Cidade texana proíbe extração de petróleo pelo método de fratura do solo

fracking

O Estado do Texas acaba de inaugurar uma nova batalha contra o fracking, com possíveis repercussões em toda a América do Norte. O método de extração do petróleo e gás de xisto, pelo sistema de fratura do solo através da injeção de água e compostos químicos sob alta pressão é o mesmo que a Petrobras vem aplicando em Luís Eduardo Magalhães, na fazenda Vitória, a 14 km da cidade.

A cidade de Denton estabeleceu a proibição desta semana. A iniciativa, aprovada pelos cidadãos nas eleições de novembro, com 59% de apoio, fez da cidade o primeiro a dar este passo no Estado que lidera a exploração de petróleo e gás nos EUA.

O Texas, junto com o estado de Dakota do Norte, acumulou 90% do aumento líquido em reservas de petróleo em 2013, de acordo com um relatório da Administração de Informação de Energia (EIA), divulgado esta semana. As descobertas de reservas no Texas alcançaram 2,000 milhões de barris, com mais de  29% no incremento da produção de gás natural do mercado no ano passado, tornando-se o líder nacional.

Denton era um centro de produção dentro do Texas. Mas as queixas dos moradores e incerteza sobre os efeitos desta prática no meio ambiente e na água chegou a um limite quando as retiradas se aproximaram de zonas residenciais. Original do jornal El País, traduzido e editado por este jornal.

 

standbyte natal

Justiça Federal do Paraná veda licitação da exploração do gás de xisto

O sistema exploratório, extremamente danoso ao meio ambiente.
O sistema exploratório, extremamente danoso ao meio ambiente.

Leonardo Cacau Santos La Bradbury, Juiz Federal Substituto na Titularidade Plena, da Justiça Federal de Cascavel, no Paraná, acolheu, liminarmente, mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público Federal, para coibir ação das empresas e órgãos réus, Agência Nacional de Petróleo, Bayar Empreendimentos e Participações Ltda, Companhia Paranaense de Energia, Cowan Petróleo e Gas, Petra Energia S.A., Petrobras e Tucuman Engenharia, na perfuração de poço exploratório de gás de xisto, pelo sistema de fracking ou fratura hidráulica, na Região Oeste daquele Estado.

O Magistrado manda suspender de forma imediata, os efeitos decorrentes da 12ª Rodada de Licitações em relação à disponibilização de blocos para exploração de gás de xisto com o uso da técnica de fraturamento hidráulico no setor SPAR-CS da Bacia do Rio Paraná, até a realização de estudos técnicos que demonstrem a viabilidade, ou não, do uso da técnica em solo brasileiro.

Na ação inicial, o MPF reivindica que:

: a) que a ré ANP faça constar a existência da presente ação nos contratos de concessão celebrados com as demais integrantes do pólo passivo, assim como em seu site institucional e no site da Brasil-Round Licitações de Petróleo e Gás;

b) que a ré ANP disponibilize a íntegra dos contratos firmados com as demais integrantes do pólo passivo nos mencionados sítios;

c) suspender, de forma imediata, os efeitos decorrentes da 12ª Rodada de Licitações em relação à disponibilização de blocos para exploração de gás de xisto com o uso da técnica de fraturamento hidráulico no setor SPAR-CS da Bacia do Rio Paraná, até a realização de estudos técnicos que demonstrem a viabilidade, ou não, do uso da técnica do fraturamento hidráulico em solo brasileiro, com prévia regulamentação do CONAMA, e, com especial ênfase, na realização e devida publicidade da AAAS – Avaliação Ambiental de Áreas Sedimentares (Portaria n. 198/2012), cujos resultados deverão vincular a possível exploração dos correspondentes blocos, oportunizando-se adequadamente a participação popular e técnica, e das pessoas que serão impactadas diretamente pela exploração, para que, dessa forma, garanta-se o efetivo controle no uso da técnica, inclusive quanto ao depósito e posterior descarte das substâncias utilizadas no processo de exploração;

d) a condenação das rés na obrigação de não fazer consistente em não assinar os contratos de concessão dos blocos localizados dentro da faixa de fronteira, e caso algum(ns) deles tenha(m) sido assinado(s), seja determinada a imediata suspensão de todos os efeitos decorrentes do(s) ajuste(s);

