Pela primeira vez em sete anos, a China cortou completamente as importações de soja dos Estados Unidos, aprofundando os efeitos da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (20) pela Administração Geral de Alfândegas da China mostram que, em setembro, quando tradicionalmente são fechados novos contratos de exportação, nenhuma carga do grão americano desembarcou nos portos chineses.
O prêmio de exportação é a diferença entre o preço do produto físico em determinada praça e a cotação na bolsa de Chicago — Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
A paralisação das compras é reflexo direto das tarifas impostas pelos Estados Unidos durante a guerra comercial. Em resposta ao tarifaço americano sobre produtos chineses, Pequim elevou suas tarifas sobre a soja dos EUA, encarecendo o produto e reduzindo sua competitividade frente aos grãos da América do Sul.
Nos Estados Unidos, a colheita da soja começa em setembro, período que marca a transição entre safras e é crucial para a assinatura de novos contratos de exportação.
Em um ano típico, agosto é o mês em que as indústrias chinesas de ração animal fazem reservas antecipadas do grão americano, aproveitando preços menores e assegurando o abastecimento para o início do novo ano-safra.
Neste ano, porém, os compradores chineses não realizaram essas encomendas. Os embarques caíram devido às tarifas impostas pela China em março sobre as importações dos EUA e porque os grãos colhidos anteriormente, conhecidos como “safra antiga”, já haviam sido vendidos.
Segundo Wan Chengzhi, analista da Capital Jingdu Futures, “isso se deve principalmente às tarifas. Em um ano normal, alguns grãos de safra antiga ainda entrariam no mercado”.
Com o recuo americano, o Brasil reforçou sua posição de principal fornecedor de soja à China. Em setembro, as importações chinesas de soja atingiram 12,87 milhões de toneladas métricas, o segundo maior volume mensal já registrado.
Brasil aposta no sorgo como alternativa estratégica ao milho, com exportações para a China e destaque crescente no setor de biocombustíveis.
O brasileiro comum, principalmente nas grandes cidades, dificilmente já ouviu falar do sorgo. Muitos sequer sabem o que é, mas trata-se de um dos cereais mais cultivados no mundo. No Brasil, começa a ganhar protagonismo no agronegócio, deixando de ser visto apenas como uma cultura secundária.
Uso interno e expansão recente
Historicamente, o sorgo sempre esteve ligado ao mercado interno. A maior parte da produção era destinada à ração animal, especialmente para aves e suínos.
Nos últimos anos, porém, o grão passou a abastecer também a indústria de biocombustíveis, sobretudo na produção de etanol. Essa diversificação reforça sua relevância dentro da cadeia agrícola.
Uma das razões para o avanço do sorgo é a sua adaptabilidade. A planta se desenvolve bem em regiões quentes e secas, onde culturas como o milho encontram dificuldades. Essa característica o torna estratégico em cenários de irregularidade climática.
Rumo à exportação
Agora, o cereal inicia uma nova etapa. A partir de 2026, o Brasil poderá exportar sorgo para a China, após acordo firmado entre os dois países.
Segundo Lucas Sleutjes Silveira, da Advanta Seeds, o próximo passo é ajustar protocolos fitossanitários e padrões de qualidade. “A expectativa é que já na safrinha de 2026 o Brasil esteja apto a embarcar sorgo granífero para o mercado chinês”, afirmou.
O potencial desse mercado é enorme. Dados do USDA indicam que a China pode demandar até 7,9 milhões de toneladas por ano, o que representa cerca de 81% da importação global. Essa procura coloca o grão em posição de destaque.
Panorama global
Os Estados Unidos são os maiores exportadores, com 5,4 milhões de toneladas. Em seguida aparecem Austrália, com 2,6 milhões, e Argentina, com 1,4 milhão. Juntos, esses três países controlam 96% do comércio internacional.
O mais importante é que a conjuntura começa a abrir espaço para novos fornecedores, já que a área plantada nos EUA mostra sinais de retração.
