Fogos de artifício, uma sessão do circo.

Fica difícil desejar muita paz e harmonia com todos aqueles conflitos sangrentos dos países árabes e os iranianos e americanos, armados até os dentes, fazendo cara feia, uns para os outros, no Golfo Pérsico. Fica ainda mais difícil, aqui no País, desejar um próspero ano novo quando nos lembramos das periferias, da desigualdade, da corrupção e dos desmandos da raça de lobos que vampiriza os destinos da Nação.

Sem querer ser o pessimista de plantão, de uma coisa temos certeza: se acontecer em 2012, o apocalipse será muito mais colorido e explosivo que estas queimas de fogos à beira mar.

O próximo ano não será fácil na economia e nos aspectos sociais, em todo o mundo, mas já estaremos muito felizes se chegarmos a 2013 apenas com estes patéticos fogos de final de ano.

A sessão do circo foi boa. Falta agora o pão.

Não chores pelos pibes de Maradona, Argentina!

A Alemanha tira a Argentina para dançar. Foto do portal Terra.

A equipe de futebol alemã foi impiedosa com o futebol de circo da equipe portenha. Depois de uma goleada de 4xO, o sabor na boca dos argentinos é de uma derrota sem honra. A tecnologia de preparo físico da Alemanha foi arma fatal contra os saltimbancos de Maradona. A derrota brasileira, comemorada com fogos de artifício em Buenos Aires, será, agora, rapidamente esquecida pelos argentinos, que tratarão de lamber suas próprias feridas, seu orgulho ferido de morte.

Afirma Lucas Rizzatti, do ClicRBS Esportes, que “desde a estreia da Argentina diante da Nigéria, estava claro que o lado direito da defesa de Maradona era o ponto fraco da equipe. A eficaz Alemanha precisou de apenas três minutos para constatar a suspeita. Pela ponta destra, Podolski sofreu falta do fraco Otamendi. Schweinsteiger cruzou e Müller se antecipou ao goleiro: 1 a 0. Um começo espetacular para os tricampeões mundiais.Após a abertura do placar, os alemães começaram a jogar ao seu gosto, abusando dos contundentes contragolpes que vitimaram o English Team, nas oitavas. No entanto, o grande mérito do trio final alemão nem foi a produção ofensiva. Fazendo uma parede tripla na risca divisória do gramado, Podolski, Klose e Müller dificultaram enormemente a saída de bola dos argentinos.”

“Argentina se fue tras un golpe durísimo”, diz a página online do jornal “Clarín”. E lamenta a chance perdida de voltar às semifinais da Copa, vinte anos depois. Que não se fale em chocolate perto de argentinos, pelo menos durante um mês, sob pena de uma agressão  inesperada.


Não se faz desenvolvimento com fogos de artifício

José Dirceu mostra o tamanho do crescimento em 2009

O ex-todo poderoso chefe da Casa Civil de Luiz Inácio, José Dirceu, assina, hoje, 18, artigo no jornal Brasil Econômico, sob o título “Novo Ciclo Econômico”. Veja trecho e clique no link acima para ler na íntegra:

“Parece haver consenso entre os analistas econômicos de que o desempenho brasileiro em 2010 será positivo, com crescimento do PIB próximo dos 6%, geração de 2 milhões de empregos e melhoria das condições sociais.

Tais expectativas se sustentam nas medidas adotadas pelo Governo Lula para enfrentar a crise econômica mundial. Mas são respaldadas também por programas e ações de profundo caráter indutor do crescimento com distribuição de renda, como o Bolsa Família, o aumento do salário mínimo, o “Minha Casa, Minha Vida”, o PAC e a ampliação do crédito, por exemplo.”

Algumas observações: agora se entende por que o Brasil Econômico está lançando um novo jornal em Brasília. “El Brujo” está por detrás de tudo. São notórias suas ligações com o capital português que financiou a abertura do Brasil Econômico em São Paulo.

Insistir no PAC, no programa “Minha Casa, Minha Vida” e no Bolsa Família como ações indutoras de desenvolvimento é puro factóide. O que financiou, no ano que passou, a estabilidade econômica, foi antes de tudo a renúncia fiscal no setor de indústria, com reflexos negativos nos setores primário e terciário. O agronegócio, por exemplo, cresce este ano mais pela consistência das chuvas e consequente ampliação da produtividade do que pela ampliação física das lavouras.

O PIB deverá crescer este ano, com base na volta de capitais voláteis e ancorado na forte valorização do real frente ao dólar. No entanto, ao final do ano, o déficit em contas correntes deverá ser astronômico, o real deve enfraquecer, a inflação crescer e, se eventualmente Dilma Rousseff tiver credenciais para um segundo turno, o temor de ações estatizantes deverá tornar-se fator de depressão do desenvolvimento. O que o estado maior do PT precisa entender é que marketing é bom indutor de opinião – veja os índices de aprovação de Lula – mas não a solução para desenvolvimento sustentado.

Festa em Copacabana. Morte na baixada fluminense.

Já são 19 as vítimas da enchente no Grande Rio. Isso não evitou uma festa animada, com 15 minutos de fogos de artifício e presença de mais de 2 milhões de pessoas, a grande maioria turistas, apesar da chuva forte. A maior parte das mortes ocorreu por deslizamentos de encostas, o que demonstra falta de planejamento e investimentos das autoridades. Permitir a ocupação de encostas perigosas é atitude temerária dos governos municipais e estaduais. Desastres ocasionados por chuvas são inevitáveis. Mas o planejamento da habitação é responsabilidade do Estado como um todo.

Juízes corruptos na alça de mira do CNJ

Aumentou em mais de 100% o número de reclamações contra juízes em todo o País, revela balanço anual do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2009, foram protocoladas 1.584 queixas e denúncias de âmbito disciplinar contra magistrados ante 726 ocorrências em 2008. A grande maioria dos relatos aponta para uma velha ferida do Judiciário, a lentidão que marca as ações judiciais.

Segundo o relatório, este ano o CNJ instaurou 125 sindicâncias para apurar supostos desvios, desmandos e falhas na atuação de juízes – em 2008, 12 sindicâncias foram abertas. Em 2009 foram instalados 16 processos administrativos disciplinares (PADs), que visam analisar a conduta ética do magistrado no exercício da função – em 2008, foram 5 PADs.

Nunca, desde a criação do CNJ, em 2004, foi tão elevado o índice de casos comunicados ao órgão, que tem a missão constitucional de fiscalizar o Judiciário. Muitas reclamações se revelam improcedentes. Outras são acolhidas. De acordo com o balanço, em 2009 o CNJ afastou oito magistrados. O conselho recebeu, ainda, entre janeiro e dezembro, volume global de 8.679 procedimentos, incluindo sugestões, ante 4.547 registros no ano passado, o que corresponde a aumento de 90%.

O balanço anual do CNJ foi divulgado pelo ministro Gilmar Mendes, que acumula a presidência do conselho e do Supremo Tribunal Federal. O relatório contém dados estatísticos sobre o total de reclamações, quantidade de sindicâncias abertas, resoluções e recomendações aprovadas e um resumo das ações de cada programa do conselho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.