Kassab era freguês da JBS, assim como mais duas centenas de políticos

A Polícia Federal identificou pagamentos na quantia de R$ 23 milhões da JBS a empresas ligadas ao ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, do governo Michel Temer, Gilberto Kassab (PSD). A informação foi divulgada hoje (4) pela Folha. 

O valor consta no relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no inquérito que investiga repasses de R$ 58 milhões feitos pelos irmãos Joesley e Wesley Batista a Kassab e a seu partido. 

Kassab trabalha atualmente como secretário da Casa Civil de São Paulo, no governo João Doria (PSDB), mas está licenciado para se defender das suspeitas de recebimento de propina pela JBS. 

PSD aprovado em 9 estados, quer colar imagem no passado glorioso do século 20.

A repercussão dos casos de fraude no recolhimento das assinaturas para a fundação do Partido da Social Democracia (PSD) não impediram que a nova legenda conseguisse, com o aval dos tribunais regionais eleitorais, a instalação de diretórios regionais em 9 estados pelo país.

O último estado em que o TRE homologou o registro foi o Acre, dispensando até a Bahia, um dos principais redutos do novo partido, liderado nacionalmente pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, mas que tem sua organização conduzida pelo vice-governador Otto Alencar.

Também deram o aval Santa Catarina, Tocantins, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio de Janeiro, Paraná, Rondônia e Mato Grosso.

Com os 9 diretórios, o PSD ingressará com o pedido de registro nacional Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se concedido antes do dia 8 de outubro, dará à legenda o direito de filiar eleitores e participar das eleições municipais de 2012.

Kassab, em entrevista ao G1, comemorou: “É lógico [que vamos disputar as eleições de 2012]. Estamos habilitados. A partir de agora, vamos começar o processo de filiação no país inteiro, transformando em filiados aqueles que eram associados. E, assim como qualquer partido, estamos nos preparando para entregar à Justiça no dia 7 de outubro a relação de nossos filiados, em especial aqueles que serão candidatos a vereador e a prefeito”, declarou.

O PSD informa ter recebido 538.263 assinaturas de apoio para sua criação. Por lei, são necessárias aproximadamente 490 mil assinaturas.

Ulysses, Luiz Vianna Filho e Juscelino Kubitscheck, três grandes políticos, do tempo em que eles morriam pobres e pautavam a vida pública pelos verdadeiros interesses da Nação.

A nova agremiação quer aproveitar um pouco da imagem do antigo Partido Social Democrático (PSD), fundado em 17 de julho de 1945 e extinto pela ditadura militar, pelo Ato Institucional Número Dois (AI-2), em 27 de outubro de 1965.

Foi formado sob os auspícios de Getúlio Vargas, de caráter liberal-conservador, reunindo antigos interventores do governo federal nos estados, como Benedito Valadares em Minas Gerais, Fernando de Sousa Costa de São Paulo, Almirante Ernâni do Amaral Peixoto do Rio de Janeiro, seu irmão Augusto, no então Distrito Federal, depois Guanabara e Agamenon Magalhães de Pernambuco. Entre 1945 e 1964, junto com o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), formava o bloco pró-getulista da política brasileira, em oposição à União Democrática Nacional (UDN), antigetulista.

Durante sua existência, foi o partido majoritário na Câmara dos Deputados, tendo eleito dois presidentes da República: Eurico Gaspar Dutra, em 1945, e Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 1955; na breve experiência parlamentarista, teve um primeiro ministro de sua legenda, o mineiro Tancredo Neves; o PSD teve próceres como o cearense Armando Falcão, o pernambucano Etelvino Lins, o baiano Luiz Vianna Filho, o gaúcho Ildo Meneghetti, o catarinense Carlos Luz ou os paulistas Auro de Moura Andrade e Ulysses Guimarães, ou ainda o mineiro Negrão de Lima, que chegou a ser eleito Governador da Guanabara.