Além disso, tensões comerciais entre Washington e Pequim reduzem a previsibilidade das compras chinesas.
Nesse cenário, o Brasil surge como candidato natural a ocupar parte desse espaço. O país produziu 5 milhões de toneladas na safra 2024/25 e se consolidou como o terceiro maior produtor mundial.
Vantagens da safrinha
Dentro do território nacional, o sorgo também ganha relevância. A cultura é considerada um “plano B” competitivo frente ao milho safrinha.
A tolerância à seca, a adaptabilidade a diferentes solos e o custo de produção até 30% menor são fatores decisivos. Essas vantagens tornam o grão uma escolha estratégica em janelas de plantio tardias.
Enquanto o milho precisa de mais água e corre risco em anos de estiagem, o sorgo mantém produtividade com menor estresse hídrico.
“O sorgo enfrenta a seca, mas não a fome. Se o produtor adota manejo nutricional adequado, pode colher até 200 sacas por hectare”, explicou o engenheiro agrônomo Wedersom Urzedo.
Em estados como Mato Grosso e Goiás, a expansão já é visível. Só em Goiás, a área deve crescer 2,2% em 2024/25, alcançando 393 mil hectares.
Outro vetor de crescimento é a bioenergia. Pesquisas mostram que o rendimento do sorgo para produção de etanol é semelhante ao do milho, mas com custo de aquisição menor.
Usinas em Mato Grosso do Sul, Maranhão e Vale do Araguaia já adaptaram suas linhas para processar os dois grãos, criando modelos híbridos.
Além disso, o subproduto do etanol, o DDG, é altamente proteico e pode ser usado na alimentação animal. “O DDG gerado após a produção de etanol é altamente proteico e pode ser usado na alimentação animal, agregando valor à cadeia”, destacou Ana Scavone, da Advanta Seeds.
Essa característica reforça a versatilidade do grão, que ainda serve como biomassa e cobertura de solo.
Tecnologia e inovação
O salto da cultura no Brasil está diretamente ligado ao avanço tecnológico. Entre as inovações está a tecnologia igrowth, que aumenta a tolerância do sorgo a herbicidas do grupo das imidazolinonas.
Isso garante maior eficiência no controle de gramíneas, um dos maiores problemas da lavoura. O resultado são colheitas mais limpas, uniformes e produtivas, com benefícios até para culturas subsequentes.
Outro destaque é o consórcio de sorgo com braquiária. Essa integração amplia a cobertura do solo, aumenta a biomassa e fortalece sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, conhecidos como ILPF.
Desafios do cultivo
Apesar dos avanços, o sorgo ainda enfrenta desafios. O controle de pragas como percevejos, lagartas e pulgões exige atenção constante.
Doenças fúngicas também representam riscos à lavoura. Empresas de pesquisa já oferecem soluções específicas, mas o manejo segue como fator decisivo.
A nova safra de arroz deve ser colhida durante o mês de março e chegar ao mercado já com um novo patamar de preços. Segundo o presidente da Federarroz (Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), Alexandre Velho, o grão deve registrar aumento entre 20 e 30% nas prateleiras dos supermercados já no final de fevereiro.
Entre os motivos para este reajuste estão a diminuição na área cultivada, que caiu 250 mil hectares nos últimos 5 anos, ficando em 940 mil hectares para esta safra, e o aumento nas exportações brasileiras, que encerraram 2019 maiores do que 1,4 milhões de toneladas, antes expectativa de 900 mil toneladas no início do ano passado.
Velho destaca que em 2019 o Brasil registrou o primeiro embarque de arroz para o México, e também exportou para o Iraque e Estados Unidos, impulsionado pela alta do câmbio, conjuntura internacional e quebra da safra americana.
Para 2020 a expectativa é ampliar e fortalecer os laços com as empresas mexicanas e seguir buscando novos destinados para o grão brasileiro.
A China deve continuar sofrendo as consequências do surto de Peste Suína Africana em 2020, de acordo com relatório do Rabobank sobre as perspectivas da Peste Suína Africana, divulgado esta semana.
