Por quem são os delatores da Lava-Jato?

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A delação premiada do quase ex-senador do PT, Delcídio do Amaral, implica profundamente a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula da Silva, segundo vazamento (vazamento?) da Revista Isto É.

Os fatos são significativos e criam uma série de questionamentos:

  • Os vazamentos de informações da Justiça Federal continuam altamente seletivos?
  • A prisão é amarga e doída ao ponto de que os aprisionados delatem fatos específicos que possam ser de interesse da Justiça?
  • Se existem interesses espúrios na manipulação dos depoimentos à Justiça, quem são os interessados?
  • Continua a política rasteira do quanto pior melhor, já confessada inclusive por expoentes da Oposição, como o deputado Imbasshay?
  • A Oposição no Brasil é a figura acabada do cachorro correndo atrás do fusca? Não sabe o que fazer quando o carro para?
  • A Oposição e as tais forças ocultas, que derrubaram Getúlio Vargas, Jango Goulart, Jânio Quadros e frustraram a volta de JK, estão no momento cavando sob os próprios pés, jogando o País em confronto social de monta?
  • Os porta-aviões e os navios-tanque já estão se aproximando da costa do Rio de Janeiro?

Ai de ti, Luís Eduardo, tão adolescente e tão mal falada!

Tramitou rapidamente, nas últimas 48 horas, um inquérito policial que indicia o vereador Elton Alves em crimes contra o patrimônio, que supostamente teriam ocorrido antes de sua eleição ao legislativo eduardense. O inquérito repousava, placidamente, em escaninhos da Polícia Judiciária, num acordo tácito para manter o vereador dentro da esfera de influência do grupo majoritário na Câmara. Como Eltinho aparentemente desbordou do acordo extra-oficial, acusando pesadamente o presidente da Mesa Diretora do Legislativo e, usando suas prerrogativas de componente da direção da Casa, pedindo maiores esclarecimentos sobre os gastos, recebeu o presente indesejado, conhecendo então a dimensão das forças ocultas que trafegam céleres em Luís Eduardo Magalhães.

Não seria este velho e singelo jornalista, que atingindo níveis imagináveis de ingenuidade, sugeriria que, tanto o processo contra o vereador, como os processos da melhoria na transparência da administração da Câmara, deveriam seguir caminhos independentes, consentâneos, apropriados, conformes, sem acordos especiais.

Supostamente existem lesões  graves ao patrimônio nos dois casos, de um lado no privado, em outro, no público, facilmente demonstráveis. Mas também é verdade que, enquanto as águas do rio das Pedras correm silenciosamente e sem alarde para o seu destino irrecorrível no mar, a massa informe dos processos criminais encontra obstáculos intransponíveis, em todas as instâncias, enquanto se subtrai o patrimônio de todos em proveito de poucos.

E tal não seria, se não fosse o exemplo do corte mais alta da Justiça, em recente julgamento da ação penal 470. Como se exigir então justiça, na mais pura e cristalina acepção da palavra,  numa aldeia sertaneja, fundada há pouco mais de uma década, mas já de história política tão turbada como a nossa.