Combustíveis explodem preços, aqui no Oeste e ao longo do litoral brasileiro

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Preço do etanol e gasolina continuam disparando, GNV bate recorde e atinge R$ 5 nos postos de combustível do litoral e motoristas de aplicativo, taxistas e trabalhadores entram em desespero. A saída econômica para o consumidor será o uso, em futuro próximo, do GNC, gás metano, obtido a partir da fermentação de material orgânico. Suinocultura e bovinocultura intensivas, aterros sanitários e usinas de fermentação de resíduos industriais orgânicos serão aproveitadas na transição entre o carro movido a petróleo e o movido a eletricidade e célula de hidrogênio.

Pesquisa realizada entre os dias 30 de maio e 5 de junho, pela a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), mostram que o preço dos combustíveis voltou a sofrer alta no Brasil e o consumidor não tem para onde correr.

O preço da gasolina comum bateu R$5,89 (R$5,80 em Luís Eduardo Magalhães)e a aditivada chegou a R$6,29. Já o preço do etanol tem alta expressiva na usina e paridade com a gasolina passou dos 70%, sem contar o GNV, o combustível amplamente usado por motoristas de aplicativos e de táxi superou a marca de R$ 5,00 por metro cúbico, um recorde!

Para se ter uma ideia, sem frete, sem ICMS e sem PIS/Cofins, o preço litro do etanol hidratado fechou a semana em R$ 2,9983 nas usinas e destilarias paulistas, um expressivo disparate de 4,17%.

O biocombustível mais vendido no Brasil perdeu a competitividade, sob a paridade com o preço da gasolina passando dos 70%, a depender do ritmo de repasse das distribuidoras aos postos, além dos 2,14% que variou a majoração nas bases de Paulínia também nesta semana.

A cada dia que passa, aumenta o preço da gasolina, etanol e diesel,e, com isso, os brasileiros que trabalham com transporte de passageiros, como taxistas e motoristas de aplicativos, que recorriam ao Gás Natural Veicular (GNV), estão migrando para o combustível GNC, uma vez que o GNV também está começando a pesar no bolso. O biogás (GNC) pode ser usado sem problemas nos veículos que têm kit-gás.

Gás gerado a partir do lixo vira energia no Rio Grande do Sul | GZH

Usina de Gás Metano em São Paulo

A Petrobras fez um novo reajuste no preço do GNV, aumentando 39% para as distribuidoras. Segundo o levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na última semana de maio, o preço do gás veicular ao consumidor final, já chegava a R$ 5,00 em alguns pontos da cidade do Rio de Janeiro. Diante disso, apesar de não se uma solução nova, o biogás tem se popularizado por render mais e ser mais barato.

De acordo com Jorge Mathuiy, diretor comercial da indústria de cilindros MAT, o GNV (gás metano) pode ser retirado de fontes associadas ao petróleo, por exemplo, o biogás tem características similares, mas é extraído de matérias orgânicas — aterros sanitários, compostagens e bagaços de cana de açúcar, entre outros. Por isso, é conhecido também como gás verde.

Atualmente, apenas dez postos de combustível no Rio de Janeiro oferecem o GNC, mas, de acordo com Mathuiy, até o fim do ano, esse número deve aumentar bastante, já que o biometano tem um custo de aquisição mais barato e é completamente seguro.

A grande vantagem do uso do GNC é que, além da maior autonomia, o combustível oferece maior segurança, por ser mais leve do que o ar, em caso de vazamento, o que faz com que o gás se dissipe rapidamente, o que reduz o risco de explosões e incêndios. Enquanto o álcool se inflama a 200ºC, e a gasolina a 300ºC, para que o biogás se inflame, é preciso que seja submetido a uma temperatura superior a 620ºC.

30 empresas convidadas para construir central de gás da Petrobras. Nenhuma brasileira.

O golpe rende os seus primeiros grandes frutos.

A Petrobras já iniciou os trâmites para retomar as obras para a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí. Na última semana, a estatal convidou empresas para concorrerem à licitação de sua maior obra nos próximos anos. No entanto, na lista das 30 empresas concorrentes constam apenas nomes estrangeiros.

