
A teoria do estado tampão não é nova, mas a primeira vez que ouvi falar foi na década de 70, no livro “Tempo de Mudar”, do então ministro e empresário Severo Gomes.
O México sempre foi o estado tampão dos Estados Unidos. Com mão de obra abundante e barata, inclusive de outros países latino-americanos, foi descoberto pelas grandes indústrias há quase 3 décadas. Quase acabou com Detroit e Chicago.
Agora, Trump quer recuperar a indústria de auto-peças e a indústria automobilística para os Estados Unidos e seus cidadãos.
Está errado. O custo de manter o muro em pé e de reprimir as tentativas de invasão vai sair mais cara e quebrar o precário equilíbrio geopolítico da região.
Como a Alemanha não pode abrir mão dos turcos na sua recuperação econômica, os Estados Unidos não poderão prescindir dos imigrantes “cucarachas” para a realização do serviço braçal. Mais que isso: os imigrantes respondem pelo fortalecimento do mercado de consumo interno nos EUA.
Segundo projeção feita em 2008 pelo Pew Research Center, em Washington, os hispânicos devem triplicar e representar a maior parte do crescimento populacional americano de 2005 a 2050, saltando de 14% para 29% no período de 45 anos. Com Trump ou sem Trump, sendo está última hipótese a mais provável.
O porcentual de 29% de latinos, somado à proporção de negros (13%) e asiáticos (9%), significará que em 2050 a maior parte dos americanos não será de brancos não-hispânicos, que cairão de 67% para 47% em proporção populacional em 45 anos.
Políticos fabricantes de espuma como Trump são vistos em todos os países do mundo e, principalmente, no Brasil. Mas eles duram o mesmo tempo que as bolinhas de ar começam a estourar. Isto é: muito pouco.
