Hospitalização de bebês por desnutrição atinge pior índice em 14 anos.

Dados, referentes a 2021, são do Observa Infância, ligado à Fiocruz e à Unifase; Ministério da Saúde diz ter enviado mais de R$ 345 milhões a municípios para ações de apoio a mães e crianças vulneráveis

fome e a vulnerabilidade social vêm atingindo bebês com menos de 1 ano no Brasil. São crianças que chegam aos postos de saúde e aos hospitais com insuficiência de nutrientes, muitas vezes também desidratadas e com quadro de infecção. Uma dura realidade que está expressa em dados: em 2021, foram registradas 113 internações por desnutrição a cada 100 mil nascimentos, pior patamar dos últimos 14 anos. Trata-se de aumento de 10,9% em relação a 2008 (101,9 casos de hospitalização), ano de início do período analisado.

Em números absolutos, 2.939 crianças nessa faixa etária precisaram de internação no ano passado, segundo pesquisa inédita do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e à Unifase, a que o Estadão teve acesso com exclusividade. O problema está ainda mais acentuado entre bebês que vivem nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do País.

“O que essas hospitalizações por desnutrição representam? Não é só fome. Há todo um contexto de vulnerabilidade social envolvido”, explica Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância e responsável pela análise, feita com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).

Do Estadão

Nordeste tem 1/3 da população com insegurança alimentar moderada ou grave, aponta pesquisa.

O paradoxo da fome, uma doença nacional | VEJA

Secretário da Bahia diz que Brasil não tem o que celebrar no Dia Mundial da Alimentação

Dono do maior rebanho bovino do mundo, Brasil tem menor consumo em 26 anos e mais da metade da população com algum grau de insegurança alimentar

O Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, chega a mais um ano com uma série de desafios sociais e nenhum motivo para celebração. A pandemia potencializou o aumento do número de famílias com fome, que tem aumentado nos últimos três anos, especialmente durante a pandemia, com a falta de ação do Governo Federal.

Dados da rede da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) mostram que o Brasil vive hoje no mesmo patamar de segurança alimentar e nutricional de 2004. São 17 anos de retrocesso na política de combate à fome do Brasil, que já foi exemplo mundial no tema.

De acordo com a pesquisa, do total de 211,7 milhões de brasileiros, 116,8 milhões convivem com algum grau de Insegurança Alimentar e, destes, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente (insegurança alimentar moderada ou grave), ou seja, não tem acesso pleno e permanente a alimentos e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (insegurança alimentar grave). Enquanto no Brasil, os brasileiros com insegurança alimentar leve, moderada e grave são 55%, no Nordeste chegam a 71,9%.

Para o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), Carlos Martins, a inação do Governo Federal e a falta de apoio a estados e municípios potencializou o problema.

“Nós temos um governo sem rumo e, com a pandemia, dois problemas graves foram potencializados: a falta de ação ou qualquer compromisso do Governo Federal no enfrentamento à pandemia e seus efeitos, e a insensibilidade com os graves problemas sociais que o Brasil voltou a enfrentar a partir de 2019”, afirma Martins.

Dos 55 milhões de moradores da região Nordeste, 22,9 milhões tem insegurança alimentar leve; 9,4 milhões tem insegurança alimentar moderada; e 7,6 milhões insegurança alimentar grave. O número de pessoas em insegurança alimentar grave no Nordeste corresponde a 39% do total de todo o país, mesmo a região tendo 26% da população.

Em 2013, o Brasil tinha 77,1% dos moradores em situação de segurança alimentar, segundo dados da PNAD 2013.

Em 2020, esse número caiu para 44,8%. O número de famílias com insegurança alimentar grave passou de 4,2% (o nível mais baixo até então) em 2013 para 9% em 2020. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) retirou, pela primeira vez, o Brasil do Mapa da Fome que divulgava periodicamente.

