Gustavo Bebbiano, que foi ejetado abruptamente do Governo Bolsonaro, é uma pessoa de bons recursos intelectuais, sereno, equilibrado e faz, durante uma hora e meia, uma análise da história política recente do País a partir da campanha, eleição e dos primeiros dias de governo. Bebbiano, sem levantar o tom de voz, lamenta a ação dos filhos radicais, Carlos e Eduardo Bolsonaro, e elogia as atitudes de Paulo Guedes e da equipe econômica e da infraestrtura.

E deixa claro: Bolsonaro tem baixa capacidade cognitiva e é incapaz de projetar os acontecimentos de uma situação futura.

A entrevista foi concedida dentro do Canal Segunda Chamada, aos jornalistas Antonio Tabet, Mara Luquet, Mariliz Pereira Jorge e Pedro Doria.

 

Uma entrevista demolidora sobre a atual conjuntura política do País. “O próximo passo é acabar com o serviço público.”

Para Roberto Amaral, a bola da vez é a reforma administrativa “para acabar com o serviço público” | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Na opinião de Roberto Amaral, cientista político e ex-presidente do PSB, a insólita crise envolvendo o presidente Jair Bolsonaro e sua família, de um lado, e lideranças de seu partido, o PSL, de outro, “é uma briga clássica da velha política, pelo butim, pelo fundo partidário e recursos do PSL”. “Não tem nada de ideológico, é uma briga sórdida. Não precisamos repetir sobre o regressismo político, a crise, 2013, as fake news, tudo isso que provocou a aventura de partidos de ocasião.”

Para ele, como em 1989 em torno de Fernando Collor, as siglas de ocasião, sem consistência política ou programática, não passam de um “artifício jurídico”, que, no caso do PSL, só serviu para “que o capitão fosse candidato”.

Segundo a Folha de S. Paulo, o grupo representado pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, calcula que, com a saída de Bolsonaro e aliados do partido, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), vá para a atual sigla do presidente da República. Ainda segundo o jornal, em 2020, o PSL poderá ter R$ 350 milhões, considerando as estimativas de que o fundo partidário terá R$ 1 bilhão e o governo propõe R$ 2,5 bilhões para o fundo eleitoral.

No momento, Amaral não acredita que a crise no partido ameace Bolsonaro:

“O sistema financeiro está felicíssimo com ele. Nunca ganhou tanto quanto agora. O agronegócio está felicíssimo. Ele está dando tudo o que o sistema desejaria. A reforma trabalhista (feita por Temer) está aí, e a previdenciária. Por que vão ficar contra ele? Porque está atrapalhando a ciência e tecnologia? O sistema brasileiro nunca se preocupou com isso. Está voltado ao exterior, não está comprometido com o desenvolvimento nacional.”

Enquanto isso, a população brasileira segue preocupada com seu próprio cotidiano e o ex-presidente do PSB questiona: como chegar à população e explicar às pessoas do povo o que está acontecendo com o Brasil sob o governo Bolsonaro? Como mostrar o significado do desmonte da educação, da ciência e tecnologia, da ideologia e da violência e do culto às armas para elas próprias? Ou da entrega do pré-sal e o desmonte da Petrobras?

“Antigamente, nas chamadas periferias, estavam as comunidades eclesiais de base, os comunistas e os trabalhistas, que organizavam a sociedade. Essa gente saiu e ficaram no lugar os neopentecostais, as milícias e o tráfico. E não é só no Rio de Janeiro. Esse é o quadro brasileiro. Milícia, tráfico, isso está no cotidiano do povão.”

Amaral se diz frustrado com a dificuldade de superar o poder midiático. “Olhe a cobertura dos jornais. Olhe a Globo, a cobertura dos telejornais, o que o povão assiste. Como vou explicar essas coisas terríveis à minha faxineira? Ela me chega todo dia com história de assalto”, conta.

“Como vou explicar a ela a demolição da questão ética? Fico chateado comigo.” A preocupação das pessoas do povo, diz, é com emprego, transporte, violência e saúde. “Nós não temos resposta sobre nada disso. Eu tenho que falar sobre Lula livre, que esse camarada (Bolsonaro) está destruindo a Petrobras e que a destruição da Petrobras vai bater nela. Ela vai compreender? Essa é a nossa tragédia.”

