Chineses mostram interesse pela infraestrutura da Bahia, principalmente a FIOL e o porto

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Os chineses,  exímios construtores de ferrovias, estão interessados na Ferrovia de Integração Oeste Leste – FIOL. Ao menos essa é a impressão do governador Rui Costa e do vice-governador João Leão, que acompanharam uma comitiva de empresários chineses ao Oeste, às obras do caminho de ferro e à Valença.

Os empresários chineses estão na Bahia desde o dia 23, percorrendo áreas do interior baiano interessados em projetos para investimento e almoçaram com o governador Rui Costa no Palácio de Ondina, nesta segunda-feira (27), acompanhados do vice-governador João Leão e do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner. 

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Na ocasião, o governador destacou a importância da visita para a Bahia. “Estamos concretizando agora, em pleno Carnaval baiano, nosso plano de atrair grandes investimentos para projetos importantes do estado, que vão mudar completamente o perfil do nosso desenvolvimento econômico”, afirmou Rui. “E ainda aproveitamos para divulgar o nosso Carnaval, a maior festa de rua do planeta, capaz de atrair mais turistas orientais”. 

O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, representantes do Banco de Desenvolvimento da China no Brasil e das construtoras China Railway Engineering (Group Crec 10) e China Communications Construction Company (CCCC) participaram do encontro.

O grupo de executivos chineses já percorreu milhares de quilômetros de carro para avaliar as potencialidades de investimento na Bahia. Eles visitaram a fábrica de leite Leitíssimo, em Jaborandi, passaram por Correntina, onde conheceram a fazenda Universo Verde, gerida por um grupo chinês, e seguiram às margens da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), no trecho entre São Félix e Bom Jesus da Lapa, empreendimento que despertou o interesse de grupos chineses. 

De lá, passaram por Caetité, Guanambi, Jequié e, por fim, Ilhéus, onde será construído o Porto Sul, destinado a escoar produtos como minério e grãos do oeste baiano. O porto é um dos projetos que o governo baiano apresentou aos executivos chineses, em março do ano passado, quando Rui esteve na China. 

A comitiva também conheceu o projeto da ponte Salvador-Itaparica, um empreendimento importante para o desenvolvimento do baixo-sul. O grupo seguiu até Valença, no sul baiano, e retornou a Salvador pelo sistema Ferry-boat, para conhecer o trajeto da Ponte Salvador-Itaparica. Ainda nesta segunda (27), os empresários vão conhecer o Carnaval de Salvador com o governador, que acompanhará os executivos no circuito Dodô (Barra-Ondina).

A maior via férrea do mundo

Desde o princípio de janeiro, empresas chinesas estão operando o maior percurso de via férrea do mundo, entre a China e Londres.

Com uma duração de 18 dias, o comboio de mercadorias percorre um total de 12 mil quilómetros, num trajeto que é direto e o maior do mundo.

O trem chinês que está revivendo a rota da Seda, numa viagem de 14 mil km.
O trem chinês que está revivendo a rota da Seda, numa viagem de 14 mil km.

A viagem que se inicia na cidade de Yiwu, situada a 1.400km de Pequim, passa pelo Casaquistão, Rússia, Bielorrússia, Polônia, Alemanha, Bélgica, França e tem como destino Inglaterra.

Numa tentativa de serem criados laços financeiros com a China, o ex-primeiro ministro do Reino Unido, David Cameron, propôs que Londres fosse o principal centro de negociações com o mundo ocidental.

De acordo com o jornal britânico “Telegraph”, a nova linha ferroviária insere-se no Plano de Desenvolvimento China-Europa, lançado em outubro, de forma a reimplantar a antiga Rota da Seda, por onde circulavam as riquezas entre a China e o Mediterrâneo.

Atualmente existem 39 rotas que ligam 16 cidades chinesas a 12 europeias. Para a Inglaterra a nova rota representa uma aproximação com a Ásia com fins de apoio à atividade econômica.

A ferrovia pode até não sair do papel, mas é necessária

Eurico Queiroz, o vereador São Tomé
Eurico Queiroz, o vereador São Tomé

O vereador Eurico Queiroz, o qual não conheço pessoalmente, afirmou ao jornalista Roberto Sena, do Mural do Oeste, que a Ferrovia Oeste-Leste é mais um engodo para enganar a população. Segundo o edil a obra se assemelha à Transposição do Rio São Francisco, à Ferrovia Norte-Sul, o Metrô de Salvador e tantas outras que só servem para dar sumiço ao dinheiro público e sacrificar o contribuinte brasileiro. Eurico mostrou indignação com este tipo de pirotecnia com o dinheiro público e com o que considerou uma discussão em torno do nada, já que a Ferrovia praticamente não saiu do papel.

O que o vereador está afirmando é verdade. Mas o que ele queria num País em que as mulheres pintam o cabelo de loiro, os velhos políticos pintam o cabelo de preto e os candidatos apresentam suas propagandas eleitorais em fotografias diligentemente tratadas com photoshop?

Em um país sério, as mulheres teriam orgulho de sua morenice, os políticos apresentariam seus cabelos brancos como símbolo da maturidade e os candidatos mostrariam suas rugas como emblema de sua vida sofrida em prol de seus conterrâneos.

É engodo, é pirotecnia, mas a obra é de vital importância, não só para o Oeste da Bahia, como para o resto do País. O Brasil abandonou os portos e as ferrovias por obra da chamada política de integração nacional do regime militar. Mas já temos mais de 30 anos de governo civil e a rede de ferrovias só encolheu e os portos, com exceção dos privados, não funcionam.

Vamos nos agarrar com nossos santos, Nossa Senhora da Conceição – Oxum – e Santo Antonio – Ogum – e mais Nosso Senhor do Bonfim para que essa ferrovia saia do papel e traga, afinal, a interiorização da economia e a integração de largas fatias do interior ao desenvolvimento baiano.

Ferrovia para de novo. A.Gutierrez manda peãozada pra casa.

O atraso na construção da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) levou à demissão de 2,3 mil homens, segundo a coluna Tempo Presente do jornal A Tarde desta quarta-feira (2). De acordo com a publicação, a Andrade Gutierrez ficou apenas com 200 dos 2,5 mil trabalhadores iniciais ao perceber que as obras não engrenavam, como prometeu o governo.

Ainda segundo informações da coluna, o superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa Pinto, afirmou que o órgão concedeu a licença de instalação correspondente a mais de 500km, mas teve que suspendê-la porque a Valec, estatal responsável pela construção de ferrovias, não conseguiu seguir o Plano Básico Ambiental.

O fato desagradou bastante o secretário estadual de Indústria e Comércio, James Correia. “Se a Valec não tem capacidade de coordenar a Fiol, admita. A Fiol é a maior que ela tem, a única ferrovia que já nasce superavitária. E não dá para imaginar que tudo fique emperrado por incompetência. Está na hora da Bahia brigar pela presidência da Valec”, protestou.

A Coluna destaca ainda que, após um ano e meio de iniciadas, as obras da Fiol estão somente 5% prontas. O atraso na construção da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) levou à demissão de 2,3 mil homens, segundo a coluna Tempo Presente do jornal A Tarde desta quarta-feira (2).

Editada pelo Mural do Oeste e por este jornal.