Para o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ), Emanuel Cancella, essa decisão faz parte do golpe de estado instaurado no país, com o impeachment de Dilma Rousseff.

“A gente defende, desde o início da operação Lava Jato, que os diretores corruptos sejam afastados para que a empresa continue funcionando normalmente, para que haja emprego para os brasileiros e a economia continue funcionando. Mas é a destruição da Petrobras que eles estão querendo e também o enfraquecimento das empresas brasileiras”, argumenta.

Quando a lista das empresas foi divulgada, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que a escolha pelas estrangeiras aconteceu como desdobramento da operação Lava Jato, que impediu as construtoras brasileiras de participar de concorrências da companhia.

Desde dezembro de 2014, um bloqueio cautelar da Justiça Federal suspendeu negócios da petroleira com 23 empresas citadas na investigação.

Porém, muitas delas já assinaram seus acordos de leniência, inclusive a Odebrecht, que acertou uma das maiores multas do mundo, totalizando R$ 6,7 bilhões, a ser paga em 20 anos. Com a leniência, espécie de delação premiada de empresas, a companhia admite irregularidades em contratos com o governo e, em troca, pode continuar sendo contratada pelo poder público, mas ainda não pela Petrobras.

Para voltarem a participar de licitações da petroleira, as empresas precisam seguir uma série de medidas, dentre as quais estabelecer mecanismos internos de compliance, que significa firmar série de regulamentos internos, e controle de processos.

“É uma incoerência total. Com as brasileiras ficam colocando mil barreiras, enquanto as estrangeiras, que também estão sendo investigadas lá fora por grandes esquemas de corrupção, estão autorizadas. Essa é a prova de que um dos objetivos da operação Lava Jato é inviabilizar as construtoras brasileiras”, acrescenta o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.

Escândalos de corrupção

A lista de empresas convidadas para a licitação inclui a espanhola Acciona, a inglesa Amec Foster Wheeler, a norte-americana Chicago Bridge & Iron Company, entre outras, envolvidas em escândalos de corrupção em seus países de origem. O prazo apertado foi a justificativa da Petrobras pela preferência do mesmo modelo de contratação utilizado na licitação que escolheu a Queiroz Galvão, empresa que era responsável pelas obras do Comperj até ser afastada após as denúncias da Lava Jato. A licitação prevê que a petroleira privilegie fornecedores de grande porte, com capacidade para contratar todos os equipamentos e montá-los.

Esse modelo é criticado pela FUP e pelo Sindipetro-RJ. “A Petrobras tinha um modelo em que cada empresa ganhava um pouquinho da obra e se complementava. Depois abriram espaço para as grandes empresas que fazem tudo e ganham a licitação pelo menor preço. Mas nem sempre o menor preço é o melhor. Normalmente, a empresa não consegue terminar a obra e precisa fazer aditivos. Isso tem que acabar”, explica Rangel.

A retomada das obras do Comperj devem gerar cerca de 23.300 empregos, considerando postos de trabalho diretos, indiretos e os impactos na cadeia de serviços. “O Comperj é o braço petroquímico mais lucrativo da Petrobras. Além dos empregos gerados pela obra, é onde se produz mais de 3 mil variedades de produtos, entre celulares, tablets e tênis. É uma obra importantíssima para o país que precisa ser tocada pela indústria nacional”, conclui Cancella.

Edição: Vivian Virissimo, do Brasil de Fato.

Petrobrás vende metade da distribuidora de gás natural

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A empresa Mitsui Gás e Energia do Brasil Ltda (Mitsui-Gás) pagou, hoje (28), à Petrobras, R$ 1,93 bilhão pela participação de 49% na Petrobras Gás S.A. (Gaspetro), holding que consolida as participações societárias da Petrobras nas distribuidoras estaduais de gás natural.

Segundo a Petrobras, a transação foi concluída nesta segunda-feira com o pagamento depois da empresa atender a todas as condições precedentes previstas no Contrato de Compra e Venda de Ações, firmado em 23 de outubro deste ano. A Petrobras acrescentou que houve também a aprovação definitiva e sem restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Petrobras destacou ainda que, com a venda, foi atingida a meta do Programa de Desinvestimento da empresa. “Esta operação, feita por meio de processo competitivo, faz parte do Programa de Desinvestimentos previsto no Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 e permitiu atingir a meta de US$ 700 milhões estabelecida para 2015, conforme anunciado em 5 de outubro de 2015”, concluiu a nota da companhia. Da Agência Brasil.

