Debates sobre Ferrovia Oeste Leste não passam de fogos de artifício

Porto Sul: por enquanto só ilustrações, concepções artísticas e debates infrutíferos.
Porto Sul: por enquanto só ilustrações, concepções artísticas e debates infrutíferos.

A Agência Brasil publicou matéria jornalística, ontem, afirmando que os terminais marítimos do Porto de Ilhéus ficam prontos em 5 anos. Por que então o alvoroço em torno da Ferrovia Oeste Leste? Essas reuniões políticas sobre a construção da ferrovia não passam de fogos de artifício. Veja a matéria:

A construção do Porto Sul, em Ilhéus (BA), que terá investimentos de R$ 3,3 bilhões, foi autorizada esta semana pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O projeto faz parte do plano logístico de escoamento da produção do país, com o objetivo de desafogar os portos do Sul e do Sudeste.

O empreendimento terá dois terminais: um de uso privativo, de minério de ferro, (TUP Bamin), e outro que será constituído por Sociedade de Propósito Especifico (SPE), no qual o governo da Bahia será sócio com outras empresas privadas por meio de um processo de chamamento e seleção pública (TUP Porto Sul). O TUP Bamin será construído pela empresa Bahia Mineração, que explora minério de ferro em Caetité.

O projeto terá uma ponte de acesso de uso compartilhado entre os dois terminais do empreendimento Porto Sul que ligará a costa aos píeres de carregamento localizados em área abrigada por quebra-mar.

Segundo a Secretaria Especial de Portos (SEP), o Terminal Porto Sul prevê um fluxo de carga de 75 milhões de toneladas por ano com a movimentação de granel sólido e carga geral. Os terminais poderão receber navios de até 260 metros de comprimento e calado até 18,3 metros.

O valor do investimento nos terminais será de aproximadamente R$ 3,3 bilhões, sendo R$ 2,4 bilhões no TUP Porto Sul e R$ 900 milhões no TUP Bamin. A previsão de construção dos terminais marítimos é cinco anos.

O projeto Porto Sul faz parte do Plano Logístico de Escoamento da Produção correlacionado com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste. De acordo com a SEP, a expectativa é que a produção de grãos do Centro-Oeste, principalmente do estado de Mato Grosso, tenha como opção o escoamento pelo Porto Sul, utilizando as ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste. Com isso, diminuiria o fluxo de caminhões no sentido dos portos do Sul e do Sudeste e também o custo do frete.

FIOL: enfim, os trilhos

Na foto de André Borges, da Folha Press, os trilhos da Norte-Sul: moles e perigosos.
Na foto de André Borges, da Folha Press, os trilhos da Norte-Sul: moles e perigosos.

A licitação para a compra dos trilhos de trecho da Ferrovia Oeste Leste foi realizada nesta segunda-feira (7), com a abertura dos envelopes na sede da Valec, estatal responsável pela obra. São 147 mil toneladas de trilhos para os trechos entre o município de Ilhéus, no sul do estado, até Barreiras. A licitação foi dividida em cinco lotes, que compreendem 1.100 quilômetros de todo o traçado da ferrovia (1.527 km). Um consórcio de empresas espanholas e chinesas apresentou uma proposta final de R$ 547 milhões.

A próxima etapa da licitação ocorrerá até sexta-feira, dia 11, quando serão analisados os documentos dos consórcios. O resultado final da licitação está previsto para sair no dia 21 de outubro.

Má qualidade na Norte-Sul

Segundo reportagem da Folha de São Paulo, publicada em abril deste ano, pelo menos 855 quilômetros da ferrovia Norte-Sul foram construídos com trilhos de baixa qualidade, que reduzirão a quantidade de carga transportada pela via e ameaçam a sua segurança.

A constatação é do Ministério dos Transportes, responsável pela obra, em relatório inédito obtido pela Folha. Para não chamar de moles os trilhos de aço importados da China, os técnicos que vistoriaram as obras afirmam no documento que o material tem “baixa dureza”.

A falta de qualidade foi identificada mesmo sem a inauguração da via. Até agora, passaram pelos trilhos já assentados apenas trens transportando carregamentos da própria obra.
Os técnicos encontraram o aço com vários defeitos. Há partes se despedaçando e manchas que indicam que os trilhos podem trincar.

O relatório aponta que, caso a ferrovia estivesse funcionando com esses trilhos, os problemas levariam a uma redução de sua capacidade. Nessas condições, os trens não poderiam circular –por segurança– na velocidade e com o peso projetados.

