Macron volta atrás na proibição do uso de glifosato

Macron

Ele teria prometido extinguir o uso do glifosato a partir de 2020, mas voltou atrás.

O presidente francês Emmanuel Macron teve que admitir que não será possível prescindir de herbicidas à base de glifosato em certos setores agrícolas franceses nos próximos três anos, porque alguns deles não sobreviveriam economicamente.

Macron havia dito anteriormente que o glifosato seria proibido na França em 2020, rejeitando a decisão da União Européia de estender seu uso por cinco anos após um debate acalorado sobre se o herbicida desenvolvido pela Monsanto causa câncer.

O anúncio da proibição causou um protesto entre os agricultores franceses que dependem desse produto em seu trabalho agrícola, pois apontaram que três anos era muito cedo para encontrar uma alternativa economicamente e ambientalmente viável.

“Nós dissemos … faremos todo o possível para sair daqui a três anos”, disse o presidente francês durante um debate popular no sudeste do país. “Agora, podemos dizer que não haverá mais glifosato em três anos? Impossível “, disse Macron.

Há dois dias, a Rússia enviou documento ao Governo Brasileiro afirmando que espera a redução do uso de glifosato na soja exportada para aquele País.

Cassada a liminar que proibia a venda e o uso do glifosato no País

A liminar que proibia o uso do glifosato no Brasil acaba de ser cassada, informou há pouco, em sua conta no Twittter, o ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A decisão de liberar a utilização do produto na agricultura do país é do TRT1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), em Brasília.

Mais cedo, Maggi havia informado que a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Agricultura tinham apresentando recurso contra a liminar concedida pela juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara do DF, que proibiu o uso do produto.

O ministro reiterou também que a cassação era importante para que a agricultura voltasse à normalidade e os produtores pudessem plantar a safra 2018/2019.  Tanto o ministro como as entidades representativas do agro sempre acreditaram que a liminar seria revertida para não causa prejuízos ao país, um dos maiores produtores mundiais de alimentos.

Proibição

No último dia 3, a juíza Luciana Raquel proibiu a concessão de novos registros, em todo o país, de produtos que contenham como ingredientes ativos abamectina, glifosato e tiram. Também foi suspenso, por 30 dias, o registro de todos os produtos que utilizam essas substâncias até a Anvisa conclua os procedimentos de reavaliação toxicólogica.

A magistrada determinou ainda que a Anvisa priorize o andamento dos procedimentos de reavaliação toxicológica dos três produtos, devendo conclui-los até 31 de dezembro de 2018, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. A ação contra o glifosato e os outros dois produtos foi ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF).

O glifosato possibilita o plantio direto, controlando as plantas daninhas nas lavouras. O sistema de plantio direto é feito sobre a matéria orgânica deixada de uma safra para outra.

Recurso

No recurso, o Mapa e a AGU argumentaram que a liminar representava grave lesão à ordem pública administrativa e à economia pública. Ressaltaram ainda que a decisão se baseava apenas em estudos “unilateralmente produzidos, sem qualquer caráter vinculante e sem representar qualquer conclusão de órgão responsáveis pela conclusão toxicológica”.

O Mapa e a AGU enfatizaram também que a liminar poderia trazer impactos à balança comercial brasileira estimados em mais de R$ 25 bilhões, com risco de desabastecimento interno, quebra da produtividade e perda de competitividade do mercado no mercado externo.

Além disso, acrescentaram a AGU e o Mapa, a liminar violou o princípio da proporcionalidade flagrante, ao optar pela medida mais gravosa. E apontaram ausência de “análise quanto ao custo-benefício em relação ao pedido formulado pelo MPF no processo”.

Proibição do glifosato pode ser um duro desafio para o próximo plantio da soja

Daniel Popov e Francielle Bertolacini, da página Projeto Soja Brasil, no portal Canal Rural afirmam, em extensa matéria jornalística, que vai ser muito difícil substituir o glifosato como principal herbicida no País.
“A decisão de suspender o uso e comercialização de agroquímicos à base de glifosato pode trazer uma grande dor de cabeça ao agronegócio brasileiro”, dizem.

 Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas, como a nova safra está próxima de ser plantada, em meados de setembro, uma alternativa às pressas não seria tão efetiva e certamente custará mais caro. Por sua vez, produtores de soja de Mato Grosso já compraram os herbicidas à base do princípio ativo que será proibido e, alguns, fizeram até estoque para garantir uso no futuro.

A proximidade do plantio da soja é o momento em que a Embrapa sugere aos produtores o maior cuidado com as plantas daninhas. O indicado é que a dessecação seja realizada com mais de 40 dias antes do início da semeadura, para que as invasoras sejam controladas e os herbicidas não afetem o plantio da soja.

Outro problema apontado pelos dois jornalistas diz respeito à aplicação do herbicida em pré-emergência da soja, o que permite uma maior eficiência de plantas daninhas.

A verdade é que os produtores e as empresas fornecedoras de herbicidas não estão preparados tecnicamente para substituir um herbicida barato e eficaz como o glifosato, apesar da resistência encontrada em algumas plantas daninhas.

Serão testados também, com a proibição do princípio ativo, os produtores de semente RR – Roundup Ready e os detentores das patentes dessas sementes, no caso a Monsanto e a Bayer, hoje empresas associadas.

