Nesta briga China X Estados Unidos o Brasil vai perder e muito

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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (15) a implementação de uma tarifa de 25% sobre US$ 50 bilhões em bens importados da China e prometeu impor mais taxas se a China adotar medidas retaliatórias, elevando a tensão comercial entre as maiores potências do mundo. Parte dos produtos já começam a ser sobretaxados a partir de 6 de julho.

Por seu turno, a China vai impor uma tarifa adicional de 25 por cento sobre 659 produtos dos Estados Unidos avaliados em 50 bilhões de dólares, informou a agência de notícias oficial Xinhua citando a Comissão de Tarifas do Conselho de Estado.

Tarifas sobre 34 bilhões de dólares em bens dos EUA incluindo produtos agrícolas, aquáticos e automóveis entrarão em vigor em 6 de julho, noticiou a Xinhua, citando a comissão.

As tarifas também serão aplicadas a automóveis e produtos aquáticos, disse o ministério.

A lista de 659 produtos dos EUA foi mais longa do que uma lista preliminar de 106 produtos publicada pelo Ministério do Comércio em abril, embora o valor dos produtos afetados tenha permanecido inalterado em 50 bilhões de dólares.

As cotações da soja devem cair no mercado internacional, apesar de maior importância do Brasil como principal exportador para a China. No final da tarde de ontem, as cotações caíam em todos os vencimentos, acima de 20 cents de dólar por bushel.

Igualmente, a perda do mercado de aço por parte da China significa que o mercado externo de minério de ferro, outra importante commoditie brasileira, ficará menos demandado.

Com uma eventual queda no nível de crescimento da China, pode acontecer também uma virtual queda nas exportações de carnes suínas e frango.

Donald Trump ainda será conhecido no futuro como o sujeito que mais incentivou a criação do mercado dos BRICs – Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul, mesmo que isso seja altamente prejudicial aos Estados Unidos.