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Jânio de Freitas: impeachment é no mínimo indecente.
O veterano jornalista Jânio de Freitas, em artigo na Folha de São Paulo, hoje, sob o título “Outra Vez”. Ele esclarece: já passei por 10 situações de quase golpe em minha existência. Veja suas palavras e acesse o artigo na íntegra aqui.
É no mínimo indecente que um processo de impeachment seja conduzido por quem e como é conduzido, já desde o seu primeiro ato como chantagem e vingança.
É no mínimo indecente o conluio, com a indecência anterior, do partido que representa a cúpula social e econômica do país e, sobretudo, de São Paulo.
É no mínimo indecente que, “ao se propor o impeachment sem cumprir os requisitos constitucionais de mérito” –palavras “em defesa da democracia” dos reitores das universidades federais–, se falsifique como crime uma prática contábil também de presidentes anteriores. E nunca reprovada.
Por isso mesmo posta, desta vez, sob o apelido pejorativo de “pedaladas”, para ninguém entender.
Os golpistas e os homens de bem
Senadores e deputados ligados à cúpula do PMDB calculam que até o congresso do partido, realizado dia 15 de novembro, a crise econômica terá se agravado, levando às ruas as classes C e D.
De acordo com a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, esse cenário se tornaria o momento de ruptura e do apoio da sigla à saída da presidente Dilma Rousseff (PT), via impeachment ou renúncia.
Os peemedebistas tentam convencer a ala aecista do PSDB de que um governo de transição comandado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) seria a melhor saída da crise política e econômica.
O primeiro secretário da Executiva Nacional do PMDB e presidente da legenda na Bahia, Geddel Vieira Lima, nega que haja um prazo para o rompimento, mas confirma que há “um processo em curso” para que isso aconteça.
Segundo informou ao jornal A Tarde, o partido deve deixar o governo em breve. “Cresce ainda mais no partido quem pensa como eu, que chega de PT. Não tem mais como dar sustentação. Mas não tem um prazo (para rompimento), não tem como marcar uma data”, afirma Geddel. Com edição das informações pelo Política Livre.
Algo me diz que esse conclave de golpistas pode não dar certo. O Brasil é um país em que podemos ainda contar com muitos indígenas e caipiras, no sentido de expressar um certo desconhecimento político. Mas nem todos são índios e capiaus.
Existem ainda homens de bem nesta Nação, capazes de discernir o legal e o ilegal. Existem cidadãos firmes e determinados em sua opinião, mesmo que para achar algum tenhamos que sair com uma lanterna às ruas, como fez Diógenes de Sinope, na Grécia antiga.
Quem, por exemplo, é Geddel Vieira Lima, o insigne baiano, para falar em impeachment se ele mesmo locupletou-se no Governo, numa diretoria do Banco do Brasil?
Enfim: estamos tratando de sede de poder, de escroques institucionais, de golpismo, de entreguistas e de uma tênue e desassombrada resistência a isso tudo.