A previsão inicial do governo era que o trecho vistoriado da ferrovia, que vai de Anápolis (GO) a Palmas (TO), poderia estar transportando, já neste ano, cerca de 5 milhões de toneladas por mês –mais que o dobro do volume de soja que saiu de caminhão da região Centro-Oeste.

Prejuízos ao erário

Há pouco tempo, houve um ensaio de licitação dos trilhos da FIOL, que foi obstada pelo CGU, em setembro de 2011, fato que redundou na queda do ministro Alfredo Nascimento e da cúpula do DNIT. Segundo a CGU, superfaturamento na FIOL e na FNS, compra de trilhos de má qualidade, aditivos desproporcionais nas obras e outras falcatruas causaram prejuízos aos cofres públicos da ordem de R$680 milhões.

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Ferrovia está liberada até a ponte do rio São Francisco

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A licença de instalação para o avanço das obras nos lotes 5 e 5A da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) foi concedida nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Juntas, as obras resultam num investimento de mais de R$ 850 milhões.

O lote 5 possui uma extensão de 162 quilômetros, partindo do município de Caetité até Bom Jesus da Lapa. O 5A consiste na construção de uma ponte de 2,9 quilômetros sobre o Rio São Francisco. Também estão em andamento na Fiol as obras dos lotes 1, 2, 3 e 4, esse último já com 92,2% da terraplanagem concluída. Segundo informações da Valec, empresa executora das obras, com a liberação desses lotes, a ferrovia já gerou mais de seis mil empregos diretos.

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Seminário da FIOL terá “Carta da Bahia”. Vai funcionar?

O debate em torno da Ferrovia de Integração Oeste Leste, que acontece nesta sexta-feira, será oportunidade para uma revoada de políticos de todas as plumagens, numa prévia do lançamento da pré-campanha de 2014.

Intitulado “Fiol: a Bahia quer, o Brasil precisa”, o evento é coordenado pelo gabinete do deputado federal João Leão (PP) e tem como organizadores o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Associação dos Engenheiros Ferroviários da Bahia, União dos Municípios da Bahia (UPB) e  o gabinete do senador Walter Pinheiro (PT).

Assim caminha a ferrovia, como na música de Lulu Santos, com passos de formiga e sem vontade.
Assim caminha a ferrovia, como na música de Lulu Santos, com passos de formiga e sem vontade.

O seminário será realizado no espaço Bartira Fest. Já confirmaram presença o governador Jaques Wagner, os ministros César Borges (Transportes), José Leônidas de Menezes Cristino (Portos), Agnaldo Veloso Ribeiro (Cidades), o presidente do TCU, Augusto Nardes, o presidente da Valec, Josias Sampaio, e o presidente do Ibama, Volney Zanardi Jr, além de outras autoridades, deputados e representantes de associações.

O objetivo do evento é convencer os órgãos responsáveis a autorizar a retomada das obras da ferrovia, que ligará as cidades baianas de Ilhéus, Caetité e Barreiras a Figueirópolis, no estado do Tocantins, para formar um corredor para o escoamento das produções de grãos e minérios. João Leão anunciou ao Bahia Notícias que, após o debate, será redigida a “Carta da Bahia”, que será entregue à Presidência da República e ministérios com sugestões para a retomada imediata da construção da ferrovia.

A dúvida que resta é sobre a eficácia do conclave: será que o Governo toma tento e resolve, por exemplo, a compra dos trilhos? Será que se resolve o problema ambiental? Nos meios empresariais e políticos do Oeste, o principal beneficiado com a obra, a dúvida sobre a aceleração das obras e a implantação do porto de Ilhéus é forte. Alguns poucos temerários apostam numa solução positiva. A grande maioria acredita que, como a Norte Sul, a ferrovia continuará levando as esperanças do Oeste para lugar algum.

A pauta do Seminário da Fiol está no exemplo da Norte-Sul

A reportagem da Globo no programa deste domingo, no Fantástico, é a melhor pauta para o Seminário da Fiol, que será realizado, na próxima sexta, em Barreiras. O projeto da Norte-Sul, que está há mais de 26 anos em construção, está cheio de problemas: trilhos incompletos, curvas acentuadas, ausências de desvios para operação, trilhos chineses de má qualidade e, é óbvio, mais de 400 milhões de reais necessários para o término da obra.

