Lavoura de soja, nas proximidades de Luís Eduardo Magalhães: plantada, replantada e ainda com estande abaixo do necessário para uma boa produtividade.
Depois de três anos de boas chuvas e produção farta, parece que a safra de 2019-2020 não terá o mesmo comportamento no Oeste baiano. Estamos no meio do mês de dezembro e praticamente ainda não choveu. E as previsões para a semana entrante não são as melhores, com aumento de temperatura (34 graus em Luís Eduardo e até 38 graus em Barreiras), sem previsão de chuvas.
Na temporada 2015/2016 o total de chuvas foi de 810 mm, um ano regular. Em 2016/2017, foram 949,25 mm e 1097 mm em 2017/2018, quase o mesmo de 2018/2019. Não temos dados deste ano, mas acreditamos que ainda estamos abaixo dos 100 mm nos meses de outubro, novembro e dezembro, também os de temperaturas mais elevadas.
Lavouras de soja próximas a sede do Município já foram plantadas, replantadas e ainda não tem um estande propício a boas produtividades.
A mesma escassez de pluviosidade acontece no Tocantins e no Piauí, onde o pessoal está plantando e replantando depois de cada pancadinha esparsa, mas já fora da janela de maior produtividade, 15 de novembro a 15 de dezembro.
A seca na estação talvez ajude a aumentar a produção de milho e sorgo, que se encontra com preços acima da média histórica e fazendo falta para os produtores de aves de todo o Nordeste.
Chuvas só devem chegar ao Oeste baiano na última semana do ano. Será tarde para plantar soja. Milho e sorgo devem ser opção.
Afirmação do deputado Eduardo Salles, sobre os irrigantes que dependem do lago de Sobradinho, hoje com apenas 18% de sua capacidade:
“Na mesma época do ano passado, o volume útil do lago era de mais de 50%. Nunca vi uma situação tão dramática.” E ratifica:
“Os números são assustadores e as providências tem que ser imediatas. Ele lembrou ainda que, somente no Vale do São Francisco, cerca de 240 mil empregos em mais de 120 mil hectares irrigados movimentam toda a economia da região, que está ameaçada nesse momento.”
A energia eólica cresce rapidamente, em termos tecnológicos, com a velocidade dos ventos que a impulsionam. A Alstom inaugurou o Haliade 150 na França, o maior aerogerador offshore do mundo.
Oaerogerador Haliade 150 de potência 6MW, foi desenvolvido como resposta a uma oferta lançada pelo governo francês em Julho de 2011, cujo objetivo é instalar 3 GW de energia obtida através de aerogeradores offshore na costa francesa até 2015.
O aerogerador e sua estrutura de suporte têm um peso total de 1.500 toneladas.
Brasil, pouca prioridade
Hoje damos pouca atenção, como consumidores, à energia eólica. No entanto, com as dificuldades hídricas que enfrentamos, talvez seja a única alternativa, no Brasil, para crescer rapidamente a oferta de energia com custos semelhantes aqueles das hidrelétricas.
O País está projetando até o final do ano que vem 5 gigawatts de energia eólica, para uma demanda que oscila entre 80 e 85 GW, portanto mais de 6% da demanda recorde.
Energia suja
O Brasil utiliza a energia termoelétrica, cara e poluidora, de forma estratégica. Esse uso ocorre quando há diminuição de água, provocada pela carência de chuvas, nas represas que abastecem as usinas hidrelétricas.
Existem em nosso país cerca de 50 usinas termoelétricas, espalhadas por vários estados. Todas estas usinas em funcionamento podem gerar cerca de 15 GW de energia, correspondendo a 7,5% de participação no sistema elétrico nacional, semelhante à geração, em plena carga, da Hidrelétrica de Itaipu, cujos 50% de operação pertencem ao Paraguai.
Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal, mostram que a capacidade de geração de energia por termoelétricas cresceu 68% entre 2008 e 2013, passando de 22 gigawatt para 38 gigawatt. No mesmo período, a capacidade instalada das hidrelétricas teve expansão de 11%, para 86 GW, comprometidos em mais de 70% nesta última seca, principalmente no sudeste, centro-oeste e nordeste. Com isso, a participação das termoelétricas na matriz elétrica brasileira subiu de 22,3% para 30,4% no período, enquanto o peso das hidrelétricas caiu de 75,3% para 68% – ainda alto quando comparado internacionalmente. Com informações da Alstom, da BBC Brasil e do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Crise hídrica do cacete: a Sabesp está a quatro meses sugando o volume morto, e nada! O bom humor é do Tutty Vasquez, no Estadão. A par da piada, o que está acontecendo na grande São Paulo é trágico. Mesmo que chova bem neste verão, a Metrópole ainda sofre riscos de ficar absolutamente sem água na seca de 2015. Sem investimentos da ordem de R$8 bilhões e uma radical mudança de mentalidade no consumidor, a catástrofe de viver sem água pode acontecer num futuro próximo. Aproveitamento de água da chuva em prédios e residências, utilização de água de reuso para atividades industriais, diminuição de vazamentos na distribuição e redução crucial de consumo são ações eletivas que devem ser empregadas de pronto.
Que o exemplo sirva para o Oeste baiano, onde se desperdiça água do aquífero Urucuia e dos rios das bacias do Grande e do Corrente, apesar de duas temporadas de verão com pouquíssima chuva. E ainda se corre o risco de contaminação do lençol freático profundo com a possibilidade de extração do gás de xisto, através do método de fratura do solo.