“A comida está cara, o gás está caro, o desemprego segue em patamares elevados e as políticas sociais são desestruturadas dia após dia. Não há qualquer indício ou sinalização do Governo Federal para mudar esse cenário devastador para toda a sociedade brasileira. A fome deveria envergonhar todos nós”, comenta o secretário estadual.

A pesquisa revela que mais da metade da população brasileira está em insegurança alimentar durante a pandemia, com cerca de 19 milhões de pessoas na forma grave, ou seja, passando fome, um salto de 27% se comparado a 2017.

Na Bahia, por meio dos Restaurantes Populares mantidos em Salvador, que servem 5 mil refeições por dia, e através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), a SJDHDS garantiu alimentação digna e saudável para milhares de pessoas.

De janeiro até agora, os Restaurantes Populares serviram 949.440 refeições nas duas unidades na capital baiana, localizadas nos bairros da Liberdade e Comércio. Um investimento total de R$ 6.117.642,35.  Já o PAA beneficiou 204 mil famílias baianas com a doação de 5,1 milhões de quilos de alimentos em 229 municípios.

Ainda assim há dificuldades na execução das políticas públicas. “O PAA é um programa executado em parceria com o Governo Federal e os municípios, mas vem perdendo recursos ano após ano”, diz Martins.

Consumo de carne é o menor em 26 anos

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que o consumo de carne em outubro de 2021 chegou ao menor nível em 26 anos. A inflação acumulada da carne vermelha acumula alta de 30,7% em 12 meses, segundo o IBGE.

“É inaceitável que nos país com o maior rebanho bovino do mundo a população esteja passando fome ou em filas para recolher restos e carcaças. A falta de ação federal é imperdoável porque a fome não espera”, finaliza o secretário.

O Brasil tem hoje a maior população bovina do mundo: 217 milhões de cabeças de gado. Além de ser o maior exportador de carne bovina, o Brasil é hoje o quarto maior produtor de grãos do mundo, segundo a Embrapa.

88 milhões de brasileiros tem dificuldades para conseguir alimentos.

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Pergunta de um perfil satírico, no Twitter, denominado Luiz Patriota: “Por que não falam dos 59% que conseguem comer todo dia?”

É verdade: isso a Globo não mostra, gente faturando macarronada, churrasco, arroz de carreteiro e vaca atolada. E enchendo suas pancetas até quase arrebentar.

Ontem, fui a um supermercado depois de quase um ano escondido em casa. E fiquei assustado: “Patinho” a R$40,00 o quilo e paleta bovina a R$30,00. É por essas e outras que o pessoal perde tempo na fila do osso em Cuiabá.

Como os bonobos que não atravessaram o rio Congo e são consumidores de gramíneas e brotos de árvores até hoje, vamos ter que desenvolver um sistema gástrico que saiba retirar energético e proteínas de gramíneas.

O problema é que 41% dos brasileiros são 88 milhões. E é óbvio que não vai ter grama pra todo mundo. Por isso é obrigação de cada patriota fazer a segurança do seu jardim.

Bonobo (Pan paniscus) - Chimpanzé-pigmeu - Biologia - InfoEscola

Bonobos curtindo uma graminha forquilha, a mais suculenta.    

A fome ronda o Brasil, o terceiro maior produtor de alimentos do mundo.

Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave (fome), chegando a 10,3 milhões. Terras férteis, clima propício e o Brasil não tem capacidade para produzir e alcançar alimentos básicos para uma grande parcela da população. 

Da Sputnik Brasil, foto Adobe Stock.

O prolongamento da pandemia do novo coronavírus, a ausência do auxílio emergencial e o aumento do desemprego formam um cenário propício para o crescimento da fome no Brasil.

ONGs dos mais variados setores estão tentando preencher o vazio deixado por governos sufocados economicamente e oprimidos pelo avanço do vírus, mas a queda “dramática” nas doações tem sido mais um obstáculo a ser transposto.