Dr. Juquinha, em foto da Editora Abril: enriqueceu com a construção da Norte-Sul e a ferrovia até hoje não funciona.
Dr. Juquinha, em foto da Editora Abril: enriqueceu com a construção da Norte-Sul e a ferrovia até hoje não funciona.

O Dr. Juquinha, cidadão barreirense por obra e graça de Jusmari e Oziel Oliveira, foi a estrela do programa, inclusive com o relato de sua prisão e o enriquecimento súbito de seu patrimônio de 500 mil reais para mais de R$60 milhões.

Como foi dito esta semana, aqui no blog, depois de 2030 o trem apita no Oeste. Se o Governo, mau gestor, não entregar a construção e a operação para a iniciativa privada, talvez passe de 2050.

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Prefeitos se reúnem na UPB para realizar seminário sobre ferrovia

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Nesta segunda-feira (25/03) aconteceu no Auditório da UPB o Encontro de Lançamento do 1º Seminário FIOL. As obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) estão paralisadas e a Bahia se movimenta em prol do andamento e conclusão do projeto que ligará as cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras à Figueirópolis (Tocantins), formando um corredor de transporte e possibilitando a operação do Porto Sul em Ilhéus. O 1º Seminário Fiol será realizado no dia 26 de abril no Auditório do Hotel Solar das Mangueiras, em Barreiras.

A organização do evento é realização da União dos Municípios do Oeste da Bahia, UMOB, a Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (AMURC), as prefeituras de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA) e a Associação dos Engenheiros e Técnicos Ferroviários da Bahia e Sergipe (AELB) com o apoio da UPB.

Chamar atenção da mídia, movimentar todo o estado, é o que pretendemos”, falou a presidenta da UPB, prefeita de Cardeal da Silva, Maria Quitéria. “A FIOL é um projeto importante para a Bahia e para o Brasil”, destacou Quitéria que aproveitou a presença do senador Walter Pinheiro e o convocou a lutar em prol dos municípios baianos que vem perdendo receitas nos repasses do governo federal. A presidenta convocou o senador para juntos buscarem uma solução e sanar o sofrimento dos municípios que a cada dia perdem mais nos repasses.

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Balanço do PAC diz que obra da ferrovia tem cronograma “preocupante”

Matéria jornalística relevante publicada hoje no jornal Valor Econômico:

A estatal Valec recebeu autorização para retomar as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), empreendimento que está em construção na Bahia. A licença de instalação foi dada pelo Ibama, após análise de um relatório de atendimento às exigências ambientais impostas pelo órgão.

A ferrovia baiana, que parte do litoral, em Ilhéus, até chegar ao município de Barreiras, no Oeste do Estado, chegou a receber a licença de instalação em 2010, mas teve a autorização suspensa no ano seguinte, por conta de uma série de condicionantes que não vinham sendo cumpridas pela estatal. Depois de fazer uma varredura nas ações da Valec no ano passado, analistas do Ibama verificaram que, de 37 ações compensatórias, apenas 17 vinham sendo atendidas. A estatal chegou a apresentar um pedido de liberação no fim do ano passado, mas novamente o Ibama encontrou dez condicionantes pendentes e voltou a negar a autorização. O projeto foi mais uma vez ajustado. Dessa vez, o órgão ambiental decidiu dar um voto de confiança a Valec. “Todas as pendências foram resolvidas. Agora, com a revalidação da licença, vamos recuperar o tempo perdido”, diz Josias Sampaio Cavalcanti, diretor de planejamento da Valec.

Canteiro de obras da ferrovia em Brumado

As obras da Fiol estão atrasadas. No balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgado no mês passado, a ferrovia de R$ 4,235 bilhões recebeu o selo “preocupante” quanto ao seu cronograma. Pelo plano original, a construção dos 1.022 km da Fiol deveria ter começado em julho de 2010, sendo concluída até o fim deste ano. Só algumas dezenas de quilômetros de estrada de ferro foram entregues até agora.

Por conta dos problemas, até o momento o Ibama só tinha liberado 180 km do total de 500 km entre Ilhéus e Caetité. É exatamente esse trecho que, agora, recebe sinal verde. Para acelerar as frentes de obra, a Valec trocou, inclusive, as lideranças internas que estavam à frente do projeto na Bahia.