Sem a reconstituição das cabeceiras dos nossos rios e veredas, como o córrego dos Cachorros e Janeiro, Fêmeas, Éguas, Corrente, Preto, Branco, Cariranha, contribuintes do Grande e do combalido São Francisco, estamos no caminho da desertificação.
“Os pivôs centrais tiram água num volume muito grande do aquífero. Mas a gente não quantificou isso para dizer que é excessivo. O fato de ter desmatamento, o fato de ter ocupação das margens dos rios da diminuição das matas ciliares isso também tem reflexo grande”, fala Joana Luz, professora da Universidade Federal da Bahia.
Aqui também precisamos mudar de mentalidade: agricultores precisam se tornar produtores e guardadores de água e devem ser remunerados por isso, como já acontece em outras regiões do País. “O mau uso do solo, ou a impermeabilização do solo, ou o uso de contaminantes seja na agricultura ou na área urbana acaba trazendo um risco para os rios do cerrado, tanto pra qualidade da água quanto para quantidade da água”, diz o hidrologista da Embrapa Cerrados, Jorge Enoch.
O Produtor de Águaé uma iniciativa da ANA – Agência Nacional de Águas que tem como objetivo a redução da erosão e assoreamento dos mananciais nas áreas rurais. O programa, de adesão voluntária, prevê o apoio técnico e financeiro à execução de ações de conservação da água e do solo, como, por exemplo, a construção de terraços e bacias de infiltração, a readequação de estradas vicinais, a recuperação e proteção de nascentes, o reflorestamento de áreas de proteção permanente e reserva legal, o saneamento ambiental, etc. Prevê também o pagamento de incentivos (ou uma espécie de compensação financeira) aos produtores rurais que, comprovadamente contribuem para a proteção e recuperação de mananciais, gerando benefícios para a bacia e a população.
A concessão dos incentivos ocorre somente após a implantação, parcial ou total, das ações e práticas conservacionistas previamente contratadas e os valores a serem pagos são calculados de acordo com os resultados: abatimento da erosão e da sedimentação, redução da poluição difusa e aumento da infiltração de água no solo.
Comparado aos últimos dois anos, as chuvas foram mais volumosas em 2014 no Nordeste do país. No entanto, existem áreas como o oeste da Bahia que não registram uma gota sequer, há mais de 100 dias. Nesta época do ano são as Ondas de Leste que trazem chuva para a costa leste da região. O oeste da Bahia só vai voltar a ver as primeiras pancadas significativas de chuva com o avanço de algumas frentes frias a partir de novembro.
Nesta sexta, dia 11, nada muda e as chuvas continuam na faixa litorânea da Região Nordeste, associadas a uma frente fria e também às Ondas de Leste. Há previsão de temporais e elevados acumulados entre a faixa litorânea do Ceará e a do Rio Grande do Norte, mas de maneira localizada. A maior parte do interior do Nordeste continua com tempo firme e ensolarado, o que favorece a elevação das temperaturas à tarde e também o declínio da umidade relativa do ar.
No sábado, dia 12, os ventos que chegam do mar ainda formam nuvens carregadas na costa do Nordeste. Os maiores acumulados serão registrados no litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte, onde há risco de chuva forte, inclusive na capital, Natal. Ainda não há previsão de chuva para o interior da região e as temperaturas continuam elevadas. As chuvas fracas e de baixos acumulados também continuam no sul da Bahia.
No domingo, dia 13, os ventos ganham força e conseguem levar a chuva para o interior do Nordeste. Chove desde o centro-norte do Maranhão até a Paraíba, além do litoral da Bahia.
A colheita da soja de ciclo curto segue com boa produtividade
As notícias da seca no Centro-Sul do País e em fronteiras agrícolas como o Mapitoba preocupam os produtores.
O CEO da BrasilAgro uma das mais importantes companhias agrícolas do país, disse hoje, ao Valor Econômico, que tem preocupado o tempo quente e seco na região do Mapitoba — que inclui as fronteiras dos Estados de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, onde se concentram os negócios da empresa. Entretanto, ainda é cedo para quantificar perdas. “No Piauí, o temor é menor, mas na Bahia a situação é mais complicada”, disse Julio Toledo Piza
De acordo com informações do Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, produtores brasileiros de soja estão com as atenções voltadas à produtividade, especialmente das lavouras em desenvolvimento e em fase final de ciclo. No início do cultivo, as preocupações de produtores estavam relacionadas ao ataque de pragas, depois, aos fungos, especialmente a ferrugem asiática, e, agora, à baixa umidade do solo no Centro-Sul do Brasil.
Na Argentina, o clima também está seco em algumas áreas produtoras. Mesmo com o clima seco, as lavouras em colheita no Brasil apresentam produtividade acima da média. Assim, tudo indica que a baixa umidade tende a ter impacto sobre as lavouras que serão colhidas a partir do final de fevereiro.
Quanto à comercialização no Brasil, segundo pesquisadores do Cepea, o pouco volume do grão desta nova safra já tem sido disputado. Apesar das preocupações com o clima e da boa demanda, a estimativa de safra recorde mantém a pressão sobre os valores.
Com a conclusão do terminal graneleiro no porto de Itaqui, a procura pela soja, no Maranhão, Tocantins e Piauí, tem aumentado em 30% pelas tradings que operam no mercado relacionado.