Entretanto, apesar da previsão de continuidade na redução dos planteis, a expectativa é que no segundo semestre o país asiático comece a se recuperar lentamente da crise, aumentando em cerca de 8% dos rebanhos, mas ainda assim, o ritmo das importações de proteínas animais deve seguir aquecido.
Em 2020 deve haver concorrência mais intensa pelas importações de suínos por outros países da Ásia, como Vietnã e Filipinas, já que os surtos da doença vão continuar.
Na Europa, o relatório aponta que a doença saltou grandes distâncias na Polônia e na Sérvia, podendo ser causa de ação humana. Novas descobertas de carcaças contaminadas impedem o processo de recuperação na Bélgica
Como muitas matrizes são retidas para reabastecimento, a escassez de porcos para abate piorará nos próximos meses na China, mas devido à atual tendência de elevar os porcos a pesos mais pesados, esperamos a queda de oferta na carne em cerca de 15% em 2020, em comparação com 2019.
Sendo assim, as importações feitas pelo país devem aumentar, o que pode beneficiar o Brasil, que teve mais plantas da agroindústria habilitadas este ano para exportar produtos para a China.
A expectativa para o ano que vem é que o Brasil continue liderando as exportações de aves para a China.
Por José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS)
“E vem aí o novo recorde de safra no Brasil. Uma boa notícia perante a tristeza do pífio crescimento do PIB em 2019, em torno de 1%, ou abaixo disso.
Os produtos com maior aumento de área plantada foram o milho segunda safra (819,2 mil ha), soja (717,4 mil ha) e algodão (425,5 mil ha). A soja apresentou um crescimento de 2% na área de plantio, chegando a 35,9 milhões de hectares.
Iremos para 240,6 milhões de toneladas de grãos, 5,7% a mais do que na safra passada. Não fosse o crescimento da safra brasileira e o resultado positivo, nossa situação econômica seria muito mais aflitiva.
Dessa forma, economicamente falando, o agro para o governo Bolsonaro por enquanto o está salvando. Entretanto, para que possamos crescer o agronegócio brasileiro agora, não o conseguiremos mais sem um planejamento.
Precisamos de comunicação. Primeiro mostrar aos clientes internos e externos o agro brasileiro legal. Aquele que não faz desmatamento ilegal, que aplica defensivos corretamente, que tem as práticas conservacionistas e sustentáveis de acordo com o estado da arte científica.
Depois precisaremos consertar as imperfeições da ilegalidade no registro de terras e aperfeiçoar o grande drama da crise fundiária ilegal no país. E em paralelo a tudo isso, precisamos urgentíssimo de um business plan, ou seja, um plano de negócios, como qualquer empreendedor; desde o mais micro ao maior do mundo precisa fazer.
Uma meta de A a Z, de todas as cadeias produtivas brasileiras. Rumo a um trilhão de dólares para o agro nacional e um bilhão de toneladas de produtos em cinco anos; ou fazemos isso ou não haverá o crescimento do PIB brasileiro.
Nota da Redação:
Se o Governo permitir, não interferindo ideologicamente na pauta de exportações brasileiras, como foram os casos recentes dos países árabes, da China e agora, o caso do milho para o Iran, a agropecuária ainda vai segurar a economia por um longo tempo. Por que de fato a indústria se afunda, de mãos dadas com o comércio e serviços.
O adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil manteve, neste início de fevereiro, sua estimativa para a safra brasileira de soja 2015/16 em 98 milhões de toneladas. A área de plantio estimada é de 33 milhões de hectares.
“Apesar das preocupações trazidas pelo tempo excessivamente quente e seco entre os meses de novembro e dezembro em algumas regiões, principalmente no estado de Mato Grosso, as boas chuvas de janeiro tem amenizado os impactos sobre a produtividade nestas áreas”, informou a nota da instituição reportada nesta terça-feira (2).