A meta agora é destravar a segunda metade da ferrovia, que liga Caetité a Barreiras, num trecho de mais 500 km, uma tarefa que promete ser ainda mais complicada. Além de não ter licença de instalação do Ibama, o trecho teve as obras suspensas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Há dez dias, depois de analisar a situação dos contratos firmados com empreiteiras e o cumprimento de determinações já feitas, o ministro do TCU Weder de Oliveira decidiu manter a medida cautelar que suspendeu as obras. Para o tribunal, a Valec não atendeu as orientações.

Segundo Josias Sampaio Cavalcanti, a empresa trabalha para resolver as pendências com o TCU e espera que, até setembro, o trecho seja liberado. Paralelamente, a Valec acerta os ponteiros com o Ibama, que exigiu revisão de itens do relatório ambiental da segunda etapa. Entre eles, a alteração de traçado de cerca de 60 km de malha.

Uma mudança parecida foi necessária também no primeiro trecho da Fiol, onde o empresário Norberto Odebrecht, dono da empreiteira de mesmo nome, concordou em deixar a ferrovia cortar parte das terras de sua fazenda na região, desde que o traçado original sofresse algumas alterações. “Chegamos a um acordo. Quanto ao segundo trecho, faremos um seminário técnico no Ibama até 10 de setembro”, diz Cavalcanti. “Acredito que, até o fim de setembro, teremos uma resposta definitiva sobre essa malha.”

Os oito lotes de obras da Fiol – incluindo a construção de uma ponte de mais de 3 km sobre o rio São Francisco – foram licitados em 2010. Todos já têm empreiteiras à sua frente, mas a Valec terá que rever os termos de boa parte dos contratos, por conta das alterações no projeto original. (AB)

MPF quer relatório ambiental da ferrovia no trecho Caetité-Barreiras

O Ministério Público Federal recomendou que a empresa empreendedora Valec apresente estudos socioambientais completos, antes que o Ibama emita a licença de instalação de atividades deste trecho da Ferrovia Oeste-Leste, no trecho Caetité/Barreiras, a fim de minimizar os impactos sociais e econômicos às comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas da região.
Minimizar os impactos sociais e econômicos que a Ferrrovia Oeste-Leste (Fiol) causará nas comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas na região entre Caetité e Barreiras, municípios do centro-sul e oeste da Bahia. Esta é a intenção das recomendações emitidas pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) à Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S/A, empresa responsável pelas obras, e ao Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As recomendações demandam que a construtora realize estudos socioambientais completos como requisito para que o Ibama analise o pedido de licença de instalação da Fiol.

Ferrovia tem novos prazos, mas agora segue em frente.

O jornal Valor Econômico de hoje, publica uma longa matéria jornalística sobre a Ferrovia Oeste-Leste. A reportagem mostra como os prazos de construção sofreram uma revisão, mas confirma a construção do Porto Seco em Luís Eduardo Magalhães até 2014. E afirma também que os custos de transporte de grãos até o porto podem baixar substancialmente, de R$100,00, para R$20,00 a tonelada. Veja a matéria:

“A Ferrovia Integração Oeste-Leste (Fiol), que ligará Ilhéus (BA) a Figueirópolis (TO), precisa vencer uma série de barreiras para percorrer seus planejados 1.527 km e transformar-se no eixo ferroviário horizontal do país. A nova linha férrea, que interligará o Porto Sul, a ser construído na Ponta de Tulha – ao Norte de Ilhéus -, sofreu vários atrasos.

O primeiro trecho entre Ilhéus e Caetité – com 537 km – será concluído apenas em 2013, quando a previsão era para o final de 2012. Um entrave partiu do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que exigiu uma mudança no traçado da ferrovia no trecho Caetité-Oeste Baiano. A alegação do Instituto é que a linha atual passa por cavernas nos municípios de Barreiras, São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória e São Desidério.

Mas a questão foi superada e as obras podem avançar. “A Valec já está com uma estrutura montada que permitirá cumprir as exigências feitas pelo Ibama”, afirma Mauro Ramos, superintendente comercial da Valec Engenharia Construções e Ferrovias S.A.. Com isso, as obras de construção da ferrovia foram retomadas e o Ibama realizará duas verificações em dois meses. A linha está orçada em de R$ 7,43 bilhões e contará com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O trecho Caetité-Oeste Baiano está dividido em quatro lotes. O quarto e último lote é específico para a construção de uma ponte de três km sobre o rio São Francisco. “As especificações para a construção dessa ponte são bem mais rigorosas”, afirma Neville Chamberlain Barbosa da Silva, superintendente de Construções da Fiol.