Diante desse quadro generalizado de manipulação mental pelo sistema de comunicação, com uma população aterrorizada diante da violência, acuada pelo crime, não é de estranhar que os governos Temer e Bolsonaro tenham conseguido impor as reformas trabalhista, da Previdência e as privatizações sem que houvesse reação capaz de frear o ímpeto ultraliberal que ameaça o futuro das próximas gerações de maneira estrutural, avalia Amaral.

“Somos o único país que fez uma reforma trabalhista sem uma greve. Em todos os outros países houve pancadaria. Veja a França (em 2017). Fizemos a reforma da Previdência sem um tumulto. Estamos desmontando todas as estatais sem um ‘ai’. A Petrobras está sendo destruída ativo por ativo, e quando terminar só terá a extração, que é cara. Deixamos de refinar petróleo para exportar óleo cru, e não há protesto”, lamenta. “O governo está desmontando o sistema de ciência e tecnologia, e o mundo segue.”

A bola da vez, observa, é a reforma administrativa, “para acabar com o serviço público”. Esse deve ser, junto com a reforma tributária, o próximo investimento político do governo.

Um dos objetivos será a possibilidade de se criar e extinguir órgãos e ministérios por decreto, o que hoje depende da chancela do Congresso. Enxugar as carreiras e novas regras de contratação estão no horizonte dessa reforma.

Sérgio Moro mudou de ideia com a velocidade da luz

 

Sergio Moro em entrevista à Revista Veja em 2017:

“Não seria apropriado da minha parte postular qualquer espécie de cargo político porque isso poderia, vamos dizer assim, colocar em dúvida a integridade do trabalho que eu fiz até o presente momento.”

Ciro Gomes, didático, para petistas e bolsonaristas terem um horizonte de cálculo

O ex-ministro da Fazenda do Plano Real, ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Ceará fala sobre temas relevantes do País, em entrevista com o jornalista Kennedy Alencar, a saber:

-previdência social

-austeridade fiscal e teto dos gastos

-distribuição de renda e reforma tributária

-delação premiada e Operação Lava Jato

-erros de Lula da Silva

-Marina Silva

-João Dória e Jair Bolsonaro

-golpe e instituições

-corrupção

-quadrilhas de marginais no Planalto

-inflação, taxa de juros e crescimento econômico

42 minutos das ideias de Ciro Gomes sobre o futuro do País

Se o caro leitor não tiver tempo para assistir esta entrevista de Paulo Henrique Amorim, na TV Afiada, com o candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, guarde na sua play list do You Tube ou guarde este link pra ver mais tarde.

É importante. E pode ser enviado ao seu candidato preferido para 2018. Quem sabe ele se convence de projetar um plano de governo liberal, democrático, justo e com ideais econômicos avançados.

Ciro Gomes afirma que Luiz Inácio não deve ser candidato, até porque é o inventor, em momento infeliz, de crápulas como Michel Temer e Eduardo Cunha.

Uma reforma tributária justa, uma reforma política salvadora e uma reforma trabalhista e previdenciária que assegure os direitos dos trabalhadores, talvez modifiquem em alguns graus o rumo da devastadora situação institucional do País, oportunizada pelo golpe, protocolar, parlamentar e jurídico, que acabou de afundar a industria pesada, as cadeias produtivas da agropecuária e entregou a economia a rentistas, que se locupletam com o serviço da dívida estatal da ordem de R$570 bilhões por ano.

 

 

Dilma: quando quis acabar com a corrupção na Petrobras, perdeu a base de apoio no Congresso

Ex-­presidente fala sobre Moreira Franco: “O gato angorá tem uma bronca danada de mim porque não o deixei roubar. Chamei o Temer e disse: ‘Ele não fica'”

Dilma Rousseff, em entrevista a Maria Cristina Fernandes, do jornal Valor Econômico, publicado nesta sexta, 17:

“Se não achasse importante o combate à corrupção, não teria sancionado a lei da delação premiada, não teria respeitado a Polícia Federal, não teria respeitado o Ministério Público, nem nomeado ministros [do Supremo Tribunal Federal] que tivessem uma inequívoca biografia”.

