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Nythalmar, o advogado que opera milagres na corte do dr. Bretas.
Por Luís Nassif, no jornal GGN
Há tempos, venho apontando a falta de transparência nos acordos de leniência da Lava Jato do Paraná. De repente, advogados obscuros tornaram-se especialistas em delações premiadas, recebendo honorários milionários, superando escritórios de reputação nacional, como se fosse uma nova área da ciência do direito.
Sua especialidade não é o conhecimento jurídico, a capacidade de argumentar nas instâncias superiores, a interpretação dos códigos e das leis: é o acesso aos juízes e procuradores dos processos.
Com o instituto da delação premiada, juízes e procuradores ganharam um poder adicional. A premiação ou punição dos réus dependerá exclusivamente do julgamento pessoal do juiz, em relação à colaboração do réu. Não precisa seguir Código Penal e essas velharias impressas. Se achar que a colaboração foi satisfatória, alivia a pena do réu. Se não gostar, mantem a prisão preventiva por tempo indeterminada e as penas financeiras sobre todo o patrimônio do recalcitrante.
Cabe ao juiz definir de quanto vai ser a multa, de quanto do patrimônio do réu poderá ser preservado por ele, o tempo de prisão etc. Com uma penada, uma multa de US$ 15 milhões pode se transformar em US$ 5 milhões, corruptos notórios podem obter liberdade em pouco tempo e preservar parte relevante de seu patrimônio.
No Paraná, os advogados milagreiros são Eduardo Bretas, Antônio Figueiredo Bastos, Marlus Arns. Bastos chegou a ser acusado por doleiros de cobrar uma “taxa de proteção”, o que ele negou.
Na Vara de Marcelo Bretas, o Sérgio Moro do Rio de Janeiro, o superadvogado milagreiro se chama Nythalmar Dias Ferreira Filho, de 28 anos de idade.
Até 2016 tinha uma sala no fundo de uma farmácia de subúrbio, em Campo Grande. Seu escritório foi aberto em novembro de 2015, com capital social de R$ 15 mil, tendo como sócia Leticia Ferreira Tomé. Em agosto de 2016 passou a advogar na 7ª Vara Criminal, do juiz Marcelo Bretas,
Em pouco tempo, tornou-se o advogado preferido dos maiores réus do juiz Marcelo Bretas. Arthur Soares, o Rei Arthur, alvo de uma denúncia do MPF por compra de Votos para a Olimpíada de 2016, trocou seu advogado, João Mestieri, de uma banca reconhecida, pela do jovem gênio das delações.
Antes dele, já tinha conquistado como clientes Fernando Cavendish, da Delta Construções, Alexandre Accioly, o ex-Secretário José Mariano Beltrame, Pedro Correa e Marco de Lucca. Humilde, Nytalmar fez questão de agradecer em seu Twitter.

Tem obtido vitórias brilhantes. Conseguiu reduzir a pena de Lucca para prisão domiciliar. Cavendish, envolvido em mil rolos, inclusive com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, conseguiu prisão domiciliar e, depois, numa vitória do bravo Nythalmar, foi liberado até dela, por serviços reconhecidos pelo implacável Marcelo Bretas.
Recentemente, foi ao presídio de Bangu oferecer seus préstimos ao ex-governador Sérgio Cabral. Como Cabral não aceitou, Nythalmar pediu que Cabral convencesse Eike Baptista a aceitar seus serviços.
Uma busca no Google revelará que o escritório Nythalmar Dias Ferreira Filho tem um sócio, a Advogada Leticia Ferreira Tomé. Uma busca nos exames da Ordem dos Advogados mostra que ela passou no exame da ordem de 2012, apenas 7 anos atrás.
Mostra também que a sócia de um escritório milionário passou em um concurso para a Secretaria da Saude de Belfort Roxo em 2016.
Assim como não existe o herói sem mácula, seja ele juiz ou procurador, não existe o milagre do advogado que se torna sumidade sem ter produção jurídica. Não se conhece uma peça jurídica de Nythalmar. Sua especialidade é a capacidade de persuadir um juiz supostamente implacável a rever suas penas para seus clientes.
Nesses tempos de empreendedorismo e de self-made-man, salve a inovação na área jurídica. Pode render mais do que uma startup dos nerds da Internet.
Mais cedo ou mais tarde haverá uma Lava Jato da Lava Jato.
*Publicado originalmente no Jornal GGN
Por que não Cavendish?
Afinal o chefe da quadrilha era Fernando Cavendish ou Carlinhos Cachoeira? Se podem trazer a amante dele para a CPI, podem trazer também “il capo de tutti il capi”. Ou aí fica pesado demais? Cavendish estaria blindado como o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral? Nunca, em tempo algum, uma comissão parlamentar de inquérito foi tão desmoralizada como essa.
Três gerações depois, o coronelismo permeia as fímbrias da Nação.
Um casarão no meio do semiárido pernambucano guarda duas memórias de poder e corrupção. Pelos corredores e salas do Chalé Villa Maria, construído em 1919, em Salgueiro, a 518 quilômetros do Recife, entrecruzam-se uma história do coronelismo e outra do tempo presente. O palacete serviu de residência para Veremundo Soares (1878-1973), um dos mais conhecidos coronéis do sertão, e mais recentemente foi cenário de festas juninas que contaram com a presença do bisneto dele, Fernando Soares Cavendish, dono da Delta, empreiteira envolvida no escândalo Cachoeira.