A Fiol terá capacidade para transportar 70 milhões de toneladas de carga. “O primeiro trecho Ilhéus- Caetité irá atender o transporte de minérios e deverá ser concluído no final de 2013”, diz Silva. O segundo, entre Caetité e Barreiras (no Oeste baiano), as obras só não começaram por falta de licença ambiental. “A previsão é de que as obras sejam iniciadas até o final do ano”, diz Silva. O terceiro trecho, de Barreiras a Figueirópolis, ainda está em fase de projeto executivo, devendo sair do papel entre 2013 e 2014.

Em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste baiano, será construído um porto seco para que os grãos do oeste possam seguir pela ferrovia. Esse terminal deve ficar pronto no final de 2014, proporcionando uma economia expressiva no custo do frete para os agricultores da região. Hoje, os produtores gastam cerca de R$ 100,00 para transportar uma tonelada de grãos por rodovia até o litoral baiano. Com a estrada de ferro, o gasto com frete cairá para cerca de R$ 20,00 por tonelada.

A previsão da Valec é de que em meados de 2012 os primeiros trilhos da ferrovia já estejam colocados. Para Neville Barbosa, da Fiol, “trata-se de uma ferrovia sofisticada, de primeiro mundo, do padrão da Norte-Sul e da Estrada de Ferro Carajás, compatível com a malha de carga existente nos Estados Unidos, na Austrália e no Canadá”. Ele observa que haverá uma “mudança de paradigma no modelo operacional do Brasil que é Norte-Sul. Vamos criar um grande potencial no sentido Oeste-Leste”, diz. (R.C.)

A reportagem deixa claro que só o agronegócio não sustenta a ferrovia. A viabilidade econômica passa pela extração mineral, inclusive por jazidas não exploradas no Oeste baiano e Vale do Rio Corrente.

Ferrovia não anda. Tem caveira de burro enterrada no trecho?

O ministro-substituto do Tribunal de Contas da União (TCU), Weder de Oliveira, em reunião com o presidente da Frente Parlamentar de Acompanhamento das Obras da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) e Porto Sul, deputado Arthur Maia (PMDB-BA),  divulgou, na tarde desta quinta-feira (15), diversas falhas detectadas pelo órgão nos trechos 5, 6 e 7 da estrada de ferro.

O ministro citou problemas com a “desatualização tecnológica” do que foi proposto no contrato e uma série de complicações ambientais que imporão alterações no traçado da Fiol:

 “Destaco que esses trechos ainda não foram iniciados, então não há paralisação das obras. Os trechos de 1 a 4, já iniciados, não passam por esse problema”, ressaltou Maia.

A Valec, empresa estatal responsável pelas obras, já foi notificada e teve que suspender os contratos. Ela terá um prazo para informar se irá refazer o projeto ou se novas licitações serão realizadas.

Após o encontro, o deputado baiano criticou a demora para nomear o novo presidente da empresa e afirmou que irá enviar um ofício à presidente da República, Dilma Rousseff, para pedir maior atenção ao caso.

A ferrovia vai passar para a história como um dos maiores factóides de propaganda política do País. Quase a mesma dimensão daquele da Ferrovia Norte Sul, lançada por José Sarney, então presidente da República, há mais de 25 anos. Até hoje não está pronta. Vários presidentes já pegaram carona nas locomotivas e grande parte do trecho não saiu do papel.

Hoje a reunião que vai decidir continuidade da obra da ferrovia Oeste-Leste.

Pode acontecer hoje a reunião entre representantes do IBAMA e da Valec, responsável pela construção e futura operação da Ferrovia Oeste-Leste. O objetivo é a sustação do embargo imposto pelo órgão ambiental na construção da ferrovia. Segundo o IBAMA, a Valec Engenharia, a estatal do Ministério dos Transportes responsável pela execução do projeto, não cumpriu as condicionantes ambientais estabelecidas na licença de instalação da obra.
A Valec é uma das investigadas no esquema de corrupção do PR no Ministério Transportes, motivo pelo qual o titular, José Francisco das Neves, foi exonerado pela presidente Dilma Rousseff no inicio do mês.
O embargo do Ibama atinge os quatro primeiros lotes da ferrovia, localizados entre Caetité e Ilhéus, num total de 537 quilômetros. Iniciado há cinco meses, esse trecho tem prazo para ser concluído em julho de 2012, e beneficiará a indústria de extração de minério de Caetité.
O segundo trecho, ligando Caetité a Barreiras, somando mais 485 km, está previsto para julho de 2013. Vai permitir o escoamento da produção agrícola do oeste baiano. O terceiro trecho irá ligar Barreiras a Figueirópolis (TO), onde ocorrerá a integração com a Ferrovia Norte-Sul. 

