
Fake News: ministros do STF e TSE se reúnem para avaliar provas da campanha de Bolsonaro.




Por Reinaldo Azevedo, UOL e Folha.


Trata-se de uma das mais perigosas acusações contra o presidente da República a sua afirmação —feita a Marco Britto, do UOL, e postada hoje pela manhã— segundo a qual os filhos de Bolsonaro lideram uma rede de funcionários que criam perfis falsos nas redes sociais.


“Essa lei quer evitar que as pessoas produzam mentiras para destruir a imagem de quem faz da política o seu ofício. Ou nós consertamos a democracia brasileira ou vamos ficar aplaudindo a sua destruição”, disse.
“O problema é o seguinte, da maneira como está o texto, nós estamos punindo da mesma forma quem cria a fake news e quem simplesmente propaga. Nós deveríamos construir um texto punindo partidos e políticos, não o cidadão”, afirmou.
É hora de se perguntar: e a mamadeira de piroca, o kit gay e outras mentiras que Bolsonaro levou até a entrevista do Jornal Nacional? Como ficaria hoje?
E aquele episódio da facada, tão pouco explicado até hoje, já que se sabia que Bolsonaro tinha uma cirurgia do sistema gástrico agendada.

Uma montagem que está circulando nas redes sociais engana ao sustentar que 520 mil usuários desligaram-se do Bolsa Família após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) prometer uma auditoria no programa de transferência de renda.
Esse número, na verdade, corresponde ao número de famílias que deixaram voluntariamente de receber o benefício desde 2003.
As publicações analisadas fazem parecer que a informação falsa consta no site da Secretaria Especial de Desenvolvimento Social, que recebeu as atribuições do extinto Ministério de Desenvolvimento Social.
Como os dados de desligamento do Bolsa Família só são divulgados no fim de cada mês, não é possível saber ainda quantos beneficiários saíram do programa desde que o novo governo assumiu, na semana passada.


Da Agência Brasil, com edição de O Expresso.
O WhatsApp está tomando medidas contra empresas que atuam com envio em massa de mensagens com conteúdos falsos ou enganosos. A informação foi repassada hoje (19) à Agência Brasil pela assessoria da empresa. Ontem (18), o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem segundo a qual empresas de marketing digital custeadas por empresários estariam disseminando conteúdo em milhares de grupos do aplicativo.
De acordo com a nota da empresa, o WhatsApp está “tomando medidas legais imediatas para impedir empresas de enviar mensagens em massa via WhatsApp”. A companhia também informou que baniu contas associadas a estas empresas.
No comunicado, a assessoria da empresa informou que foram canceladas também “centenas de milhares de contas durante o período das eleições no Brasil”. “Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação”, acrescentou a nota.
A reportagem da Folha de S. Paulo apontou uma rede de empresas de marketing digital contratadas para efetuar os disparos em massa. Os contratos, que chegariam até R$ 12 milhões, seriam bancados por empresários próximos ao candidato, como Luciano Hang, da rede de varejo catarinense Havan.
Ontem (18), o PT entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cobrando apuração do ocorrido. Além de investigação dos empresários e de seu vínculo com a candidatura Bolsonaro, o partido requereu que a Justiça Eleitoral dê ao WhatsApp 24 horas para promover um plano de contingência que bloqueie o envio das mensagens em massa pelas firmas de comunicação digital citadas na reportagem.
Pelo Twitter, Jair Bolsonaro afirmou que não tem controle sobre apoios voluntários e afirmou que o PT não está sendo prejudicado por “fake news”, mas pela “verdade”. Em seu perfil no Facebook, Luciano Hang disse que vai processar a Folha de S. Paulo e desafiou o jornal a mostrar os contratos de envio de mensagens em massa.
O fenômeno das notícias falsas vem marcando as eleições deste ano. A missão internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA) manifestou preocupação com o fenômeno da desinformação durante o 1º turno. No balanço da votação do 1º turno, a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, também alertou para o problema, em especial vídeos e mensagens colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral.
A rede social WhatsApp tem sido o foco de maior preocupação. Estudo de professores da USP e UFMG e Agência Lupa em 347 grupos na plataforma encontrou entre as imagens mais compartilhadas um índice de apenas 8% de caráter verdadeiro.

Ao todo foram deletadas 196 páginas e 87 contas, entre elas Jornalivre, O Diário Nacional e Ceticismo Político
Da Carta Capital
O Facebook retirou do ar nesta quarta-feira 25 uma rede de páginas e contas usadas para divulgação de notícias falsas, a chamadas fake news. Foram deletadas 196 páginas e 87 contas ligadas ao grupo ativista de extrema-direita Movimento Brasil Livre (MBL).
Em nota, o MBL confirmou que diversos coordenadores tiveram suas contas retiradas do ar pelo Facebook. Segundo o movimento, muitas das contas desativas possuíam dados biográficos escritos, como endereço profissional, telefones pessoais, contatos familiares. Segundo o movimento, são informações verificáveis, o que tornaria “absurda a acusação de que se trata de notícias falsas”.
O movimento fala que “não é crime” divulgar ideias liberais e conservadoras e diz que páginas desativadas como o Ceticismo Político e o Jornalivre tem “papel de denunciar as ‘fake news’ da grande mídia brasileira”.
O movimento também ataca o Facebook por “perseguir, coibir, manipular dados e inventar alegações esdrúxulas contra grupos, instituições e líderes de direita o redor do mundo”.
Segundo o MBL, a empresa tem “viés de esquerda”.
Ainda de acordo com o Facebook, trata-se de “uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”. A retirada do ar das páginas faz parte dos esforços para reprimir perfis enganosos antes das eleições de outubro.
As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meio milhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas a temas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, com nomes como Jornalivre, O Diário Nacional e Ceticismo Político. A reportagem de CartaCapital confirmou que as páginas foram desativadas.
A página Ceticismo Político ganhou relevância nos últimos dias depois do programa da TV Globo Profissão Repórter da última semana ter como tema as fake news. Sentindo-se, o responsável pela página, Luciano Ayan, divulgou vídeo acusando a televisão de propagar notícias falsas e, por isso,”quebrar o Brasil”.
A página Ceticismo Político também foi uma das principais responsáveis pela divulgação de fake news sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada em março deste ano no Rio de Janeiro.