
A revista Time publicou esta semana uma matéria incisiva sobre o alinhamento diplomático brasileiro com as posições chinesas sobre a escalada nuclear do Irã. O presidente Luiz Inácio foi também firme na posição de que não se deve colocar o Irã contra a parede, reforçando sua posição de interlocutor privilegiado. E a chanceleria brasileira negou qualquer alinhamento ideológico das posições brasileiras. O texto da revista Time:
A secretária de Estado, Hillary Rodham Clinton, enfrenta uma batalha difícil para conquistar o apoio do Brasil das Nações Unidas para sanções contra o Irã. Hillary esteve em Brasília na quarta-feira para conversações
destinadas a persuadir altos funcionários brasileiros, com o intuito de votar na ONU novas sanções contra o Irã, por ignorar pedidos para provar que seu programa nuclear é pacífico e não visa o desenvolvimento de armas.
O Brasil é membro votante do Conselho de Segurança e seu apoio será fundamental para solidariedade internacional contra o assunto.Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um opositor ferrenho de sanções e está buscando estreitar os laços com o Irã. Ele acolheu o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad no ano passado e definiu a visita ao Irã em maio. Como o Brasil se afirma como uma potência crescente nas Américas e no cenário mundial, os funcionários americanos querem convencer Lula à assumir uma maior responsabilidade pela segurança global, particularmente na questão iraniana.
Antes de chegar ao Brasil na terça-feira à noite, Hillary disse que ia explicar a posição americana ao presidente Lula. Que o Irã tem o direito à energia atômica, mas não à armas. “A recusa do País em confessar tudo sobre seu programa nuclear têm intenções de violar as resoluções do Conselho de Segurança e deve ser punido”, disse ela.
“Ele foi encontrado violando as regras pela Agência Internacional de Energia Atômica e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Estes não são problemas encontrados pelos membros dos Estados Unidos.São problemas da comunidade internacional .
“E a discussão sobre o programa nuclear do Irã é nas Nações Unidas. Será o tema do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Então eu quero ter certeza que ele (Lula) tem o mesmo pensamento que temos sobre a forma como este assunto vai acontecer. ”
O governo Obama, apoiado por seus aliados Europeus( Grã-Bretanha, França e Alemanha), é o líder encarregado de impor novas sanções ao Irã. Eles
parecem ter ganho o apoio relutante de tradicionais sanções inimigas como a Rússia, mas não a de Membros do Conselho, Brasil e China.
Hillary, disse ao Congresso na semana passada que ela esperava novas sanções em apenas 30 a 60 dias. Mas na segunda-feira parece que o cronograma foi revertido, pois ela informou que seria “nos meses próximos.”
O comentário, feito quando ela voou do Uruguai para Argentina, durante um tour de uma semana da América Latina, parecia refletir dificuldades em ganhar amplo apoio às sanções impostas, mesmo após o chefe da Agência Nuclear das Nações Unidas avisar que não poderia confirmar que todas as atividades nucleares do Irã são pacíficas.
O presidente russo, Dmitry Medvedev, disse que Moscou está pronto para considerar novas sanções. Mas a China, que também detém poder de veto no Conselho de Segurança, permanece oposta à idéia.
O Irã já está sob três conjuntos de sanções da ONU por recusar o congelamento do enriquecimento de urânio – um caminho potencial para armas nucleares – além de outras atividades, gerando preocupações de que
visam produzir uma ogiva de material físsil. A ONU insiste que é só fazer o enriquecimento de combustível nuclear para uma rede de reatores previstos.(Traduzido pelo editor com auxílio das ferramentas de idioma do Google).