A ferrovia ou a poluição do transporte rodoviário.

Integrante da Frente Parlamentar para Acompanhamento da Construção da Ferrovia Oeste-Leste e do Porto Sul, o deputado federal Luiz Argolo (PP), se disse surpreso com a ação civil pública do Ministério Público Federal de Ilhéus pedindo a suspensão imediata das obras do sub trecho Barreiras–Ilhéus da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). Na opinião de Argolo, todos esses entraves judiciais só fazem atrasar ainda mais a obra do Complexo Intermodal, cujo projeto é crucial para o desenvolvimento do nordeste e do Brasil, que sofre com transporte ineficiente, caro e poluente.

Argolo lembrou que no último dia 12, autoridades baianas e órgãos ambientais comemoram a alteração do local onde será implantado o Complexo Portuário e de Serviços Porto Sul.”Atendeu-se uma orientação do IBAMA, a administração estadual optou por redirecionar os estudos para a nova área. Dentre os motivos determinantes para a mudança da localidade destinada ao projeto estão a ausência de corais e recifes no trecho de mar em frente à nova área escolhida e de fragmentos em processo de regeneração de Mata Atlântica, bem como menor complexidade de fauna. Isso tudo tem que ser levado em consideração”, pontuou o parlamentar.

O pepista disse que é possível aliar a implantação de um complexo logístico e a preservação do meio ambiente e conclamou que os órgãos envolvidos e a Justiça busquem consenso e destravem o processo.

“A economia baiana, e principalmente a de Ilhéus, terá uma nova dinâmica, com estímulo ao turismo e ao comércio, atração de novas empresas, geração de empregos, garantido assim o desenvolvimento regional. Defender o Porto Sul é defender a dignidade das pessoas, é pensar para frente”.

O que os fundamentalistas do meio ambiente não questionam é isso: o que é mais poluente e devastador? A ferrovia e o porto ou milhares de caminhões pesados atravessando vilas, cidades e rodovias com a produção do Oeste baiano? Sem contar que a exploração mineral de cidades da região central da Bahia está inviabilizada pela falta de uma ferrovia.

Wagner pede, hoje, união pela ferrovia e pelo novo porto.

No programa de rádio desta terça-feira (22), o governador Jaques Wagner reafirma que as obras de infraestrutura em desenvolvimento no estado, a exemplo do Complexo Intermodal Porto Sul e da Ferrovia de Integração Oeste/Leste (Fiol), na região sul, buscam o equilíbrio entre geração de emprego, desenvolvimento econômico e social e sustentabilidade ambiental.

O governador conclama toda a população baiana, em especial a do interior do estado, como os moradores dos municípios de Ilhéus, Itacaré, Luís Eduardo, Barreiras, e a classe empresarial, para se unir em “torno dessa grande obra que é a maior das últimas décadas em termo de logística porque ela será praticamente a redenção da produção do oeste baiano e trará também ao longo dos seus 1,1 mil quilômetros de ferrovia, muitas novidades, muitas novas empresas e projetos agrícolas”.

“Durante um ano e meio foram estudados sete pontos diferentes em torno de Ilhéus – pois o traçado da ferrovia chega naquela região – e, finalmente, escolhemos o ponto que foi avaliado como de menor impacto ambiental. Tudo foi calculado para que o prejuízo – se é que vai haver – seja o mínimo possível”, diz o governador.

Wagner, que se considera “também um defensor da preservação ambiental”, diz não ter dúvidas da necessidade da obra, salientando que “todo o projeto foi construído com muito carinho”. O que ocorre, na opinião do governador, é que “alguns têm uma visão muito restrita da questão ambiental e acham que tudo é intocável. Você não constrói um prédio, uma ferrovia, um novo aeroporto sem ter que mexer no meio ambiente”.

Jaques Wagner considera que, eventualmente, os que são contra são por motivos ambientais, outros por motivos comerciais porque no jogo democrático muitas vezes o argumento é usado de uma forma e o interesse objetivo é de outra. “Mas tenho a certeza que a ampla maioria da população de Ilhéus, da Bahia inteira, é totalmente favorável à construção da ferrovia e do porto e faremos dentro das normas de sustentabilidade ambiental”.

