Antiviral Daclastavir é recomendado pela FIOCRUZ para tratamento do Covid-19.

Nos experimentos, o antiviral daclastavir impediu a produção de partículas virais do novo coronavírus que causam a infecção. Imagem: Getty Images / iStockphoto

Um estudo liderado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com medicamentos que são usados para tratar hepatite C mostrou eficácia contra o novo coronavírus, que causa a covid-19.

A doença já infectou mais de 9,6 milhões de pessoas no mundo e matou quase 490 mil, segundo o painel global da universidade Johns Hopkins. No Brasil, os dados de ontem do Ministério da Saúde contabilizam 1.228.114 casos e 54.971 óbitos.

Número de mortes por coronavírus no Brasil dobra a cada 5 dias, aponta Fiocruz

“Nossa situação hoje é pior do que a de Itália, Espanha e Estados Unidos”, diz o epidemiologista Diego Xavier

O número de mortes provocadas pelo novo coronavírus no Brasil tem dobrado a cada cinco dias, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a publicação, nos Estados Unidos, por exemplo, essa duplicação ocorre a cada seis dias, e na Itália e na Espanha, a cada oito. O dado consta da última nota técnica do MonitoraCovid-19, um sistema da Fiocruz que agrupa dados sobre a pandemia, e revela a velocidade com que a doença se dissemina em território brasileiro.

“A nossa situação hoje é pior do que a de Itália, Espanha e Estados Unidos. Por isso, o número de mortes está dobrando em um espaço de tempo menor”, afirmou ao Estadão o epidemiologista Diego Xavier, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz, e um dos responsáveis pelo trabalho. Além de epidemiologistas, geógrafos e estatísticos do Icict/Fiocruz têm trabalhado com a ferramenta para produzir análises sobre o avanço da doença.

“Os dados de óbitos são mais confiáveis do que os dados de casos para medir o avanço da epidemia”, justificou Xavier. “Isso porque, no caso do óbito, mesmo o diagnóstico que não foi feito durante a evolução clínica do paciente pode ser investigado. Além disso, a situação clínica do paciente que vem a óbito é mais evidente, quando comparada aos casos que podem ser assintomáticos e leves.”

De acordo com a reportagem, a nota técnica também alerta para a interiorização da epidemia, que está chegando de forma acelerada aos municípios de menor porte do País. Dentre os municípios com mais de 500 mil habitantes, todos já apresentam casos da doença. Naqueles com população entre 50 mil e 100 mil habitantes, 59,6% têm casos. Já 25,8% dos municípios com população entre 20 mil e 50 mil, 11,1% daqueles com população entre 10 mil e 20 mil habitantes e 4,1% dos municípios com população até 10 mil habitantes apresentam doentes de covid-19.

Para o epidemiologista, a decisão de suspender o isolamento social em municípios que não têm nenhum caso da doença registrado é extremamente temerária, sobretudo em um momento de aumento da velocidade da disseminação da doença. “Estão tomando uma decisão muito arriscada”, disse. O pesquisador lembrou que, mesmo que não haja registro oficial, a doença já pode estar circulando.

Além disso, ressalta ele, as cidades menores estão ligadas às maiores, e é inevitável que o vírus chegue até elas. “À medida que a doença avança para o interior e atinge cidades menores, a demanda por serviços mais especializados de saúde, como UTIs e respiradores, também cresce”, constata. “Só que esses municípios menores, em sua maioria, não detêm esses recursos de saúde, então terão de enviar seus pacientes a centros maiores, que já apresentam leitos, equipamentos e pessoal de saúde em situação difícil”, alertou Xavier.

Com edição do bahia.ba

Medicamentos para diabetes e hipertensão faltam em 5 estados. Bahia, inclusive.

Anunciada em 3 de fevereiro para beneficiar 900 mil pessoas em todo o país, a distribuição gratuita de remédios contra hipertensão e diabetes pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular está apresentando problemas em, pelo menos, quatro estados nordestinos e no Rio de Janeiro. Pacientes de Pernambuco, Bahia, Ceará, Piauí, mais os fluminenses, segundo levantamento divulgado pelo jornal O Globo, não conseguem encontrar os medicamentos nas drogarias públicas e privadas que formam a rede Farmácia Popular.

José Miguel do Nascimento Júnior, do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, responsabiliza a Fiocruz pelo desabastecimento. Diz que a instituição, gestora do projeto, não conseguiu se adequar à lei que manda substituir o uso de nota manual pelo de nota fiscal eletrônica.