Governo entra em cena para suspender proibição do Glifosato

Aplicação do glifosato em pós emergência é a base da maciça maioria das lavouras em plantio direto, sem revolvimento do solo.

A Advocacia-Geral da União (AGU) está preparando ação para tentar derrubar a liminar da Justiça Federal que determinou que a União não conceda novos registros de produtos que contenham como ingredientes ativos abamectina, glifosato e tiram. A decisão judicial, divulgada na última sexta-feira (3), também suspendeu, por 30 dias, o registro de todos os produtos que utilizam essas substâncias até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua os procedimentos de reavaliação toxicólogica.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está contribuindo com informações para que a AGU elabore a ação. “O Mapa está dando suporte [à Advocacia-Geral da União]”, informou a assessoria de imprensa do Mapa, nesta quarta-feira (8).

O ministro Blairo Maggi já havia informado que o Mapa estava trabalhando com a AGU para derrubar a liminar. Por meio de aplicativo, ele ressaltou que a decisão era de Primeira Instância.

Na decisão, a juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara do Distrito Federal, também determinou que a Anvisa priorize o andamento dos procedimentos de reavaliação toxicológica de abamectina, glifosato e tiram, devendo conclui-los até 31 de dezembro de 2018, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

A juíza requer também que a Anvisa informe qual servidor público é responsável pelo andamento dos procedimentos para fins de responsabilização civil, administrativa e penal, caso resistência no descumprimento da medida.

Monsanto

Nessa terça-feira (8), a Monsanto divulgou nota em que defende a segurança do uso do glifosato na agricultura: “Há mais de 40 anos, os agricultores contam com produtos à base de glifosato para ajudá-los a controlar plantas daninhas de forma eficaz, sustentável e segura. Como todos os produtos herbicidas, o glifosato é revisado rotineiramente pelas autoridades regulatórias para garantir que ele possa ser usado com segurança.”

“Mais de 800 estudos e análises científicas concluíram que o glifosato é seguro para uso”, enfatiza o comunicado da empresa. “Em avaliações de quatro décadas, a conclusão de especialistas em todo o mundo – incluindo a Anvisa, autoridades reguladoras nacionais nos EUA, Europa, Canadá, Japão e outros países, além de organizações internacionais de ciência e saúde – tem sido que o glifosato pode ser usado com segurança.”

A ação, ajuizada pelo Ministério Público Federal contra a Anvisa e a União, é contestada judicialmente, além da Monsanto, pela FMC Química do Brasil Ltda, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Nortox S/A, Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Cheminova Brasil Ltda, Syngenta Proteção de Cultivos Ltda e a Taminco do Brasil Produtos Químicos Ltda.

Leia mais no portal agro em dia:

Glifosato é seguro para a agricultura, diz Monsanto; Justiça proibiu registros

Justiça proíbe registro de produtos à base de glifosato, abamectina e tiram em todo o país

Poucos sabem o nível de contaminação e os efeitos do glifosato na saúde humana. No entanto, o certo é que nos últimos 25 anos o plantio direto salvou as lavouras – principalmente dos três estados do Sul do País – da forte erosão que vinha acometendo as lavouras.

Evitando arações, com arados, grades pesadas e grades niveladoras, os agricultores tiveram um ganho enorme na conservação dos solos e na produtividade das lavouras, além de uma sensível economia em óleo diesel e mão de obra.

Na região de onde sou originário, Planalto Médio, no RGS, os rios, sangas e ribeirões voltaram a ter vida, com água limpa e ficaram livre do constante assoreamento.

Por seu turno, a aplicação do herbicida sem cuidados, como equipamentos de proteção, tem feito uma legião de contaminados graves. Hoje o herbicida é vendido em todas lojas, para pequenos agricultores, sob a marca “Mata-Mato” e outras, com consequências imprevisíveis para os aplicadores, que não entendem o perigo de uma aplicação desprotegida e nem sempre são capazes de resolver uma simples regra-de-três para a aplicação correta.

 

Crianças autistas, gente morrendo de doenças crônicas. O que o glifosato tem a ver com isso?

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Uma leitura terrível sobre o glifosato, sementes transgênicas e a Monsanto. Como os dois artigos estão reproduzidos em site do Movimento Sem Terra – MST, muitos vão reagir negativamente, por causa da questão política. Mas vale a pena ler, até para servir de base para refletir sobre o assunto, principalmente sobre o fato de que poderia ser compensador, até financeiramente, cultivarmos lavouras menos dependentes de agrotóxicos.

Clique aqui para ler os artigos do Eco21 e de Jeff Ritterman. Aproveite também e leia o artigo de Carta Maior, “25 doenças que podem ser causadas pelo glifosato”.

Agricultura: Ministro diz que proibição de herbicidas pode “banir” agricultura

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, disse nessa sexta-feira (28) em Mato Grosso que a suspensão de alguns tipos de agrotóxico, entre os quais o glifosato, pode “banir a agricultura brasileira”. A fala é uma referência às duas ações do Ministério Público Federal (MPF) que pedem a imediata suspensão de nove princípios ativos que compõem produtos usados no combate a pragas e plantas invasoras das lavouras.
“Se banirmos o glifosato vamos simplesmente banir a agricultura. Não tem como fazer a agricultura sem [o herbicida]”, declarou Geller, em Lucas do Rio Verde, durante participação no Show Safra, evento voltado ao agronegócio. Leia mais no G1.

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