Embraer demitirá milhares de trabalhadores após férias coletivas, diz Sindicato.

A Embraer colocou nesta segunda-feira (6) em férias coletivas 16 mil trabalhadores de suas unidades de produção. A decisão faz parte de reestruturação interna da empresa no processo de incorporação da Embraer pela Boeing.

O clima é de tensão entre os trabalhadores da Embraer que receiam um processo de demissão em massa após as férias coletivas, com a conclusão do processo de aquisição da empresa pela Boeing.

As cinco plantas da Embraer do Vale do Paraíba e unidades de Sorocaba (SP), Gavião Peixoto (SP), Botucatu (SP), Campinas (SP), Belo Horizonte e Florianópolis estão com a produção totalmente paralisadas.

Os trabalhadores da empresa já estão em recesso desde o fim de dezembro e devem voltar ao trabalho no dia 21 de janeiro.

Segundo o sindicato da categoria, o temor por uma demissão em massa atinge todos os setores da fábrica, tanto dos trabalhadores que permanecerão na Embraer e quanto daqueles que passarão para a multinacional norte-americana.

Para o país que carece de indústrias, de tecnologia de ponta e de empregos, a venda da Embraer foi um desastre completo. O Senhor Jair, Messias nesta terra, poderia ter vetado a venda da indústria. Não o fez. E estamos colhendo os frutos da venda de mais uma empresa estratégica. 

Nos Estados Unidos, se um banco ou uma empresa estratégica balança, o Governo corre e dá socorro imediato, com a devida devolução do empréstimo no tempo aprazado. Aqui, ou correu ou dinheiro por fora, ou demonstrou-se, claramente, o entreguismo do atual Governo.

Tragédia na arrecadação: Justiça quer fecha Heineken de Alagoinhas

A produção da Heineken na fábrica de Alagoinhas, nordeste da Bahia, está ameaçada por conta de uma decisão judicial, segundo a coluna Lauro Jardim do O Globo, repercutida pelo bahia.ba.

Em uma disputa judicial que já dura 22 anos, a Justiça Federal em Brasília deu prazo de 30 dias para que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) revogue atos que permitem a exploração de água em Alagoinhas pela Heineken.

A fábrica de Alagoinhas é uma das cinco do Nordeste. Ainda cabe recurso da decisão.

A tragédia do fechamento de uma fábrica de porte como essa não atinge só o consumidor das verdinhas. Atinge principalmente os cofres públicos, do Estado e do País, dada a enorme carga tributária das bebidas alcóolicas, que estão no topo da lista das maiores arrecadações, com peso de impostos de 76% na caipirinha, 62% no chope e 55% na cerveja.

Desembargador lamenta fechamento da Câmara do Oeste do TJ/BA

des-baltazar

O pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) aprovou em votação na sexta-feira (21/10/2016) proposta de desativação da Câmara Especial do Extremo Oeste. A proposta foi apresentada no Parecer Opinativo nº 44/2016, assinado pela desembargadora Lisbete Maria Teixeira Santos.

Com a decisão, os oito desembargadores designados pela Lei Estadual nº 13.145/2014, para atuar Câmara Especial do Oeste, passam a atuar apenas na sede do TJBA em Salvador.

Contestação

Durante debate no pleno do TJBA, divergiram da maioria e votaram pela manutenção da Câmara do Oeste as desembargadoras Silvia Zarif e Regina Helena Ramos Reis, os desembargadores Lidivaldo Britto e Baltazar Miranda Saraiva, e o Corregedor Geral de Justiça desembargador Osvaldo de Almeida Bomfim. O ex-presidente do TJBA Eserval Rocha, responsável pela implantação da Câmara do Oeste, se absteve da votação por motivos de saúde.

Voto pela manutenção

Através de voto fundamentado por escrito, o desembargador Baltazar Miranda Saraiva, segundo a presidir a Câmara Especial do Oeste, apresentou contundente e profunda argumentação pela manutenção da Câmara do Oeste.

Dentre os argumentos apresentados, o desembargador destaca que a Câmara do Oeste é resultado de demanda da população, tendo sido colocada em prática após amplo debate envolvendo membros da comunidade e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ele cita que a criação da estrutura avançada do TJBA resultou em êxito, reconhecido pela sociedade:

— Desde a sua criação que a Câmara do Oeste vem proporcionando à população daquela região uma prestação jurisdicional apta a solucionar conflitos, com decisões céleres e corretas, capazes de fazer com que as partes demandantes sintam de perto que a Justiça lhes proporcionou amplo atendimento às suas pretensões.

O desembargador prossegue, arguindo favorável à manutenção, lembrando que a Câmara do Oeste foi criada com base em princípio constitucional:

— A possibilidade de descentralização do Tribunal de Justiça já está prevista na Constituição Federal. “O legislador constituinte derivado, pela via da Emenda nº 45, de 8 de dezembro de 2004, traçou a diretriz normativa da descentralização do segundo grau de jurisdição, prevendo, no artigo 125, parágrafo 6º, que o Tribunal de Justiça poderá constituir Câmaras Regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça em todas as fases do processo”.

Baltazar Miranda Saraiva infere que a criação da Câmara do Oeste representa uma ruptura com o modelo secular de justiça e uma modernização efetiva na prestação jurisdicional:

— A proposta está em sintonia com o desenvolvimento do nosso Estado, que vem apresentando, nos últimos anos, elevado crescimento econômico. Daí a proposição de um novo modelo, que representa a ruptura com a tradição secular do funcionamento centralizado das funções jurisdicionais do Tribunal de Justiça, firme na convicção de que tal iniciativa, ao fim e ao cabo, resultará, sem nenhuma dúvida, na redução de custos para os operadores do direito e para os cidadãos dessas localidades, com enorme ganho de eficiência.

Golpe na democracia

O conceito de democracia foi um dos aspectos abordados pelo desembargador Baltazar Miranda Saraiva, ao se referir ao fato da Câmara do Oeste possibilitar que o cidadão encontre na Justiça um meio de resolução de conflitos, contribuindo para que práticas antidemocráticas de resolução de conflitos sejam superadas pela sociedade.

Observa-se que a iniciativa do TJBA foi um duro e lamentável golpe contra a democracia, o interesse popular e o processo de modernização e interiorização da justiça. Nesse aspecto, um insipiente movimento de contestação da medida administrativa tem início na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), através de deputados que defendem o aprimoramento da estrutura do judiciário no Estado.

Baixe

Voto fundamentado do desembargador Baltazar Miranda Saraiva pela manutenção da Câmara Especial do Extremo Oeste

O retrocesso na prestação jurisdicional com o fechamento da Câmara do Oeste, é claro. Agora, prepostos e partes serão obrigados, com as devidas exceções, a se deslocar para Salvador, a quase 1.000 km do Oeste, para defenderem suas causas. Quando se diz que o litoral não olha para o “Além São Francisco”, não se exagera na metáfora.