O governador lembra que a construção da Fiol é um sonho de décadas de muitos baianos e uma conquista decidida pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sendo um investimento de quase R$5 bilhões.

Humberto participa da festa da ferrovia Oeste-Leste.

Humberto Santa Cruz, o deputado federal João Leão, o presidente Lula e o governador Jaques Wagner.

A menos de  vinte dias de deixar o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nesta sexta-feira a Ilhéus apenas para assinar a ordem de serviço para o início das obras de quatro dos sete lotes da Ferrovia de Integração Oeste- Leste. Aplaudido por cerca de 1.500 pessoas, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, Lula elencou feitos de seu governo e destacou o papel do Estado como protetor da população mais pobre.

Presente no evento,o prefeito de Luís Eduardo Magalhães,Humberto Santa Cruz, destacou a importância do empreendimento. “Esse é um dia histórico para a Bahia,” afirmou o gestor. Segundo Santa Cruz, diversos setores da economia do estado vão ser beneficiadas com essa nova linha férrea. “O trem vai com a produção do oeste da Bahia e pode voltar com adubo e minérios, por exemplo,’ concluiu Santa Cruz .

A primeira etapa da ferrovia será construída  no trecho de 537 quilômetros entre as cidades de Caetité e Ilhéus,contemplando o transporte de minério de ferro  que será explorado na região sudoeste da Bahia.Ao todo, a ferrovia terá 1.527 quilômetros num traçado que vai cruzar 32 municípios baianos .O investimento total previsto é de R$ 6 bilhões .

Os homens das cavernas sob e sobre a ferrovia.

Foto de Ricardo Stuckert, da Presidência da República.

A Obra da Ferrovia Oeste-Leste, que inicialmente ligará Ilhéus a Barreiras, com 1,1 mil quilômetros de estradas de ferro, só terá sentido com a construção de um porto na ponta oceânica da via. Para tanto, o presidente Lula acredita que para que a ferrovia não fique ociosa à espera do Porto Sul, a obra terá de ser iniciada já em meados do primeiro semestre do ano que vem.

“Ainda está se discutindo o melhor local e eu penso que, se tudo der certo, Dilma estará aqui em março para anunciar a construção do porto”.

O porto enfrenta problemas de questões ambientais. Nada, entretanto, que não possa ser superado, na visão do presidente.

“Há três meses levantaram os problemas das cavernas (para a construção da ferrovia). Ninguém é irresponsável de construir por cima de uma caverna sem saber a espessura. Mas trabalhamos com rapidez extraordinária com o ministério do Meio Ambiente e estamos aqui hoje”, compara. Texto de Rafael Rodrigues, do portal Bahia Notícias.

O problema não são as cavernas, Presidente. O problema são os homens que habitam as cavernas.

Não começa, mas já inicia mal. Dá para entender?

O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a paralisação da Construção da Ferrovia de Integração Oeste Leste, no trecho entre Caetité e Barreiras. No total, a recomendação inclui 32 obras públicas no país, onde foram encontradas irregularidades graves. Além da Ferrovia Oeste Leste, outras dezessete obras são integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O plano do tribunal, conhecido como Fiscobras, fiscalizou 426 obras em todo o país. O relatório aprovado pelo plenário do TCU será entregue nesta terça (9) ao Congresso Nacional, que decidirá se aceita a recomendação de paralisação das obras.
Segundo a Agência Brasil, o presidente da República pode, porém, vetar tal sugestão, como ocorreu no ano passado com a Refinaria Abreu e Lima em Recife e com a obra de modernização e adequação do sistema de produção da Refinaria Presidente Getulio Vargas (Repar). As duas obras, integrantes do PAC, voltaram a ser incluídas no relatório deste ano do TCU, que sugeriu a paralisação.
De acordo com o relator dos processos no TCU, ministro Benjamin Zymler, as obras mais importantes do governo são do PAC, por isso, é natural que estejam também no relatório. O ministro ressalta que, mesmo depois desse trabalho de fiscalização, o tribunal continua a acompanhar a aplicação do dinheiro público.
Zymler fez questão de dizer que o governo federal tem melhorado a gestão das obras e aderido às recomendações do TCU. “Houve adesão dos gestores às nossas recomendações”. Segundo ele, em 2001, houve recomendação para paralisação de cerca de 120 obras e em 2010 o número ficou em 32.
Ele acrescentou que, em algumas situações, os gestores decidiram corrigir os problemas detectados e que isso deve gerar economia de R$ 2,588 bilhões para os cofres públicos. A Ferrovia Oeste-Leste, orçada em R$ 4,244 bilhões, no total, é um exemplo. O TCU indicou sobrepreço e, com a negociação com os gestores, houve redução no orçamento em R$ 260,2 milhões.