Brasil e o Mapa da Fome

O Brasil deixou o chamado Mapa da Fome em 2014 com o amplo alcance do programa Bolsa Família. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), baseado em dados de 2001 a 2017, mostrou que, no decorrer de 15 anos, o programa reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%. No entanto, o país deve voltar a figurar na geopolítica da miséria no balanço referente a 2020.

E para piorar a situação, uma nova onda de demissões deve acontecer, e pessoas que não precisaram do auxílio no ano passado devem precisar agora, aumentando um drama para o qual não se vislumbra um fim no horizonte.

Daniel Balaban, representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas no Brasil e diretor do Centro de Excelência contra a Fome, falou com a Sputnik Brasil sobre o paradoxo de um país que é um dos maiores produtores mundiais de alimento e onde milhões de pessoas passam fome.

“Realmente é um contrassenso. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, na realidade é o terceiro maior produtor atrás apenas de Estados Unidos e China, produz uma quantidade enorme de alimentos e infelizmente nós estamos vendo o recrudescimento, a volta da fome ao país. Mais uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa”, declarou Balaban.

Segundo ele, a exportação de alimentos do Brasil é extremamente importante, e hoje o agronegócio prefere — e é muito mais lucrativo — a exportação, porque US$ 1 vale quase R$ 6.

“Então, nós estamos vivendo um problema econômico, porque as exportações elas são importantes para o agronegócio… A questão da fome no Brasil não tem relação com a falta de alimentos , nós temos alimentos suficientes para alimentar toda a população brasileira, mesmo depois da exportação”.

“O problema é o acesso aos alimentos, por conta das crises econômicas, das crises políticas que nós vivemos e agora muito mais fortalecido por conta da pandemia. Então, hoje as pessoas não estão conseguindo mais ter acesso aos alimentos porque muitos estão desempregados, aqueles que fazem bico não estão conseguindo sair por conta dos lockdonws e a pandemia ainda fortaleceu tudo isso, as pessoas estão sentindo muito o aumento da fome no país”, concluiu o representante do Programa Mundial de Alimentos

Ajuda mostra sinais de recuperação

A Sputnik Brasil também conversou com Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor executivo da iniciativa conhecida como Ação da Cidadania. Ele falou que os níveis de doações tiveram uma quebra neste ano de 2021.

“Em 2021 a gente teve uma redução bastante significativa das doações que a gente vinha recebendo ao longo de 2020. Ano passado a gente teve uma média, por mês, de R$ 3,5 milhões em doações e este ano a gente começou o ano recebendo de R$ 200 mil a R$ 300 mil por mês, o que é obviamente muito pouco para uma atuação necessária nesse momento no Brasil”, disse Rodrigo.

Eles compraram 30 milhões em pizza para comemorar o quê?

Do deputado Alencar Santana Braga (PT-SP):

“Foi preciso o Golpe de 2016, a entrega do pré-sal,  o orçamento da saúde e educação congelado por 20 anos, o fim dos direitos trabalhistas, a Reforma da previdência pra acabar o INSS, o desemprego recorde e a volta do País ao mapa da fome para que o Bolsonaro e a tigrada comemorassem com a compra de R$30 milhões de pizza.”

 

 

A fome ronda 20,7 milhões de brasileiros, segundo IBOPE e UNICEF

De acordo com pesquisa do UNICEF, cerca de 86 milhões de brasileiros viram o rendimento de seus domicílios diminuir desde o início da crise causada pelo avanço da Covid-19

Desde o início da pandemia, em março de 2020, mais de 20,7 milhões de brasileiros deixaram de comer porque não havia dinheiro para comprar mais comida. Esse é o drama vivido por famílias que sofrem com a insegurança alimentar. Os dados constam em pesquisa do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF). Ainda de acordo com o levantamento, 5,5 milhões de brasileiros que moram com crianças ou adolescentes deixaram de comer por dificuldade financeira.