Mais adiante a ex-Presidente afirma:

“O combate à corrupção no Brasil mais uma vez virou uma arma ideológica. Enquanto as investigações estavam sobre o PT, ou alguém do PT, não havia problema em vazamento, não havia problema em 500 mil pesos e mil medidas. Agora tem. Uma coisa que, visivelmente, em qualquer país do mundo, seria caso de quebra da segurança nacional, que é gravar o presidente sem autorização do Supremo, tudo isso foi permitido. Agora, quando chega ao PMDB ou PSDB, é criminalização da política”.

A jornalista acrescenta à fala de Dilma que foi em seu governo que aconteceu a nomeação de Graça Forster para a Presidência da Petrobras, que afastou os diretores suspeitos e cerceou os contratos por eles geridos, decisão que começou a corroer a base de apoio ao governo no Congresso montada pelo antecessor.

Eliana Calmon hoje será entrevistada na TV Brasil

Em seu programa de hoje (20), a jornalista Roseann Kennedy conversa com a juíza Eliana Calmon. Primeira mulher a ocupar um cargo de ministra no Superior Tribunal de Justiça, ela esteve à frente, por dois anos, da corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Candidata ao Senado em 2014, Eliana diz que a experiência foi rica, mas que não pretende se candidatar novamente. O bate-papo com a ex-ministra pode ser visto na TV Brasil, às 21h30.

De temperamento forte, a magistrada causou polêmica ao afirmar que no Judiciário existem “bandidos de toga”, referindo-se ao comportamento de alguns juízes que usam o cargo para se beneficiar. Hoje, aposentada do serviço público ela faz críticas ao sistema político e ao Judiciário.

Para Eliana, a força-tarefa conhecida como Lava Jato é um divisor de águas. “Nós estamos agora passando a limpo aquilo que todo mundo sabia. Quem é que não sabia da existência de uma intimidade indecente entre a classe política e a econômica?”.

A magistrada entende que a partir da operação vieram à tona as entranhas do poder brasileiro e sua relação com a corrupção em todos os níveis de governo. A ex-ministra diz que se o Brasil está passando a limpo os poderes da República, o Executivo e o Legislativo, precisa também passar a limpo o Poder Judiciário. “Esses são os piores. Porque pelo menos no Legislativo e Executivo, nós fazemos a renovação de quatro em quatro anos pelo voto popular. E na magistratura, não. Nós temos um juiz corrupto que fica a vida inteira”.

Ao criticar a permissividade que o brasileiro costuma ter com os amigos, principalmente no Judiciário, ela manifesta posições firmes: “Eu não quero ser justiceira”. E manda um recado: “Eliana juiza não é amiga de ninguém, porque é a Justiça”.

Tonho Franciosi diz que objetivo é chegar ao fim do Rally Dakar

FranciosiEntrevista exclusiva do jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul. Foto O Expresso

Atual tricampeão da categoria Protótipos T1 do Rally dos Sertões, a principal competição da modalidade no Brasil, o gaúcho João Antônio – Tonho – Franciosi, 52 anos, fará sua estreia, para valer, no Dakar 2016 nesta segunda, na largada da disputa em Buenos Aires.

Natural de Casca e radicado no interior da Bahia há quase três décadas, o piloto da equipe Ralliart Brasil se divide entre a produção de soja, milho e algodão com as provas de rali cross-country. Ao lado do navegador catarinense Gustavo Gugelmin, Franciosi aposta na sua regularidade para conduzir seu Mitsubishi ASX Racing até Rosario, na Argentina, no dia 16, o destino final da prova off-road mais difícil do planeta. Leia os principais trechos da entrevista concedida a ZH horas antes do embarque para Buenos Aires.

Qual é o seu objetivo em sua estreia no Rally Dakar?
O meu objetivo maior é completar a prova. É uma prova muito difícil, muito longa, na qual mais da metade dos carros não chega. É lógico que não estou indo para passear, vamos para acelerar também (risos).

