Eleitores e os jornais.

Uma frase definitiva de Gore Vidal, capaz de deixar mais melancólico este feriado:

“Metade dos americanos jamais leu jornal. Metade nunca votou para presidente. Tomara que seja a mesma metade”.

No Oeste baiano, as proporções são diferentes e mais patéticas: 90% dos eleitores nunca leram um jornal. E são exatamente os que votam e elegem vereadores, prefeitos e deputados.

A vida passa num minuto.

Oscar Niemeyer, arquiteto, 105 anos, ontem, na TV, numa entrevista antiga:

– A vida passa num minuto.

O mesmo gênio da arquitetura sobre o que realmente vale à pena:

-O importante é a mulher. O resto é brincadeira.

Niemeyer casou-se, em 2006, aos 99 anos. Entende do riscado. Com base em sua premissa que a vida passa num minuto, cada minuto é mais de 100 anos, vou pedir ao Criador para colocar mais uma meia-hora para mim. Só para poder urinar no túmulo dos meus inimigos.

Millôr!

– Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder.

– Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.

– Brasil, condenado à esperança.

– Um banqueiro pode escrever falsa literatura. Mas vá um escritor falsificar um cheque.

– Arte é intriga.

– A malandragem é a arte de disfarçar a ociosidade.

– Todo homem nasce original e morre plágio.

– Não existe o tempo. Existe o passar do tempo.

– Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.

– Sempre me achei um homem totalmente livre; mas ontem um guarda me convenceu do contrário.

– O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima.

– Às vezes você está discutindo com um imbecil… e ele também.

– A esperança tem que ter a audácia do desespero.

– O otimista não sabe o que o espera.

– Aviso aos navegantes: Em Brasília ainda tem dois deputados do baixo clero sem patrocinador.

– O capitalismo não perde por esperar. Em geral ganha 6% ao mês.

– Toda lei é boa desde que seja usada legalmente.

– Um rato não pode ser juiz na partilha de um queijo.

– Morte súbita é aquela em que a pessoa morre sem o auxílio dos médicos.

– Idade da razão é quando a gente faz as maiores besteiras sem ficar preocupado.

– Além de transformarem o Brasil num cassino, viciaram a roleta.

– Nascer estadista em país subdesenvolvido é como nascer com um tremendo talento de violinista numa tribo que só conhece a percussão.

– Todos os países são difíceis de governar. Só o Brasil é impossível.

– O ovo frito de hoje anula o galeto de amanhã.

– Além de ir pro inferno só tenho medo de uma coisa: juros.

– Feliz é o que você vai perceber que era, algum tempo depois.

– Canalhas melhoram com o passar do tempo (ficam mais canalhas).

– A curiosidade mórbida é a mãe do vidro fumê.

– Há 1.347 maneiras de errar o martelo no prego; só uma de acertar.

– Em agosto, nas noites de frio, a pobreza entra pelos buracos da roupa.

– Aumentou um pouco o número de alfabetizados no país. E aumentou muito mais o número de ignorantes cultos.

– Já que não conseguimos aumentar a grita dos descontentes, precisamos pelo menos diminuir o sorriso dos satisfeitos.

– O homem põe. E o publicitário cacareja.

– Antigamente o louro servia para coroar os heróis. Hoje serve apenas pra dar gosto no feijão.

– Brasil: um filme pornô com trilha de Bossa Nova.

– Este é o país onde há a maior possibilidade de se criar um mundo inteiramente novo. Caos não falta.

– A diferença entre existir e viver é de dez salários mínimos.

– Político profissional jamais tem medo de escuro. Tem medo é de claridade.

– Há os que sobem por estupidez. E os que caem tropeçando na própria sabedoria.

– Depois de morrer meus descendentes poderão dizer com orgulho: “Ele não fez nada que merecesse a Ordem do Mérito!”

– Um pessimista é o único que está preparado para ser otimista quando seu pessimismo der certo.

– O importante não é o relógio. São as horas.

– Chama-se de herói o cara que não teve tempo de fugir.

– O melhor do sexo antes do casamento é você não ter que casar.

– Especialista é o que só não ignora uma coisa.

-O homem é o câncer da natureza.

-O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima.

-O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é.

-O preço da fidelidade é a eterna vigilância.

-Não existe o tempo. Existe o passar do tempo.

-Livre como um táxi.

-Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos muito bem.

-Não adianta prever males futuros. Batatas apodrecem.

-Eu sei sempre do que é que estou falando. Tirando isso não sei mais nada.

-Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados.

-O homem é um animal inviável.

-Brasil, condenado à esperança.

-Eu sou do tempo em que o homem é quem tinha ereção.

-Arte é intriga.

-Para bom entendedor meia palavra basta. Entendeu …ecil?

-Baiano só tem pânico no dia seguinte.

-O dinheiro não é tudo. Tudo é a falta de dinheiro.

-Todo homem nasce original e morre plágio.

-Idem, que economia de palavras!

-Ás vezes você está discutindo com um imbecil… e ele também.

-Eu também não sou um homem livre. Mas muito poucos estiveram tão perto.

-A esperança tem que ter a audácia do desespero.

-Fobia é um medo com PhD.

-O acaso é uma besteira de Deus.

-A probidade não tem cúmplices.

-O psicanalista é o íntimo do âmago.

-O otimista não sabe o que o espera.

A Bahia acaba antes da quaresma

Frase do jornalista Cláudio Humberto, inquisidor-mor das maracutaias do Planalto:

-Sem Carnaval, a Bahia acaba antes do fim do mundo, este ano.

A Bahia toda não acredito, mas Salvador e principais cidades, como Barreiras, por exemplo, com absoluta certeza.

Absolvendo no escurinho?

O jornalista Élio Gaspari transcreve uma passagem do pleno do STF, a qual vale à pena reproduzir:

O Supremo Tribunal discutia a prerrogativa de os magistrados serem julgados em sigilo e o ministro Luis Fux defendia o privilégio, quando o ministro Carlos Ayres Britto perguntou: “Vossa Excelência acha que fica bem um cidadão ser absolvido em sigilo?”