“O clima extremamente irregular no Brasil foi e continuará a ser a história principal da temporada 2015/16 de soja. E segundo previsões trazidas pelo Centro de Previsões Climáticas do Ministério da Ciência para os meses de fevereiro a abril confirmam que a forte influência do El Niño neste período deve continuar. As chuvas devem diminuir nas áreas semi-áridas do Brasil e aumentar nas regiões Sul e Sudeste”, informa o boletim.
Bunge, em Luís Eduardo Magalhães: capacidade de esmagar até 1,3 milhão de toneladas
Exportações
Sobre as exportações de soja do Brasil no ano comercial atual o adido também aposta em um volume elevado, alcançando um recorde dada a junção de uma demanda internacional ainda muito forte, principalmente por parte da China, e do dólar se mantendo ainda forte frente ao real agora em 2016. O total esperado é de 55 milhões de toneladas.
No ano passado, a moeda norte-americana se valorizou cerca de 40% sobre o real e não é esperada, pelo menos para o primeiro semestre de 2016, uma reversão deste quadro. Assim, as exportações continuam ainda bastante atrativas para os produtores brasileiros, apesar de os preços globais estarem mais baixos.
“Além disso, o expressivo volume de vendas antecipadas registrado nos últimos seis meses ainda reflete a indicação de que os sojicultores aproveitaram, e ainda pretendem aproveitar, os bons momentos do mercado de exportação”, informou o boletim do USDA.
Na temporada 2014/15, quando o Brasil exportou 54,25 milhões de toneladas, a China foi o principal destino da oleaginosa nacional, correspondendo pelas compras de 75% desse total.
E o adido destaca, ainda sobre as exportações brasileiras, algumas mudanças na logística nacional, como o crescimento das vendas externas por alguns terminais. No ano comercial anterior ao atual, cerca de 12,6 milhões de toneladas de soja do total exportado, ou 23%, deixou o país pelos portos do chamado Arco Norte – Ilhéus/BA, São Luís/MA, Itacoatiara/AM, Barcarena e Santarém,PA. “Isto reflete um aumento de 21% em relação à temporada anterior”.
Consumo Interno
Diante de uma demanda tanto interna quanto externa ainda aquecida e crescente, o adido brasileiro do USDA aumentou sua projeção para o processamento de soja da temporada 2015/16 para 40,2 milhões de toneladas e para a 2014/15 para 40 milhões.
Dessa forma, o órgão acredita ainda que a produção nacional de farelo de soja deva registrar um crescimento no atual ano comercial e também pelo consumo crescente no setor de aves e suínos. “O farelo de soja é o segundo ingrediente mais usado na fabricação de alimentação animal no Brasil”, lembra o boletim do USDA.
Além disso, as exportações brasileiras do derivado também podem registrar um incremento dado a um consumo maior em países como Indonésia, Vietnã e Tailândia.
Além disso, o report atribui ainda o aumento do processamento de soja no Brasil ao óleo de soja e seu uso maior na produção de biodiesel.
Durante missão na China, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, recebeu uma demanda inusitada de um empresário. O investidor disse ter interesse em importar 1 milhão de jumentos por ano. A história foi relatada pela própria ministra, pelo microblog Twitter.
“No seminário dos empresários chamou a atenção um investidor com um interesse que nos pareceu piada, mas não era. Ele quer importar jumentos para a China”, relatou Kátia Abreu. “Inacreditável, mas sua demanda é de 1 milhão de jumentos ano. Morro e não vejo tudo”, disse a ministra.
A mensagem da ministra gerou comentários bem humorados na rede social. Outra demanda diferente das demais foi a de uma empresa de fármacos, que quer 10 mil toneladas de casca de tangerina por ano para produzir óleos e essências.
A ministra fica até o fim desta semana na China. Do Estadão.
As exportações piauienses referentes ao mês de julho alcançaram US$ 41,5 milhões. O crescimento, de 67% em relação ao mesmo período de 2013, é apontado como o melhor de 2014.
Nos sete primeiros meses do ano, a soja, ceras vegetais, mel e algodão lideram o ranking, totalizando US$ 117,5 milhões. A soja responde por 58% do total de produtos enviados para o exterior.