Segundo a especialista do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília (UnB), Elisabetta Recine, o grau de insegurança alimentar varia de leve a grave, quando se observa o quadro desde o temor de faltar alimento para os próximos dias, até a situação real de que a pessoa deixou de realizar uma refeição.

 “A insegurança alimentar grave é quando as pessoas em geral tiveram que pular refeição, não comeram o suficiente, enfim, passaram fome, inclusive as crianças. Esse é o grau mais elevado de insegurança alimentar. Logicamente, quando você tem um impacto no peso e na altura, principalmente de crianças, é porque elas sofreram situações agudas ou crônicas de insuficiência alimentar”, pontua.

Leia a íntegra da matéria no portal Brasil 61

Veja outros links em que abordamos o mesmo tema:

Fome no Brasil: em 5 anos, cresce em 3 milhões o nº de pessoas em situação de insegurança alimentar grave, diz IBGE

Do g1.globo.com

Depois de recuar em mais da metade em uma década, a fome voltou a se alastrar pelo Brasil. Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões o contingente nesta situação. É o que apontam os dados divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento foi feito entre junho de 2017 e julho de 2018 e apontou piora na alimentação das famílias brasileiras. Entram na conta somente os moradores em domicílios permanentes, ou seja, estão excluídas do levantamento as pessoas em situação de rua, o que poderia aumentar ainda mais o rastro da fome pelo país.

Além do aumento da população que passa fome no país, a pesquisa mostrou também que:

  • O Brasil atingiu o menor patamar de pessoas com alimentação plena e regular

  • A fome é mais prevalente nas áreas rurais

  • Quase metade dos famintos vive na Região Nordeste do país

  • Metade das crianças com até 5 anos vive tem restrição no acesso à alimentação de qualidade

  • Mais da metade dos domicílios onde há fome são chefiados por mulheres

  • Quanto maior o número de moradores no domicílio, menor é o acesso à alimentação plena como segurança alimentar, o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade – em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais – atingiu o menor patamar em 15 anos.

Fome no Brasil — Foto: Economia G1

Fome no Brasil — Foto: Economia G1

“Ao olhar para a série histórica, a gente observa que houve diminuição da segurança alimentar e o consequente aumento dos índices de insegurança alimentar entre a população brasileira”, enfatizou o gerente da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, André Luiz Martins Costa.

De acordo com a pesquisa, 63,3% dos domicílios no Brasil tinham a chamada segurança alimentar, abaixo dos 65,1% apurados em 2004, quando tem início a série histórica do levantamento. O IBGE destacou que este percentual cresceu, consecutivamente, nas duas pesquisas seguintes, realizadas em 2009 e 2013, mas retrocedeu ao mínimo histórico em 2018.

A maior cobertura da segurança alimentar foi registrada em 2013, quando chegou a 77,4% o total de domicílios em que a alimentação podia ser considerada como plena e regular.

Na comparação com 2013, o número de domicílios com segurança alimentar teve queda de 13,7%. Em contrapartida, aumentou em 71,5% o número de domicílios com insegurança alimentar.

O IBGE classifica a insegurança alimentar em três níveis – leve, moderada e grave – da seguinte maneira:

  • Insegurança alimentar leve: há preocupação ou incerteza quanto acesso aos alimentos no futuro, além de queda na qualidade adequada dos alimentos resultante de estratégias que visam não comprometer a quantidade de alimentação consumida.

  • Insegurança alimentar moderada: há redução quantitativa no consumo de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação.

  • Insegurança alimentar grave: há redução quantitativa de alimentos também entre as crianças, ou seja, ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores do domicílio. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no lar.

Foi a insegurança alimentar moderada a que mais cresceu percentualmente entre os domicílios brasileiros entre 2013 e 2018 – uma alta de 87,53%. A insegurança alimentar leve teve alta de 71,5% no mesmo período, enquanto a grave, que caracteriza a fome, aumentou em 48,8%.