Após a extinção do PSD, seus membros se dividiram: uns foram para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), único partido de oposição à ditadura permitido após a instituição do bipartidarismo com o AI-2; e outros ingressaram na Aliança Renovadora Nacional(Arena), o partido que apoiava o regime instalado em 1964; em ambas as legendas, os ex-pessedistas se organizavam como alas à parte, em sublegendas. Com informações dos jornais e da Wikipédia.

Kassab lança, na Bahia, as bases do novo PSD.

“Nasce, aqui na Bahia, o PSD. Um partido do povo, para o povo”, afirmou o prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, ontem, domingo, em discurso feito em Salvador. Otto Alencar, vice-governador e atualmente no PP é quem deve chefiar o Partido na Bahia quando ele existir. O objetivo de Kassab com a nova legenda é viabilizar sua candidatura ao governo do Estado de São Paulo em 2014.

Já a escolha de Salvador para o ato foi uma maneira de sinalizar abrangência nacional da sigla, que será oficialmente apresentada em São Paulo nesta segunda. Kassab também elogiou o “espírito democrático” do governador da Bahia, Jaques Wagner, que não compareceu ao evento, mas demonstrou sua anuência ao projeto ao receber logo em seguida o prefeito e o vice-governador em sua residência oficial.

O ato contou ainda com a presença da cúpula do PT baiano: senador Walter Pinheiro, deputados federais Nelson Pelegrino e Josias Gomes e o presidente regional da sigla, Jonas Paulo, além de deputados estaduais da legenda.

Pelo PSB, partido que já defende alianças com a sigla de Kassab, esteve a senadora Lídice da Mata (PSB). Entre os políticos que assinaram o manifesto de criação da nova sigla e que deverão reforçar os quadros da legenda estão os deputados federais Paulo Magalhães (DEM), Fernando Torres (DEM) e José Carlos Araújo (PDT).

Outro deputado federal baiano que já declarou seu ingresso no PSD é Edson Pimenta (PCdoB). Em discurso, Torres se disse “perseguido” pela atual cúpula do DEM e associou o partido ao regime militar (1964-1985). O pedetista Araújo afirmou, ao justificar a adesão ao projeto kassabista, que “a Bahia e o Brasil queriam uma alternativa”.

O deputado federal ACM Neto minimizou a saída do pessoal do DEM: “Quem quiser ir que vá e fique por lá, não volte”. O novo partido será o 30º no País, mais um sem identidade histórica, ideário ou posições políticas definidas. Os partidos políticos no Brasil estão à espera não só de eleitores, mas de sinecuras e de verbas oficiais.

Já os eleitores neste distante nordeste, como no resto do País, nem imaginam o que significa a social-democracia. Eles apenas sonham, como na música de Aldir Blanc e João Bosco, com bife a cavalo, batata frita, goiabada cascão e muito queijo.

O DEM desmorona um pouco todo dia.

Convenção do Democratas: repetidas tentativas de ressuscitar.

Com a iminente saída de Antonio Carlos Magalhães Neto, herdeiro do falecido ACM, do partido Democratas e o anúncio do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de que deverá assinar sua ficha de filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) até setembro deste ano, desmorona sobre suas próprias colunas de sustentação uma agremiação partidária. O prefeito já acertou tudo com o presidente e maior liderança do PSB, Eduardo Campos, governador de Pernambuco. Kassab cumprirá um roteiro imposto pela legislação: primeiro vai se desfiliar ao DEM, em seguida criará um novo partido e depois promoverá sua fusão ao PSB.

O Democratas hoje é um pedaço do que foi o Partido da Frente Liberal (PFL), que por sua vez foi uma facção do PDS – Partido Democrata Social, fundado para abrigar políticos da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido de sustentação da ditadura militar implantada em 1964. É uma longa trilha de reação a qualquer iniciativa com nuances de uma social democracia no País e foco de resistência à ascensão do PDT, o partido liderado por Leonel Brizola. Os analistas da história política do País dizem que os homens da direita criaram o PT justamente para enfrentar a tendência de esquerdização do PDT. Deu nisto que aí está.

