Hoje a justiça social brasileira não comemora a passagem do ano

Seca no Nordeste Antes

Nesta próxima noite de passagem de ano, uma mãe nordestina vai fazer um pirão de farinha de mandioca e feijão fradinho, um restinho que ainda tem no fundo do pote, para encher a barriguinha de seus filhotes, onde o repasto será repartido pelos vermes. Enquanto espocarem os espumantes nas festas da classe média ascendente do Brasil, o assunto principal, aposto, ainda vai ser a canela do Anderson Silva e a cabeça do Schumacher.

As televisões transmitirão ao vivo os fogos de artifício e os políticos renovarão suas esperanças num ano melhor. No Brasil que o Brasil não conhece, analfabeto, maleitoso e sem as mínimas perspectivas de desenvolvimento pessoal, ruge a fera do subdesenvolvimento medieval e da leniência de nossos gestores públicos.