Frango na mesa, voto na urna.

Esse assunto do câmbio real/dólar tem explicação simples que se reduz a uma conta simples. O que atrai os capitais voláteis e especulativos são os juros altos determinados pelo governo para conter uma nem sempre provável volta à inflação.

O que mantém os juros altos é a palavra final de Fernando Meirelles, presidente do Banco Central. Por se manterem os juros altos, existe um volume sem precedentes de dólares no mercado, o que acaba derrubando as cotações da moeda americana. Com o resultado disso, os produtores de commodities como soja, milho, minério de ferro, açúcar e suco de laranja, se tornam menos competitivos no Exterior. Espremidos pelo mercado externo, os preços se mantém baixos aqui dentro e com o valor do programa bolsa família o pobre pode comprar até 50 quilos de frango por mês. O que não está explícito é a enorme sangria proporcionada pelo serviço da dívida interna que já atinge a cifra de 3 trilhões.

A cotação da soja bateu em 11,45 dólares por bushel em Chicago. Se o dólar estivesse pelo menos a 2,20 reais, a saca no mercado interno estaria, no porto, a 57 reais e no mínimo a 48 reais nas regiões produtoras do Centro Oeste e do Oeste Baiano. Sem contar o prêmio pelo coeficiente maior de óleo da soja brasileira.

É necessário se fazer alguma conclusão sobre o que está escrito? Existem explicações que alterem essa verdade? Assim se explica os 80% de aceitação de Lula? A candidata de Lula é ruim mesmo ou metade dos brasileiros quer mudar o Brasil pelo simples prazer de ser “contra”?