Wagner poderia ter previsto a esbórnia e o desmando.

Uma pergunta fica sem resposta: o que Jaques Wagner foi fazer em Cuba, se sabia que a greve estava na porta do Palácio de Ondina? Wagner minimizou a crise e agora precisou permitir que dona Dilma assumisse o comando do Estado, numa intervenção sem precedentes na história da Bahia republicana.

Onde estaria o P2 – Serviço de Informações da Polícia Militar que não informou ou subestimou o movimento de praças e soldados? Onde estariam os analistas e o serviço reservado do Governador? Não negociar é um erro. Não se antecipar e estar a cavaleiro da situação é outro bem mais grave.

No momento em que a Segurança Pública passa a ser comandada pelas Forças Armadas, Wagner não mostra prestígio com o Governo Federal. Mostra que poucos acreditam na sua voz de comando e na sua capacidade de negociação com os grevistas.

Wagner paga caro duas vezes: primeiro por gerar insatisfação geral na tropa, que tem uma força eleitoral forte.  E pior: passa recibo de leniência para toda a população. Se a esbórnia continuar acontecendo em Salvador, com mortes, assaltos e arrastões, melhor Wagner nem apoiar um determinado candidato à Prefeitura. A metade da população não entende o que está acontecendo. Mas a outra metade entende e vai certamente eleger um candidato que não seja apoiado pelo Governador.

Ministro dos Transportes beneficiou doadores de campanha ao Partido da República.

Vale a pena ler com atenção, no site da Isto é, a denúncia da revista sobre a relação entre doações de campanha ao Partido da República e as empreiteiras beneficiadas com obras. 

Pelo andar da carruagem, Dilma vai ter que sair com uma lanterna às ruas, como Diógenes, procurando por um homem honesto para assumir o Ministério dos Transportes e o DNIT. O PR, por seu turno, deveria trocar sua sigla para PRE: Partido da República da Esbórnia.