e) a anulação dos atos administrativos que culminaram com a irregular concessão do gás de xisto na Bacia do Rio Paraná, assim como de seus efeitos;

f) a condenação da ANP em obrigação de não fazer consistente em não realizar procedimentos licitatórios e/ou celebrar contratos de concessão nas áreas da Bacia do Rio Paraná (setor SPAR-CS) enquanto a técnica do fraturamento hidráulico não for objeto de prévia regulamentação do CONAMA e de AAAS;

g) a condenação da ANP na obrigação de reparação de danos extrapatrimoniais coletivos.
Aduz que os procedimentos licitatórios para oferta de blocos para exploração e produção de ‘gás de xisto’ ou ‘gás folhelho’ na Bacia do Rio Paraná têm por base estudos extremamente superficiais, e foram realizados mesmo diante da existência de parecer técnico negativo de grupo de trabalho (GTPEG) formado por várias instituições/setores e coordenado pelo IBAMA para análise dessa rodada de licitações, da ausência de conhecimento técnico necessário à fase de exploração, de vícios nas audiências públicas realizadas para discussão do tema, e da repercussão negativa da autorização dessa forma de exploração energética no âmbito internacional.

Nos Estados Unidos, a exploração enfrenta firme resistência de ambientalistas.
Nos Estados Unidos, a exploração enfrenta firme resistência de ambientalistas.

Diretor de empresa petroleira critica pressa da ANP em relação ao gás de xisto

O poço exploratório instalado na Fazenda Vitória, a menos de 15 km de Luís Eduardo Magalhães: perigo a vista.
O poço exploratório instalado na Fazenda Vitória, a menos de 15 km de Luís Eduardo Magalhães: perigo a vista.

Especialistas confirmam a pressa demasiada da Agência Nacional do Petróleo em explorar gás de xisto no Brasil e sublinham os efeitos danosos ao meio ambiente na exploração pelo sistema de fracking. Conforme os resultados da prospecção realizada atualmente em Luís Eduardo Magalhães, através de poço exploratório, um dos campos leiloados pode ser o das chapadas do Oeste.

O diretor de Produção da Queiroz Galvão Exploração e Produção, Danilo Oliveira, afirmou que não acredita que o país possa iniciar a exploração do gás não convencional de forma importante dentro dos próximos dez anos. Dentre os empecilhos citados, estão a ausência de regulação, de infraestrutura e equipamentos. “Acho que a realidade do gás de xisto [“shale gas”] no Brasil pode vir a acontecer, mas nunca a curto prazo”, disse a uma plateia de investidores, nesta terça-feira, durante reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais, realizada no Rio de Janeiro.

Durante consulta pública da ANP sobre o assunto, instituições como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) criticaram a forma e a pressa com que a ANP está conduzindo o tema.

Segundo Barroso, embora a aprovação das regras não aconteça antes do leilão, a “espinha dorsal” da resolução está pronta. “O agente que vai para um leilão desses tem pleno conhecimento do que ele tem que seguir e com o que ele vai ter que se comprometer. Por isso a gente tentou antecipar um pouco essa discussão”, disse o diretor, durante audiência pública. O tema traz forte polêmica já que a exploração do “shale gas” pode ser muito danosa aos lençóis freáticos, por necessitar da injeção de produtos químicos no subsolo, além da explosão de rochas subterrâneas. O uso intensivo de água também é demandado.

A Queiroz Galvão está fora da disputa pelos campos de exploração de gás de xisto,  que tem 21 empresas inscritas. Com informações do jornal Valor Econômico, editadas por este jornal.

Leia,clicando aqui, a matéria em que este jornal alerta para os perigos de um desastre ambiental na grande região do aquífero Urucuia.

Neste último dia 21, a ANP realizou audiência pública sobre a prospecção de gás de xisto pelo método de fratura hidráulica, cuja minuta apresentada aos participantes dá uma ideia da complexidade técnica e dos riscos operacionais. Leia a seguir: Continue Lendo “Diretor de empresa petroleira critica pressa da ANP em relação ao gás de xisto”