
Dados do Censo Escolar 2013 sobre matrículas e infraestrutura das escolas brasileiras são disponibilizados em primeira mão pelo portal QEdu
No Brasil, há um projeto de lei em tramitação que prevê a obrigatoriedade de um acervo com pelo menos um livro por aluno em cada instituição de ensino do país. Mesmo assim, somente 35% das escolas brasileiras possuem bibliotecas. Os números foram disponibilizados em primeira mão pelo QEdu, portal aberto e gratuito que passa a oferecer a partir de hoje os dados mais recentes do Censo Escolar 2013 sobre infraestrutura e matrículas de todas as escolas públicas e privadas do Brasil.
Ao longo de 2014, a ferramenta também atualizará os microdados do Censo Escolar referentes a taxa de aprovação e abandono escolar e distorção idade-série. E, ainda no mês de maio, os dados de evolução do Censo de 2010 até 2013 também estarão visíveis para consulta.
Para facilitar a pesquisa do usuário, o número de alunos matriculados está organizado por etapa escolar. Já os dados de infraestrutura estão divididos em categorias como alimentação, serviços (água, energia, esgoto e coleta de lixo periódica), dependências (biblioteca, cozinha, quadra de esportes, laboratórios, sala de leitura, etc.), equipamentos (DVD, impressora, retroprojetor, televisão e outros), tecnologia (internet e banda larga) e acessibilidade.
O site é destinado a secretários de educação e gestores escolares, que a partir de dados da sua cidade, estado ou escola, têm uma visão geral da educação na sua área de atuação com possibilidade de comparação com outras escolas e localidades.
O portal também atende a sociedade interessada em indicadores educacionais e a imprensa, que usa o QEdu como ferramenta para análise de dados sobre a educação brasileira. Na ferramenta, também são disponibilizadas informações sobre a qualidade do aprendizado em cada escola, município, estado e país a partir do desempenho dos alunos na Prova Brasil.
O projeto foi criado pela startup Meritt em parceria com a Fundação Lemann, instituições que acreditam que políticas educacionais devem ser baseadas em evidências e, por isso, construíram o QEdu com o intuito de promover o debate público. A ferramenta auxilia no entendimento do cenário atual da educação brasileira e pode fomentar diferentes abordagens para a melhoria da qualidade do ensino e do aprendizado no país. Entre as muitas informações e dados oferecidos pelo QEdu, veja algumas destacadas abaixo:
- Na comparação com outros estados do Brasil, a rede particular de São Paulo é a que tem o menor número de escolas equipadas com bibliotecas do país: 39% (em 2011, eram 38%). Na esfera estadual, São Paulo também tem o menor porcentual de escolas com bibliotecas em todo o país: apenas 13% (em 2011, eram 11%). Vale ressaltar que o percentual é baixo justamente devido à inexistência da figura do bibliotecário.
Enquanto isso, as escolas particulares de Acre e Amapá são as mais bem equipadas, com 93% e 89% de instituições com biblioteca, respectivamente.
Discute-se muito no país a necessidade de inovação e da formação de mais profissionais nas áreas científicas. De acordo com os dados do QEdu, apenas 30% das escolas estaduais do país tem laboratório de ciências, onde estão a grande maioria dos alunos do ensino médio da rede pública; na rede particular, no entanto, esse número é ainda mais baixo, apenas 21% das escolas têm esse laboratório. O dado mostra que, nesse quesito, as escolas privadas estão em pior situação do que as públicas.
Em todo o Brasil, a rede particular do DF é a mais preparada em questões de acessibilidade: 85% das escolas têm dependências acessíveis. A rede pública estadual do DF (com 638 escolas) também lidera, indicando total de 60% neste mesmo quesito. A rede particular de São Paulo, por outro lado, tem os menores índices: apenas 11% das 9.974 escolas têm dependências acessíveis (em 2011, esse número era de 9%).
Matrículas em creche, que são um dos gargalos da educação infantil, cresceram 23% no país: 2,7 milhões de matriculados em 2013 ante 2,2 milhões 2011.
Diante de um cenário em que cada vez mais se discute a importância da tecnologia aliada ao ensino e seu impacto na aprendizagem dos estudantes, apenas 58% das escolas do país têm acesso à internet, revelando que mais de 80 mil escolas brasileiras não possuem conexão à rede.
Para entender o Censo Escolar
O Censo Escolar é um levantamento de estatísticas educacionais de âmbito nacional realizado todos os anos e coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação. Feito com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de Educação e com a participação de todas as escolas públicas e privadas do país, trata-se de um levantamento utilizado para auxiliar no diagnóstico, planejamento e na elaboração das políticas públicas educacionais do país.
Os dados do Censo Escolar são públicos e disponibilizados para toda a sociedade, devido à importância e necessidade de que estados, municípios e as próprias escolas conheçam melhor a sua realidade e a do local em que estão inseridos. Todos os níveis de ensino são envolvidos: ensino infantil, ensino fundamental, ensino médio e EJA.
Sobre o QEdu
O QEdu é um portal aberto e gratuito, onde você irá encontrar informações sobre a qualidade do aprendizado em cada escola, município e estado do Brasil. Queremos que, por meio do QEdu, toda a sociedade brasileira tenha a oportunidade de conhecer melhor a educação no país. O projeto foi criado pela startup Meritt em parceria com a Fundação Lemann para mostrar números sobre aprendizado dos alunos e qualidade de ensino de forma visual e gratuita.
Escolas de Excelência
Segundo o site, que confere o selo de Escola de Excelência (EE) para escolas públicas que tenham se sobressaído no atendimento aos seus alunos, das 215 escolhidas em todo o País, nenhuma está na Bahia. No Nordeste, o Piauí tem duas escolas EE, Pernambuco tem uma e o Ceará, 18 escolas EE. Entre os vizinhos do Norte, o Tocantins tem 2 e o Maranhão, uma. Enquanto isso, em Minas Gerais, 109 escolas tem o selo EE. É o Estado com melhor colocação no País.
Foram encontradas pelo estudo 215 escolas públicas que atendem alunos de baixo nível socioeconômico e que garantem o aprendizado de seus alunos. Essas escolas passaram pelos seguintes critérios:
Na média, alunos de nível socioeconômico baixo. A partir deste critério, as escolas foram divididas em sete categorias, e apenas as que estavam nas categorias muito baixo, baixo, médio baixo e médio foram consideradas;
Pelo menos 70% dos alunos com nível adequado em matemática e em língua portuguesa*;
Máximo de 5% dos alunos no nível insuficiente em matemática e em língua portuguesa**;
Taxa de participação de pelo menos 70% nas avaliações de matemática e língua portuguesa, no 5º ano;
Evolução no Ideb de 2007 para 2009 e de 2009 para 2011;
Um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mínimo, em 2011, de 6,0.