“O desempenho crescente acompanha o comportamento nacional no período pós-colheita, com tendência de crescimento, reflexo dos investimentos em áreas de plantio e da boa produtividade”, explica a superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Sedet), Ivani Gonçalves.
Os principais países de destinos foram China, Estados Unidos, Holanda, Alemanha e Reino Unido. Mas apenas China e Estados Unidos representam 65,5% das negociações do mercado exportador para o Piauí.
O volume de produtos importados pelo Estado foi de US$ 161 milhões com saldo comercial negativo de US$37 milhões.
As exportações de soja do Brasil em abril somaram 8,25 milhões de toneladas e o volume registrou um novo recorde. O maior volume até então tinha sido o de maio de 2013, quando as vendas brasileiras foram de 7,95 milhões de toneladas. A média diária das exportações foi de 412,55 mil toneladas, com o preço médio de US$ 01,10/tonelada.
Tem ideia do que são 8,25 milhões de toneladas? Um bi-trem de 7 eixos carrega 35 toneladas. Portanto é carga para 235.714 caminhões, que estacionados mediriam alguma coisa como 5.892 km, uma distância maior que a rota entre Belem do Pará e o Chui, no Rio Grande do Sul (4.503), na fronteira com o Uruguai. O Brasil merecia construir uma meia dúzia de grandes ferrovias e de grandes portos para atender o setor que entra com 1/3 das exportações, 1/3 do emprego e mais de 20% do PIB do País.
Navios graneleiros esperam em Santos sua vez de atracar. Gargalo da infraestrutura compromete o escoamento da safra
Segundo o jornalista, economista e blogueiro Políbio Braga, o mais lido no Rio Grande do Sul, os chineses estão blefando com a suspensão dos carregamentos brasileiros de soja. O Grupo Sunrise, maior trading chinesa de soja, cancelou compra de 10 carregamentos do Brasil que haviam sido contratados para serem entregues em janeiro e fevereiro; outras 23 cargas esperadas para abril e junho podem ser igualmente canceladas. “Os chineses são estrategistas e estão disseminando informações como essas”, disse a Braga o diretor da Brasoja, Antonio Sartori. O editor falou com Sartori no final da tarde de quinta-feira.
Por que é tudo mentira? perguntou o Jornalista. Por que os chineses precisam comprar 63 milhões de toneladas de soja e não podem fazer isto nos EUA, que quebrou a safra no ano passado e não tem grãos, e não podem comprar da Argentina, porque os produtores locais estão retendo a produção, esperando desvalorização do peso. O Brasil colhe 82 milhões de toneladas e deve exportar 40 milhões de grãos.
O jornalista comenta ainda: “É verdade que as rodovias, ferrovias, hidrovias e portos estão atravancados, porque não há investimento em infraestrutura há muitos e muitos anos, mas neste momento, sem alternativa, os chineses terão que aguardar. Eles são mestres da paciência.”
E arremata: “Nesta quinta, demonstrando que o mercado não acredita nas notícias, a cotação da soja subiu 29 pontos em Chicago, batendo em US$ 14,49 o bushel.”
Com o recorde histórico alcançado pelas vendas externas baianas em 2012, de US$ 11,27 bilhões, a Bahia cresceu sua participação nas exportações do Nordeste e já responde por 60% do total da região, consolidando sua liderança. Mesmo com os efeitos da crise internacional, como queda de preços, retração de mercados e o aumento das medidas protecionistas, as exportações baianas cresceram 2,3% no ano passado em relação a 2011, graças ao desempenho das commodities agrícolas e minerais e do aumento das vendas para a Ásia, lideradas pela China. Continue Lendo “2012: exportações baianas crescem e respondem por 60% de todo Nordeste”
A Bahia está autorizada a exportar charuto para o mercado chinês. O Governo da Bahia diz que com isso vai reabilitar a cultura do fumo no Recôncavo e recuperar milhares de empregos diretos e indiretos perdidos na região com o fechamento de diversas fábricas, entre elas a Suerdieck.