A pergunta que não quer calar: se as obras da ferrovia ainda não começaram, como paralisá-las? Estão roubando até no levantamento topográfico e nos projetos de viabilidade? Onde existe dinheiro público, logo se instala uma avantajada praga de roedores. De maneira endêmica.

Agora a desculpa é a pedra fundamental da ferrovia.

Neste dia 29, o nosso Grande Timoneiro, desembarca  em Ilhéus, para lançar a pedra fundamental da Ferrovia Oeste-Leste. O presidente visitará ainda Itabuna para assinar a ordem de serviço de duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna. A nova pista deve ser construída à margem direita do rio Cachoeira.

Próximos eventos relativos à Ferrovia Oeste-Leste: primeiro dormente, depois primeiro trilho, mais tarde o primeiro prego de fixação do trilho ao dormente e mais tarde ainda o primeiro apito do trem. Puro factóide de campanha para ver se Jaques Wagner ganha esta no grito. Inauguração de pedra fundamental 5 dias antes das eleições? Isso é a vergonha mais escancarada ao sul do Equador.

Ferrovia não começa sem licenciamento ambiental.

Por esta ninguém esperava: o que está atrasando a licitação da ferrovia  Oeste-Leste é a falta de licenciamento ambiental. O candidato a senador César Borges afirmou esta semana que também existe outro problema: o que adianta fazer a ferrovia sem o novo porto. O porto, que deveria estar localizado na estrada Ilhéus-Itacaré enfrenta forte resistência dos ambientalistas em função da região ser inteiramente preservada.

A verdade é que um conjunto de ONGs que atuam na região de Ilhéus, no sul baiano, está questionando a licitação das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). O prazo para que as empresas interessadas em construí-la entregassem suas propostas à Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. foi finalizado nesta segunda-feira (23). Segundo a Rede Sul, o processo licitatório só deveria ocorrer após o licenciamento ambiental, que ainda não ocorreu. “Levando-se em consideração o enquadramento da ferrovia como empreendimento que necessita de licenciamento ambiental para sua implantação, o tribunal de Contas da União recomenda que processos de licitação de empreendimentos a serem licenciados ocorram somente após a concessão da licença de instalação. Entretanto, neste caso, a abertura da concorrência realizou-se anteriormente à concessão de licença de instalação da Fiol”, diz o grupo em nota. Parte das informações são do Estadão On Line.

Porto de Aratu tem longa fila de caminhões.

O terminal graneleiro de Aratu está esperando navio só na terça à noite, com condições de descarregar soja e farelo de soja só na quarta-feira. Os caminhoneiros de Luís Eduardo e região, já carregados, esperam o almoço de comemoração ao  dia das mães para se encaminharem ao porto. Continue Lendo “Porto de Aratu tem longa fila de caminhões.”

Presidente da Valec diz que ferrovia sai mesmo

Os governos estadual e federal realizaram, nesta sexta-feira (11), mais uma reunião de trabalho para discutir o projeto de construção da Ferrovia Oeste-Leste, que liga o município de Ilhéus, na Bahia, à cidade de Figueiropólis, em Goiás.

Na presença da secretária da Casa Civil, Eva Maria Chiavon, do secretário de infraestrutura, João Leão, e do secretário de infrestrutura Naval e Portuária, Roberto Benjamim, o presidente da Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa responsável pela obra, José Francisco das Neves, apresentou, no prédio da Governadoria, detalhes do andamento do projeto.

“Esta semana também tivemos uma reunião sobre a Ferrovia Oeste-Leste com o presidente da República. Dissemos a ele, e repetimos aqui, que a obra tem condições de começar já no mês de maio de 2010”, afirmou o presidente da Valec.
Segundo ele, as datas das audiências públicas já foram marcadas, os relatórios de impacto ambiental encaminhados, e parte de projeto básico está pronta. Até 15 de janeiro vai ser licitado o projeto executivo e até 2011 a ferrovia estará concluída.