Cerca de 10% da população chilena vai às ruas na “Grande Marcha”

Nem as diárias concessões do Governo Piñera estão conseguindo estancar a mobilização do povo chileno. Em Santiago, Valparaíso e Viña del Mar, cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas contra a política neoliberal do Governo e em protesto pela repressão violenta, que feriu, matou e estuprou manifestantes nas ruas.

 

Assim como aconteceu no Equador, na Argentina e agora no Chile, manifestações populares massivas estão se espalhando pela América Latina. Bolsonaro que se cuide!

Segundo a revista Exame, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, apresentou nesta sexta-feira um projeto de lei para elevar o valor dos benefícios pagos aos idosos mais vulneráveis do país e anunciou que a reforma previdenciária estudada pelo governo incluirá uma cota de 5% sobre o salários, a ser paga pelos empregadores, para reforçar a aposentadoria dos trabalhadores no futuro.

O reajuste e a cota são duas das medidas da agenda social apresentada por Piñera na última terça-feira para atender às demandas dos manifestantes que ocupam as ruas de várias cidades há uma semana.

Desde o início da crise, 19 pessoas morreram. Hoje, o Congresso Nacional foi esvaziado após tentativas de invasão nos protestos registrados em Valparaíso, que fica a 120 quilômetros de Santiago, capital do país.

Piñera reiterou que a reforma elevará em 20% a pensão básica solidária por velhice que o governo paga a quase 600 mil idosos que não tem direito à aposentadoria pelo regime previdenciário, um programa parecido com o benefício de prestação continuada no Brasil.

A Previdência Social do Chile foi reformada na década de 1980, quando o País se tornou pioneiro ao adotar o modelo de capitalização. Membros do atual governo do Brasil, como o ministro Onyx Lorenzoni, afirmaram que o país era uma das inspirações para a reforma da previdência.

Esse grupo de pessoas integra os 60% mais pobres da população chilena e recebe atualmente 110 mil pesos por mês (cerca de R$ 605 na cotação atual).