Quais são as maiores dificuldades esperadas por você no percurso?
É uma prova diferente, e o carro que eu vou andar também é totalmente diferente do que a gente anda no Brasil. É um carro mais rápido, um carro que não estou acostumado a andar. A maior dificuldade para mim são as dunas, pois nas provas do Brasil não têm dunas. Então, quando a gente anda num deserto de dunas, a visão e a experiência do pilotos são muito importantes para ele ser mais rápido ali ou não correr o risco de parar. No restante, não acredito que vá ter maiores dificuldades, pois já tenho experiência de 11 participações no Rally dos Sertões, passando pelos piores tipos de terrenos do Brasil.

Depois de mais de uma década de sucesso no Rally dos Sertões, disputar o Dakar é um sonho que você vai realizar?
Quando um piloto sobe num kart, quer subir, quer crescer, o sonho dele é a Fórmula-1. O cara que vai para o rali, o sonho dele é o Dakar. Há muito tempo vinha sonhando com isso.

Você é conhecido pela regularidade, pela capacidade de completar todas as etapas nos ralis que disputa. Isso será um trunfo no Dakar?
Já participei de 11 edições do Rally dos Sertões. Em média, são 10 etapas, ou seja, 110 provas. Dessas 110 provas, só não cheguei no horário previsto em uma delas. Mas cheguei. Mesmo não chegando dentro do horário, sofrendo uma penalização, cheguei às 6h do outro dia e consegui largar em seguida. É uma coisa muito difícil de acontecer nesse meio, porque no rali andamos sempre no limite do carro, correndo o risco de acidente, de quebra. Não é um ano, ou dois, três. São 11 anos. Acredito que seja uma experiência muito grande que vai me ajudar. No Dakar, se você não chegar até a largada do outro dia, você já não larga mais, está fora. Então, tem de fazer de tudo para chegar, independentemente do horário.

O primeiro grande trecho cronometrado do Dakar foi suspenso hoje, às 8 horas da manhã, por excesso de chuvas. O helicóptero de salvamento não conseguiu decolar. Os participantes seguiram em deslocamento, em comboio, para Villa Paz, de onde largarão amanhã, segunda, para a próxima etapa.

Ministro avisa na TV: prisões da Lava Jato, com raras exceções, estão ao arrepio da Lei

Marco Aurélio Mello completa 25 anos no STF
Marco Aurélio Mello completa 25 anos no STF

Esclarecedora a entrevista do ministro Marco Aurélio Mello, do STF, no Canal Livre da Band, com término na madrugada desta segunda. Ele deixou muito claro que são ilegais as prisões preventivas de empresários na Operação Lava Jato, quando “não exista uma situação especialíssima”. Ele lembrou o princípio constitucional da presunção de inocência e acredita que o Magistrado está usando as prisões para obter delações premiadas.

Maioridade, eleições, financiamento de campanha

A redução da maioridade penal é uma vã esperança que se dá à sociedade, diz, ainda Marco Aurélio. Prender menores para reeducar e interna-los em masmorras é um absurdo.

O crescimento demográfico explodiu, quando a educação, o mercado de trabalho, a economia não acompanhou no mesmo diapasão.

Mais adiante: “Sou contra o voto obrigatório e a favor do financiamento de campanha com recursos públicos e controle rígido”.

Marco Aurélio foi também franco em relação a supostas irregularidades cometidas por Dona Dilma, as famosas pedaladas:

– A conclusão do Tribunal de Contas da União é meramente opinativa. Quem aprova ou desaprova as contas da Presidente é o Congresso Nacional, mesmo que a opinião do TCU não seja positiva.

 

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A entrevista de Delfim, o homem que influenciou a economia por quase 20 anos.

delfim-01A entrevista de Delfim Netto, o Czar da Economia nos anos de chumbo, ontem, na Band, foi apenas mais do mesmo de sempre. Delfim, inteligente, cínico, tergiversador de verdades, aponta erros de Lula e Dilma, alguns com origem nos próprios anos da Ditadura.

Delfim sublinhou, entretanto, a extrema lisura com a qual Dilma vem conduzindo a sua gestão. Errar na economia é uma coisa; outra é avançar no dinheiro público. Se tivéssemos aquilo que se chama de Oposição no poder poderíamos ter as duas coisas: os erros de sempre, continuados, e um chefão afeito ao clientelismo (vide caso dos Perrela) e de um segundo escalão tão corrupto como o de Dilma (veja o caso do tremsalão).