Vale à pena ler a matéria completa do Estadão, escrita por Leonencio Nossa, em que se analisa o elo que liga o coronelismo do sertão nordestino com o atual quadro de corrupção desenfreada no País.
Cavendish ameaça abrir o bocão.
O jornalista Cláudio Humberto mancheteia, hoje, em sua coluna, que o ex-dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, estaria nos bastidores ameaçando revelar segredos que comprometeriam políticos e outras grandes empreiteiras, segundo afirma a revista Veja que circula esta semana.
A empresa, uma das maiores do País, é acusada de irregularidades e pagamento de propina estaria agonizando, segundo a revista, que também publica reportagem afirmando que a CPI somene voltará a considerar a possbilidade de convocar para depor os governadoes citados em gravações de integrantes da quadrilha após o exame dos documentos da Delta no centro-este, que teve quebrados os sigilos fiscal e bancário.
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) também declarou a Veja que a oposição não permitirá que a CPI do Cachoeira se transforme em pizza.
A classe dominante vai ao paraíso. Breguice e francês de segunda em Paris
São longos os tentáculos da Delta no Governo
Fernando Cavendish, dono da Delta, brinca com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e secretários de Governo, em festa regada a bons vinhos num restaurante de Paris. As fotos foram publicadas no blog do ex-governador Anthony Garotinho. Corruptos e corruptores perderam totalmente a noção dos limites da impunidade.
O jornalista Cláudio Humberto, afirma, hoje, em seu blog, que “é longo o braço da Delta nas campanhas eleitorais. Segundo registra a Justiça Eleitoral, a empresa de Fernando Cavendish doou oficialmente R$ 1,150 milhão à campanha de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República, em 2010. E se transformou na empresa que mais recebeu recursos para tocar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Estima-se que esses valores podem ter chegado a R$ 4 bilhões.
Adriana Vandoni, editora do blog Prosa e Política, do Mato Grosso, mostra como chegam longe os tentáculos da Delta: o Governo do seu Estado loca veículos da Construtora, com contrato previsto para 2012 em R$4,5 milhões. Segundo a jornalista, se os carros fossem comprados, em dois anos o Governo Estadual economizaria R$ 3.391.824,00 e ainda ficaria com os veículos ou o que restasse deles.
Essa história de locação de veículos de serviço e viaturas militares é replicada, com insistência, na Bahia, pelo Governo Jaques Wagner. E poucos serão convencidos de que custa menos ou é mais vantajosa a locação em confronto com a aquisição.
Veja conta como a Delta Engenharia espalhou propina por todo o País.
Fernando Cavendish, José Dirceu, José Sérgio Gabrielli, Carlos Cachoeira, o que podem ter esses nomes em comum? O leitor precisa dar uma olhada no portal da Veja, para compreender como funciona a grande corrupção no País, em especial como a Delta Engenharia aumentou, em 10 anos, 1.653% seu faturamento em obras governamentais, chegando à astronômica cifra de 884,5 milhões de reais em 2011. Vai ser o sucesso de audiência na próxima CPI do Cachoeira. (Fotos Dida Sampaio/AE; Eduardo Knapp/Folhapress, publicadas por Veja).
Escândalo de Goiás pode ter consequências graves.
Marconi Perillo, na tribuna do Senado, antes da eleição para o Governo de Goiás.
Não se sabe que interesses estão por trás das graves denúncias que atingem o governo de Marconi Pirillo (PSDB), em Goiás, e suas ligações com a empreiteira Delta Engenharia, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e mais uma dúzia de políticos de nomes conhecidos. O mais esclarecedor que encontramos sobre o caso é o site Brasil247, onde se declina o enunciado de um teorema mortal: uma única empreiteira, a Delta, supostamente assessorada por Carlinhos Cachoeira, fez crescer seu faturamento com o Governo do Estado de R$5,5 milhões para R$276 milhões em apenas um ano. A empresa foi alvo de busca e apreensões da Operação Monte Carlo, deflagrada na semana passada e promovida pelo Ministério Público Federal, que apura o jogo ilegal em Goiás e outros quatro Estados. Clique no link (letras vermelhas) para ler toda a matéria do Brasil247.
Cavendish e Cachoeira, protagonistas do escândalo.
Sérgio Cabral e o tal do fogo amigo
O jornal O Dia, do Rio de Janeiro, está queimando o governador Sérgio Cabral e suas relações incestuosas com o empreiteiro Fernando Cavendish, cuja filha e neto morreram no acidente com o helicóptero em Trancoso, na semana passada. Segundo o jornal e o Tribunal de Contas da União, o Empresário, dono da Construtora Delta, e o Governador tem que dar muitas explicações sobre superfaturamento em obras.
O interessante da história é que O Dia, do grupo Ejesa, que edita também o tablóide Meia Hora e o Brasil Econômico tem relações próximas com “el bruxo” José Dirceu. Como sempre afirmamos, o PT não precisa de Oposição. Dentro do Partido existem mais sete ou oito partidos, todos sedentos de influência e poder. Haja visto o que aconteceu com Antonio Palocci.









