O Brasil perdeu neste domingo um de seus maiores juristas e símbolo da resistência contra a ditadura que se abateu durante 21 anos sobre o País. Morreu, aos 90 anos, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo Brossard de Souza Pinto. Ele estava doente desde outubro do ano passado, situação que se agravou em fevereiro. O velório, inicialmente marcado para 15h, começará às 16h no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini. A cremação será às 21h no Crematório Metropolitano.
Em quase sete décadas de vida pública, o gaúcho de Bagé deixou uma marca indelével na evolução da sociedade brasileira, destacando-se como fundador do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) durante os anos mais duros do regime militar.
No Legislativo, foi a voz mais altissonante da luta contra a ditadura. No Executivo, comandou o Ministério da Justiça no delicado período de transição democrática. No Judiciário, ajudou a moldar um novo Brasil como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do STF.
Paulo Brossard referia-se assim aos fatos que levam o País a uma grave crise econômica e institucional:
“O imprevisto é uma espécie de deus avulso, ao qual se deve reservar algumas ações que podem ter voto decisivo na assembleia dos acontecimentos”.