Fome pode matar mais que a pandemia ainda neste ano de 2020

O número de pessoas que passam fome em 2020 pode ser até 132 milhões maior do que se estimava anteriormente, segundo algumas projeções. Devido a pandemia, há dificuldade na cadeia de abastecimento de alimentos, economias debilitadas e menor poder de compra do consumidor.

A tendência é que até o fim do ano, a Covid-19 cause um número maior de mortes diárias devido a fome, do que pela infecção do vírus. Isso acontece em uma época de enormes superávits globais de alimentos. As projeções são alarmantes até mesmo para países que tinham relativa estabilidade nos indicadores de segurança alimentar.

Em Nova York, por exemplo, as pessoas estão aguardando em média oito horas na fila de espera por uma cesta básica, enquanto agricultores destroem plantações de alface na Califórnia e deixam frutas apodrecendo nas árvores no estado de Washington.

Na Uganda, bananas e tomates estão se acumulando nas feiras livres. Mesmo reduzindo os preços, não há estímulo suficiente para as vendas, devido ao alto número de desempregados. Filipinas, China e Nigéria sofrem com os congestionamentos logísticos, que já fizeram os países a deixarem cargas de arroz e carne em portos no início do ano.

Na América do Sul, a Venezuela sofre com a fome generalizada. A situação também é grave na Argentina, região rica em agricultura e que exporta alimentos para o mundo, lidera o aumento da fome neste ano, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

De acordo com as estimativas da Oxfam Internacional, ao final do ano, até 12.000 pessoas podem morrer diariamente de fome causada pela Covid-19, potencialmente mais do que o número de mortes causadas pelo próprio vírus. O cálculo é baseado em um salto de mais de 80% na população sujeita a fome crítica.

Bolsonaro acabou com a fome no País: “Isso é só um discurso populista”

Foto de Marcos Correa, da Presidência da REpública, com texto de Carla Jiménez, do El País.

Bolsonaro: “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira, é um discurso populista”

Em resposta ao jornal EL PAÍS, presidente critica transferência de renda e diz que “o que faz tirar o homem da miséria é o conhecimento”. Segundo a FAO, 5,2 milhões de brasileiros passaram um dia inteiro sem comer em 2017.

Jair Bolsonaro recebeu pela primeira vez, nesta sexta-feira, 19, a imprensa estrangeira desde que assumiu o cargo como presidente do Brasil, em primeiro de janeiro. Não foi uma entrevista coletiva de imprensa tradicional, mas um café da manhã com representantes de 12 veículos convidados, incluindo o EL PAÍS.

“A imprensa tem uma imagem distorcida de quem eu sou”, disse Bolsonaro, abrindo a conversa, na qual cada jornalista pôde fazer uma única pergunta, sem direito a complementos.

“Entendo perfeitamente o tamanho do envenenamento do Brasil lá fora”, seguiu ele, ao lado de dois de seus ministros, o general da reserva Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Nacional, e Onyx Lorenzoni, da Casa Civil.

Bolsonaro respondia a um questionamento do EL PAÍS sobre o aumento da pobreza e da desnutrição no país, tema que preocupa o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, conforme disse em entrevista a este jornal nesta semana.

“Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas com físico esquelético como a gente vê em alguns outros países pelo mundo”, completou o mandatário.  Bolsonaro disse ainda que falar de fome é um “discurso populista”.

Não é BBB, não é televisão. É gente, de verdade, pedindo por um pouco de comida!

Diz uma leitora assídua de O Expresso:

“Gentem”, não é BBB, não. Não tem essa história de paredão, de eliminação, de um milhão de reais no final. Essa é a operação “me dá, me dá”, cata troquinho de pobre, da Rede Globo.

O que está se debatendo nas redes sociais são as próximas eleições, a redemocratização do País depois do golpe, a salvação de 40 milhões de pessoas vulneráveis e o reerguimento da economia para encontrar ocupação para mais de 25 milhões de pessoas.