Houve um tempo em que se chamava de privatização. Agora o nome é outro: desinvestimento. De vez em quando é interessante jogar um osso com bastante carne à fera do Sr. Mercado e aos lobos vorazes do neoliberalismo.

Afinal, não queremos nos tornar uma Venezuela, não é mesmo? Por lá, os chavistas estão prestes a afivelar as malas pra pegar o primeiro avião com destino ao exílio, tão grande são as pressões dos ianques sobre os 4 milhões de barris diários de petróleo.

 

Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil, deu uma importante entrevista à Carta Capital, que o leitor poderá ver na íntegra clicando aqui, sobre o aumento vertical da dívida pública brasileira e a alienação do patrimônio estatal. Veja uma passagem:

Por que o mercado – quando eu falo em mercado, estou me referindo aos dealers (bancos) – está aceitando novos títulos da dívida como pagamento em vez de receber dinheiro moeda?

Eles não querem receber dinheiro moeda, eles querem novos títulos, por dois motivos.

Por um lado, o mercado sabe que o juros vão virar novo título e ele vai ter um volume cada vez maior de dívidas para receber.

Segundo: dívida elevada tem justificado um continuo processo de privatização. Como tem sido esse processo? Entrega de patrimônio cada vez mais estratégico, cada vez mais lucrativo.

Nós vimos há pouco tempo a privatização de aeroportos. Não é pouca coisa os aeroportos de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro estarem em mãos privadas.

O que no fundo esse poder econômico mundial deseja é patrimônio e controle. A estratégia do sistema da dívida é a seguinte: você cria uma dívida e essa dívida torna o pais submisso.

O país vai entregar patrimônio atrás de patrimônio. Assim nós já perdemos as telefônicas, as empresas de energia elétrica, as hidrelétricas, as siderúrgicas. Tudo isso passou para propriedade desse grande poder econômico mundial.

E como é que eles [dealers] conseguem esse poder todo? Aí entra o financiamento privado de campanha. É só você entrar no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e dar uma olhada em quem financiou a campanha desses caras. Ou foi grande empresa ou foi banco. O nosso ataque em relação à dívida é porque a dívida é o ponto central, é a espinha dorsal do esquema.

Reservas de gás natural da Bahia podem alcançar 25% de todo o País.

O mapa da ANP refere-se a 2004.
O mapa da ANP refere-se a 2004.

Estimativas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) indicam que apenas a Bacia do Recôncavo, na Bahia, possui 20 trilhões de pés cúbicos (TCF) de gás natural em reservatórios não convencionais, que são aqueles retirados das rochas sedimentares de folhelho.

Para a maioria dos brasileiros este número não faz muito sentido, mas é impressionante, segundo o secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli.

“A reserva de gás natural armazenada em reservatórios convencionais de todo Brasil é da ordem de 16 TCF, ou seja, apenas a Bacia do Recôncavo pode conter 25% mais gás natural do que todo gás descoberto até hoje no país, o que daria para suprir a necessidade nacional durante quase 20 anos, desde que mantido o consumo atual”, afirma Gabrielli. Da coluna Raio Laser, da Tribuna.

Descoberta reserva gigante de gás natural em Minas Gerais.

Apenas em um poço, a Orteng, uma empresa privada que vem procurando gás na região central de Minas Gerais, 280 km ao norte de Belo Horizonte, há mais de dois anos em parceria com o governo mineiro, diz ter encontrado algo entre 175 bilhões e 195 bilhões de metros cúbicos de gás natural, o que permitiria uma extração diária de cerca de 6 milhões de metros cúbicos pelos próximos 25 anos. Na prática isso significa que, se as previsões da companhia estiverem certas, apenas de um poço será possível extrair 20% do que o Brasil importa da Bolívia todos os dias para abastecer indústrias, usinas térmicas de energia, lares e carros país afora. Veja grande reportagem no IG Economia.