Os Estados Unidos, que produzem seis vezes mais milho do que o Brasil, agora estão importando o produto do país sul-americano, reporta o Financial Times. Os produtores agrícolas americanos enfrentam a maior seca dos EUA desde 1956.
Empresários dos setores de pecuária, aves e etanol estão ficando “ansiosos” com as dificuldades da produção local, segundo o FT. O jornal entrevistou Alysson Paolinelli, que foi ministro da Agricultura no governo Geisel. Para ele, “o Brasil está se tornando cada vez mais competitivo em milho”. O político acredita que os EUA já produzem tudo o que podem dessa mercadoria, enquanto o Brasil ainda tem a possibilidade de melhorar seus problemas logísticos e “se tornar um grande exportador”. Do Estadão.
O milho é importante para o País não só como financiador da carne barata. É importante na necessária rotação de culturas para evitar a proliferação de doenças fúngicas e nematóides do solo. A pergunta agora é a seguinte: tem mercado, tem preço, mas onde está a infraestrutura necessária: silos, ferrovias e portos. No Mato Grosso, este ano, novamente o milho está sendo depositado nos pátios das grandes empresas armazenadoras.
Dentro de alguns dias, os primeiros navios carregados com milho produzido no Oeste da Bahia devem deixar o Porto de Ilhéus rumo ao mercado internacional. Será a primeira vez que o cerrado baiano, polo abastecedor de milho para o mercado interno, principalmente para o Nordeste, exportará o excedente da produção. As operações com as tradings foram articuladas através da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), que vê na exportação uma maneira de sustentar os preços ao produtor, na medida em que tira o excedente do mercado interno.
Nos últimos anos, os produtores do cerrado baiano tiveram sérios problemas de remuneração, pois os preços do milho estavam sempre abaixo do preço mínimo estipulado pelo Governo Federal. A situação resultou em uma retração da área plantada, considerada pela Aiba e técnicos, prejudicial, já que a rotação de culturas, sistema que depende da participação do milho na matriz, é essencial para a sustentabilidade econômica e ambiental da região.
Nesta safra, a área plantada com milho no Oeste da Bahia cresceu 60%, impulsionada pelo preço da commodity que subiu, depois de anos de depreciação contínua. Com a boa safra no Brasil, que teve incremento de 15%, o produtor teme que os preços caiam abaixo do mínimo, que é de R$20,10 para esta safra. A exportação, segundo a Aiba, se tornou uma opção para evitar o problema. “Com os preços da commodity em alta no mercado internacional e o cambio favorável para a exportação, os primeiros embarques já estão balizando os preços no mercado doméstico”, explica o presidente da Aiba, Walter Horita.
De acordo com o assessor de Agronegócios da Aiba, Jonatas Brito, pelo menos quatro navios já foram negociados e um quinto está em fase final de tratativas. Esses primeiros lotes foram formados através de um pool de produtores coordenado pela Associação. O Oeste já tem tradição em exportar a soja e o algodão, cuja produção é 50%, em média, destinada ao mercado internacional. A longo prazo, acredita o vice-presidente da Aiba, Sérgio Pitt, uma situação semelhante a esta pode acontecer com o milho “O Nordeste que era deficitário, hoje é autossuficiente na produção, agora começa a incorporar tecnologias, ganhando consequentemente mais produtividade. A região Oeste da Bahia é líder nacional em produtividade de milho. Enquanto no mundo se produz, em média, 86 sacas por hectare de milho, no Oeste colhem-se 155 sacas por hectare. Gera-se um excedente que, se exportado, mantem os preços em patamares sustentáveis, e estimula o produtor a plantar mais”, explica Sérgio Pitt. Outro fator importante para incrementar o plantio foi a entrada da China como compradora no mercado internacional de milho nas duas últimas safras.