Pense só um pouquinho no flagelo da fome, grassando nos sertões e nas periferias das pequenas e grandes cidade, onde os desgarrados vão dormir sem nada comer e um pai ou uma mãe não conseguem conciliar o sono para descobrir um jeitinho de descolar algum dinheiro para alimentar os filhos.

Os governos brasileiros criaram gulags, campos de concentração sem guardas e sem arame farpado, onde só aumenta a legião de brasileiros à margem de todo e qualquer recurso da sociedade.

Pensem bem: não é BBB, é a triste e cruenta realidade do Brasil.

O mundo que conhecemos já está desaparecendo

O profeta do Apocalipse
O profeta do Apocalipse

Um dos cientistas mais influentes do século 20, James Lovelock chegou a uma conclusão desconcertante: a raça humana está condenada. Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdá. Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu. Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchentes). A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas. Segundo o cientista, restarão pouco mais de 500 milhões de pessoas na Terra, ao final do Século XXI, com o aumento de até 8 graus na temperatura média. Você, caro leitor, não deve perder este artigo do site da revista Rolling Stone.

Formosa do Rio Preto: Alimentação de presos está suspensa há mais de 9 dias‏

Segundo informações obtidas junto à Delegacia de Polícia de Formosa do Rio Preto, desde o dia 18 de dezembro foi suspenso o fornecimento total da alimentação dos presos. Atualmente em número de aproximadamente 12 detentos, não estão recebendo sequer uma refeição diária. Os que têm parentes na cidade ainda contam com a ajuda destes. Os de outras cidades que cumprem pena naquela cidade contam com a benevolência dos companheiros de cela que lhes cedem os restos (imaginem…). Há notícias que esses presos ficaram mais de 72h sem comer nada.

O juiz da comarca já está a par da situação e já expediu dois ofícios ao Delegado, que está de recesso e não deixou responsável ou substituto. A responsabilidade do fornecimento é do município, que mantém convênio com o Estado. O município, pelo que se sabe, não tem feito repassado ao fornecedor, que cortou o fornecimento, e com razão.

Sabemos tratar-se de possíveis criminosos (visto que a maioria ainda não foram julgados), mas que são seres humanos também. A lei de execuções penais garante a alimentação dos segregados e não pode o poder público atropelar tais regras, enquanto na comemoração do aniversário da cidade teve camarote regado a whisky, cerveja, e muita comida para os correligionários do atual gestor.

“Sei o que é passar fome”, diz o Cidadão do Cinturão.

O pré-candidato José Alves Queiroz, do PTB de Luís Eduardo, já está divulgando suas metas para um provável mandato de vereador. O “Cidadão do Cinturão” conhece muita gente, é bem humorado e muito trabalhador. É pintor de paredes, mas nas horas vagas vende artigos de couro por toda a cidade, apesar da idade avançada.

Seus projetos na Câmara Municipal já estão na cabeça: propor a construção de passarelas para pedestres na BR-242, principalmente em frente à avenida Ayrton Senna, e banheiros públicos nas praças da cidade, além de melhorias no transporte  e pontos de ônibus.  José é morador do Jardim das Oliveiras, mas deve conquistar muitos votos em toda a cidade, porque bate perna desde as 6 da manhã, na procura de novos clientes para seus artigos de couro.

Hoje ele falou a este Editor sobre merenda escolar:

“Você acha, meu cidadão, que uma criança que come, na escola, só farofa de salsicha, consegue sair do A e do B? Consegue, não! Fui criado em Juazeiro, no Ceará, e sei o que é passar fome. Minha mãe repartia um ovo por cada dois filhos e, à noite, comíamos farinha seca com sal para disfarçar a fome.”

O Ministério Público Eleitoral que nos perdoe, mas seu José precisa do apoio da imprensa, ao menos nesta fase pré-eleitoral.