Há 68 anos a Argentina chora Evita Peron, no poder até hoje.

Há 68 anos falecia Evita Perón, uma mulher símbolo da Argentina. Acometida por um câncer aos 33 anos, Eva deixou um legado que permanece presente na política do país.

Leia o excelente relato de Brasil de Fato.

Quando tudo se acalmou no país, o corpo de Evita foi trazido de volta à Buenos Aires, quando foi então sepultado no mausoléu da família Duarte, no Cemitério da Recoleta, onde está até hoje. Isso aconteceu em 1976.

A Venezuela é a prova de que a história sempre se repete

Vão embalsamar Hugo Chávez Frías e expor permanentemente seu corpo. Eu não disse que estavam criando a Evita Peron da Venezuela?

Um texto de Michael Scully, publicado na revista Reader´s Digest, em 1956, dá uma idéia do processo de beatificação de Evita, o mesmo que deve acontecer na Venezuela:

Eva_Perón_-_Cadáver_momificado_con_Dr_Pedro_Ara-_1953-55“Mas nem Mussolini nem Hitler levaram a sua loucura auto-induzida ao ponto de tentarem publicamente usurpar o lugar de Deus. Perón tentou.(…)Foi nesse ponto que começou a divinização de Perón. Evita deu o tom: ‘Só há um Perón…Ele é um Deus para nós…Nosso sol, nosso ar, nossa vida.’ Um ministro de governo equiparou Perón a Cristo, Maomé e Buda, como fundador de uma grande doutrina religiosa! A máquina de propaganda começou a espalhar folhetos e alusões dessa espécie. Ao mesmo tempo, empreendia-se uma campanha para canonizar Evita. Em outubro de 1951, ela foi apresentada a uma multidão peronista como ‘Nossa Senhora da Esperança’ e o próprio Perón rematou a reunião, proclamando um novo feriado, o ‘Dia de Santa Evita’. Depois da morte de Evita, em 1952, a neurose deliberada se agravou. Um porta-voz peronista, falando da sacada do palácio do governo, dirigiu-se a ela como ‘mãe nossa que estais no céu’. Exibiu-se um filme intitulado Evita imortal e a revista Mundo Peronista divulgou na capa uma Evita santificada, a quem não faltava a auréola.”

Em pouco dias começam os milagres. E mais um populista, pai do povo, tornar-se-á eterno. A Argentina deve tudo que já foi e não é mais ao peronismo. A Venezuela é a prova de que a história sempre se repete.

Os peronistas e as relações com a Rússia.

Evita e Juan Domingo Perón

Vale a pena dar uma passada na reportagem de ISTO É desta semana, sobre o livro “O Ouro de Moscou”, de Isidoro Gilbert, que trata das relações de Juan Domingo e Evita Perón com a então URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. As ligações financeiras e políticas dos autoritários e assistencialistas do Partido Justicialista são exemplo histórico marcante na América Latina, num modelo que se repete até hoje em vários países. Enquanto a revista e o livro não chegam às rarefeitas bancas de Luís Eduardo e Barreiras, leia a reportagem.