Lágrimas no céu, por Eric Clapton

Eric Clapton canta tributo ao seu filho, desaparecido num acidente trágico (caiu de um prédio). Apesar do lamento ser a de um pai atingido pela dor da morte precoce do filho, muitos casais dançaram cheek-to-cheek a música nos anos 80. A reprodução é dedicada aqueles, que como o Editor, beiram perigosamente os 60 anos. A tradução mais ou menos literal da letra:

Lágrimas No Céu

Você saberia o meu nome, se eu o encontrasse no céu?

Seria a mesma coisa se eu o visse no céu?

Eu tenho que ser forte e continuar,

Porque eu sei que não pertenço ao céu.

Você seguraria a minha mão, se eu o encontrasse no céu?

Você me ajudaria levantar um, se o encontrasse no céu?

Eu encontrarei o meu caminho de noite e de dia.

Porque eu sei, que não posso ficar aqui no céu.

O tempo pode te derrubar, o tempo pode dobrar seus joelhos.

O tempo pode quebrar seu coração, você estava implorando por favor, implorando

por favor.

Além da porta há paz, eu tenho certeza,

Eu sei que não haverá mais lágrimas no céu.

A escala do Blues pela Inglaterra.


“Love Letters”, gravado pro Tom Jones, no legendário Abbey Road Studios. Não deixe de ouvir.
Quem não viu, perdeu, o quarto episódio da TV Cultura/SP, no sábado, às 23h30m, que contou a história de como o blues viajou para a Inglaterra, nos pós-guerra, criando as sementes de Beatles e Rolling Stones e, após, voltando com renovado sucesso para os Estados Unidos, pelas mãos de artistas como Eric Clapton. Só aí foi aceito pela maioria branca dos Estados Unidos, que não queria a sua juventude íntima da música negra. A melodia simples e dorida dos campos de algodão finalmente ganhava as rádios e os corações dos americanos.

“Vermelho, Branco e Blues” mostra clássicos do estilo musical e conta como o ritmo invadiu a América. Dirigido por Mike Figgis (Despedida em Las Vegas),  o quarto filme da série “Blues – Uma viagem musical” passeia pela música dos anos 60 com os acordes de Eric Clapton, Jeff Beck, Tom Jones e Van Morrison para mostrar como a invasão britânica reintroduziu o blues na América.


O filme examina as circunstâncias desse período vibrante e conta com a participação do próprio Figgis, tocando com uma pequena banda. A produção conta ainda com performances de B.B. King e Muddy Waters, e das bandas Cream e Rolling Stones, entre outras. Impagáveis as passagens em que B.B. King explica como faz os blends, aquela variação sonora em que o instrumentista muda a tensão da corda da guitarra com a mão esquerda, característica fundamental do ritmo blues.

Com produção de Martin Scorsese, a série “Blues – Uma viagem musical” é composta por sete longas-metragens impressionistas que mostram, a partir da perspectiva de Charles Burnett, Clint Eastwood, Mike Figgis, Marc Levin, Richard Pearce, Wim Wenders e do próprio Scorsese, a essência do Blues e sua influência, desde as raízes africanas até os dias de hoje.

Van Morrison

Fique de olho nos próximos programas, sempre às 23h30m de sábado. Compre uma garrafa de bourbon e se emocione:
26/6 – De volta para casa (Martin Scorsese).
03/7 – Padrinhos e afilhados (Marc Levin).
10/7 – Piano Blues (Clint Eastwood).

O Entrelinhas deste domingo (20) às 21h30 faz uma homenagem ao escritor português José Saramago. E, amanhã, 22 horas, José Serra é o convidado da Roda Viva. Saia um pouco da Globo – pode ser bom para sua inteligência – e adote a TV Cultura/SP, nestes dias bicudos de Copa do Mundo.

Uma viagem pelo mágico mundo dos blues na Cultura-SP.

A TV Cultura-SP apresentou ontem “A estrada para Memphis”, um extraordinário documentário sobre a música negra. Com produção de Martin Scorsese, a série “Blues: Uma Viagem Musical” reúne incríveis documentários numa coleção que foi indicada ao prêmio de Melhor Documentário Musical no Grammy Awards de 2005.
Além de Scorsese, os episódios, divididos em sete longa-metragens, foram dirigidos por nomes como Clint Eastwood, Wim Wenders e Mike Figgs e apresentam interpretações raras de lendas, dentre elas Muddy Waters, Eric Clapton, B.B. King, Bonnie Raitt, Lou Reed, Tom Jones, Los Lobos, Lucinda Williams. As edições apresentadas são Alma de um homem, Se aquecendo no fogo do diabo, A estrada para Memphis, Vermelho, Branco e Blues, De volta para casa, Padrinhos e afilhados e Piano Blues.

A “Estrada para Memphis” é um dos episódios dessa produção singular. O diretor Richard Pearce (The Long Walk Home, Leap of Faith) traça a odisséia musical da lenda do blues B.B. King em um filme que presta homenagem à cidade que deu origem a um novo estilo de Blues. A homenagem de Pearce a Memphis apresenta performances originais de B.B. King, Bobby Rush, Rosco Gordon e Ike Turner, bem como imagens históricas de Howlin Wolf e Rufus Thomas.´

No dia 19 de junho será apresentado o episódio “Vermelho, Branco e Blues”.
O diretor Mike Figgis (Despedida em Las Vegas, Time Code) junta-se a músicos como Van Morrison, Eric Clapton, Jeff Bock e Tom Jones, tocando e falando sobre a música dos anos sessenta e a invasão britânica que reintroduziu o som do Blues na América. O filme examina as circunstâncias deste período vibrante. O próprio Figgis participou, ainda que de uma maneira menor, neste período da história, tocando numa banda de blues com Bryan Ferry, uma banda que foi o núcleo para o primeiro Roxy Music.

No dia 26 de junho, será apresentado o episódio “De volta para casa”. Martin Scorsese faz uma homenagem ao blues do Delta do Mississipi. O músico Corey Harris viaja para o Mississipi e para a África Ocidental, explorando as raízes da música. O filme celebra o início dos bluesmen do delta através de performances originais de Willie King, Taj Mahal, Otha Turner, e Ali Farka Toure e raras imagens de arquivo de Son House, Muddy Waters e John Lee Hooker.

A qualidade de som e imagem (filme transposto para vídeo) é excepcional. O site da emissora não informa sobre reprises, mas é bom ficar de olho, pois é costume da TV Cultura reprisar seus melhores programas. Confira em Viagem Musical.