Começou hoje o 13º Simpósio Nacional do Agronegócio Café – Agrocafé, em Salvador, comemorando 2011 pela exportação, com mais de U$8 bilhões de dólares de receita e mais de 33 milhões de sacas exportadas, o maior volume dos 284 anos de café no Brasil. O estado da Bahia tem, aproximadamente, 23 mil produtores de café. Destes, em torno de 90% são formados por agricultores com até 10 hectares de lavoura, focados no incremento da tecnologia, assistência técnica e infraestrutura como fatores de ganho de produtividade, qualidade e valorização dos produtos das pequenas propriedades.
O boi da Bahia precisa melhorias para exportação: castração, genética, rastreamento, fiscalização no abate, melhoria de pastagens e adaptações da indústria.
Representantes do Sindicato da Indústria da Carne e Derivados do Estado da Bahia (Sincar) participaram na última sexta-feira (11) de uma reunião com o embaixador da Nova Zelândia no Brasil, Mark Trainor, para conhecer os interesses neozelandeses na agropecuária baiana e apresentar os potenciais do estado, sobretudo, as oportunidades de investimento para melhoria do processamento de carnes. O encontro ocorreu na sede da Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), e foi ministrada pelo presidente da Federação, João Martins da Silva. A caprinovinocultura e a cadeia produtiva do leite também estiveram representadas no encontro.
A Nova Zelândia é sétimo maior exportador de carne bovina do mundo, tem um rebanho bovino aproximado de 9,5 milhões de animais, e exporta cerca de 80% do que produz. Ela contabiliza em torno de 30 milhões de ovinos. Nos últimos anos, recorrentes missões comerciais têm acontecido entre a Nova Zelândia e a Bahia, que incluíram a ida do governador Jaques Wagner para aquele país em 2010. Em junho deste ano, o Sincar também capitaneou uma expedição para buscar referências tecnológicas nas melhores e mais eficientes plantas industriais neozelandesas.
A proposta esboçada pelo embaixador na reunião da Faeb teve foco maior na transferência de know how. Um grupo de consultores neozelandeses já se encontra em terras baianas, dispostos a iniciar um trabalho de consultoria nas plantas industriais.
“Acho uma proposta muito interessante de se conhecer. Mas, também, assinalo que há muito espaço para atração de investimentos neozelandeses em todo o estado. Já temos aqui um caso de sucesso com a produção de leite a pasto no Oeste da Bahia, uma das maiores produtividades do mundo, e podemos dar início a outras experiências”, disse Júlio Farias, presidente do Sincar.
Padronizar para exportar
O presidente do Sincar, Júlio Farias, lembra que, embora no estado existam seis frigoríficos com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), sendo um deles o maior frigorífico do mundo, o JBS, mesmo assim, o estado não exporta“nem um bife”. Segundo ele, não por falta de interesse dos frigoríficos em se adequar. “Falta padronizar também a matéria-prima. Boi para exportação tem de ser rastreado e castrado, mas nada disto existe ainda. São necessários investimentos em toda a cadeia produtiva, melhorar genética, investir em recuperação de pastagens. O Estado também tem fazer seu dever de casa, fiscalizando o abate e diminuindo a clandestinidade. De Catarina Guedes.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) indicam que julho de 2011 foi o melhor mês para as exportações de Luís Eduardo Magalhães desde 2010. Mais de US$ 118 milhões em produtos de LEM foram exportados. Para que tenhamos uma noção do que isso representa, basta dizer que, durante todo ano de 2002, apenas US$ 111 milhões foram exportados. Logo, no mês de julho de 2011, mais produtos foram enviados ao exterior do que durante todo ano de 2002.
Veja outros dados:
– Quase metade (43%) dos produtos de LEM foram vendidos para a Alemanha. China (23%), Turquia (7%) e Portugal (5%), completam a lista dos cinco principais parceiros comerciais. – 88% do total exportado é de soja e derivados. Quase 10% da exportação é de mamão papaia. – Os cloretos de potássio são os produtos mais importados por LEM, respondendo por 49% das importações. – Quase metade (49%) dos produtos importados por LEM vêm de Belarus.
