Gabeira, história viva dos anos de chumbo, veio ver de perto a “Capital do Agronegócio”

gabeira

O jornalista e escritor Fernando Paulo Nagle Gabeira, 74 anos, está em Luís Eduardo Magalhães para fazer matéria especial para o canal Globo News. Hoje ele conversou com o prefeito Humberto Santa Cruz.

Em 1970, Gabeira foi preso na cidade de São Paulo. Resistiu à prisão e tentou fugir em direção a um matagal que existia por perto. Vários tiros foram disparados e um deles atingiu suas costas, perfurando rim, estômago e fígado. Encarcerado, recebeu a liberdade em Junho do mesmo ano, tendo sido trocado com outros 39 presos pelo embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, que também havia sido sequestrado. O grupo foi banido do país e exilado para a Argélia.

Ao longo de quase uma década, esteve em vários países dentre os quais o Chile, a Suécia e a Itália. Na Suécia, onde passou a maior parte da vida, formou-se em Antropologia na Universidade de Estocolmo e exerceu a profissão de repórter até a função de condutor de metrô em Estocolmo. Voltou ao Brasil em 1979 onde passou, então, a atuar como jornalista e escritor, defendendo o fim do regime militar.

Ao retornar do exílio escreveu um livro chamado “O que é isso, companheiro?” detalhando o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick do qual participara às vésperas do 7 de setembro de 1969. O episódio foi justificado pelos sequestradores como uma tentativa de pressionar o regime militar a libertar quinze presos políticos ligados às organizações da esquerda política consideradas clandestinas naquele momento histórico. A ação teve sucesso em seus objetivos, uma vez que tais presos foram de fato libertados e exilados do país, porém pelo menos dois dos sequestradores não resistiram à tortura após serem capturados, enquanto outros foram obrigados a deixar o país. Com informes da Wikipedia.

 

Gabeira analisa a tragédia do Rio.

Fernando Gabeira, o homem que não era irmão do Henfil, mas também partiu num rabo de foguete, faz uma análise equilibrada, em seu blog, do desastre que aconteceu na região serrana do estado do Rio de Janeiro:

“Em três dias de visita aos principais cenários da tragédia na região serrana do Rio, confesso que há dois tipos de tristeza nos ameaçando: uma é consequência do impacto real das chuvas, outra é consequência de nossas dúvidas sobre a resposta adequada. Esta sensação reapareceu ontem, na visita ao Vale do Cuiabá. Cem famílias desabrigadas, algumas na Igreja Metodista. Muitas casas ali não podem ser reconstruídas. A única saída para essas famílias, no momento, é o chamado aluguel social. O valor é de R$ 400 reais. Mesmo se fosse maior, não resolveria, pois não há casas disponíveis.

Temo que aconteça com eles o que aconteceu com muitos. Passada a tragédia, são esquecidos e, quando pedem socorro, transformam-se numa pequena nota de jornal. O impacto econômico sobre a região é muito forte. Friburgo foi atingida no centro e deve perder grande parte de seus visitantes, este ano.” Leia mais clicando no link.