Nesta hora em que todos abandonam o DEM, somente os versos de Augusto dos Anjos para servir de epitáfio ao partido:

“Vês?! Ninguém assistiu ao formidável enterro de tua última quimera. Somente a ingratidão – esta pantera – foi tua companheira inseparável!”

Kassabadas

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), compareceu ao velório do senador Romeu Tuma na noite desta terça-feira e afirmou na saída que o ex-diretor geral da Policia Federal foi um exemplo de homem público para os jovens que desejam entrar para a política.

O Kassab anda cheirando ou ingerindo alguma coisa forte demais: primeiro sugeriu a fusão do DEM com o PMDB. Agora vem chorar na tumba de Romeu Tuma, um dos representantes mais duros da repressão nos tempos da quartelada de 64. Esta hora o senador está prestando contas lá em cima. E eu não queria estar na sua pele.

Farra dos contratados é grande. Muito grande.

José Serra tem que melhorar a pontaria e enfrentar suas mazelas eleitorais.

O Globo Online publica manchete informando que o trem da alegria não pára no Planalto Central:

Governo Lula aumentou em 119% as despesas com cargos de confiança. Nos últimos sete anos, cresceu 35% o número de pessoas que ocupam esses cargos e não têm vínculo com o governo.

Folha de São Paulo afirma que Serra está com medo das consequências da cassação de Gilberto Kassab.

O candidato do PSDB é cauteloso demais para o gosto da maioria dos eleitores. Tanto que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é que está tomando a frente na confrontação com o Governo. Se o Kassab for cassado, se a Justiça chegar a conclusão que deve ser cassado, Serra tem que ir para a televisão e dizer que “está certo”, que corrupto não pode ter vez no Governo. Ou não?

Já o Estado de São Paulo mancheteia que os grandes projetos nas áreas de energia elétrica e de telecomunicações continuarão a liderar a expansão da infraestrutura do País, que deve receber R$ 274 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos – a maioria dos recursos será aplicada durante a administração do próximo governo.

A pergunta que não quer calar é a seguinte: e os investimentos no pré-sal, que devem demandar mais U$160 bilhões – de um total de 600 bilhões de dólares? E os investimentos em ferrovias, rodovias, portos e, principalmente, em saneamento, o grande vexame brasileiro? E a saúde e a educação? E a segurança pública?

Kassab cassado em primeira instância pelo TRE-SP

Gilberto Kassab, segundo governante do DEM em processo de cassação nos últimos 30 dias.

A Justiça Eleitoral condenou o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), à perda do mandato pelo suposto recebimento de doações ilegais na campanha de 2008. A decisão deve ser publicada no “Diário Oficial” na próxima terça-feira, é o que informa a reportagem de Flávio Ferreira e Fernando Barros de Mello, publicada na edição deste domingo da Folha de S.Paulo. Em nota, a defesa do prefeito diz que as contas “foram analisadas e aprovadas sem ressalvas pela Justiça Eleitoral” e que a tese da sentença já foi vencida no TSE. Os advogados vão recorrer.

As doações ilegais que teriam originado a perda de mandato, referem-se àquelas feitas por empreiteiras ligadas a concessionárias de serviços públicos, como Carmargo Correa e OAS. Segundo fontes da Folha, Jornal da Tarde e dos portais Terra e UOL, dos R$29,76 milhões arrecadados na campanha de Kassab, mais de 10 milhões teriam características de ilegalidade.

O prefeito Paulo Kassab e a sua vice, Alda Marcantonio(PMDB) podem permanecer no cargo, pois a medida seria de primeira instância e aguarda recurso.

A defesa de Kassab emitiu nota afirmando que a medida tomada pelo TRE paulista ignora jurisprudência, reabrindo caso anterior sem base legal. O juiz Aloísio Silveira teria tomado a decisão.