De janeiro a maio de 2011, Luís Eduardo Magalhães exportou US$ 214,2 milhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Mantida a atual média mensal (US$ 42,8 mil), até o fim de 2011, terão sido exportados US$ 514,3 milhões, cifra que não bate o recorde de 2008 (US$ 541 milhões), mas que é mais alta que o resultado de 2010: US$ 486 milhões.
Metade vai para a Alemanha
Alemanha (46,71%), China (21,49%) e Portugal (9,64%) continuam sendo os principais destinos dos produtos de LEM, tendo comprado, entre janeiro e maio de 2011, 77% de todos os produtos da cidade.
Todavia, no ranking dos principais países compradores de LEM, o destaque foi para a Coréia do Sul, quarta colocada, que ampliou em 379% a compra de produtos de LEM em relação ao mesmo período de 2010 e já responde por 5,64% de tudo que é exportado por LEM.
Principais produtos exportados por LEM em 2011
1º – Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja – 45% (US$ 97,3 milhões).
2º – Outros grãos de soja, mesmo triturados – 43,5% (US$ 93,3 milhões).
3º – Algodão simplesmente debulhado, não cardado, nem penteado – 8,6% (US$ 18,4 milhões).
4º – Mamões (papaias) frescos – 1% (US$ 2,2 milhões). 5º – Linteres de algodão, em bruto – 0,45% (US$ 957 mil). 6º – Café não torrado, não descafeinado, em grão – 0,33% (US$ 703 mil). 7º – Algodão não debulhado, não cardado, nem penteado – 0,33% (US$ 699 mil).
8º – Lecitinas e outros fosfoaminolipídios – 0,20% (US$ 437 mil).
“Neste ritmo, seremos, em 2012, os maiores consumidores do mundo. Seremos, portanto, os maiores produtores, exportadores e consumidores. A procura está tão grande também lá fora, que exportamos, nos últimos 12 meses, 33,7 milhões de sacas, reduzindo o estoque interno a níveis de risco”.
Palavras de João Lopes Araújo, presidente da Associação de Produtores de Café da Bahia, ontem, na abertura do 12º Simpósio.
De acordo com o presidente da Assocafé, a competitividade do produtor brasileiro chegou ao limite, e a produção não cresceu para atender o aumento de consumo per capta no país, que bate o recorde dos últimos 45 anos, com 4,81 kg/pessoa ao ano, o maior desde 1965.
A situação já era prevista, segundo Araújo, porque a competitividade brasileira era aparente, mas não compensava o produtor. “Conseguíamos vender, com preço cada vez menor, mas, por falta de renda, não pagávamos nossos financiamentos, nem dávamos os tratos culturais adequados às lavouras”, relembrou.
Os preços compensadores registrados atualmente, de cerca de U$300 a saca, contra U$50 registrados nos piores momentos, não foram aproveitados por grande parte dos produtores. “Muitos, quando o preço alcançou o nível atual, já não tinham o que vender. O preço só subiu por falta de café no mercado e foi além do esperado”, disse.
21:58
As previsões de estoque de passagem do USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos podem estar levemente mascaradas, para não incentivar o plantio no Brasil e na Argentina, seus principais concorrentes no mercado de proteína vegetal. A saber: os Estados Unidos produziram, na safra passada, 80,5 milhões de toneladas, com estoque residual do ano anterior de apenas 3 milhões de toneladas. Já exportaram nas últimas 50 semanas 36,1 milhões de toneladas e consumiram 49 milhões de toneladas, o que soma 85,1 milhões de toneladas. As contas não batem. A China incrementou as importações dos EUA, já tendo importado 19,8 milhões de toneladas. Os estoques de passagem são então os menores nos últimos 36 anos.
O Brasil está se preparando para uma safra recorde da leguminosa, no entanto ninguém pode avaliar os efeitos do furacão Kirchner sobre a agricultura da Argentina, apesar das previsões de chuva razoáveis. Com o milho sem mercado, a preços vis, e o algodão na mesma situação, quem deixaria de optar pela soja, principalmente aqui no Oeste da Bahia?