Momento de reflexão para os gremistas mais otimistas

Para os gremistas de plantão, que até ontem estavam cantando marra sobre o Gre-Nal do próximo domingo, esta quinta-feira deverá ser de profundas reflexões. Perder para o Náutico por 3×0 pode ter sido desmoralizante para o Internacional, que jogou no mínimo sem 4 titulares. Mas o Grêmio ontem ressuscitou uma fera, o Corinthians Paulista, que agora está nos seus calcanhares, a um ponto de diferença. O domingo se aproxima de maneira inexorável e aí vamos ver se o espírito do Náutico baixa na arena do parque Humaitá. Ou não.

A 10ª rodada se encerra hoje com Botafogo x Vitória e Goiás x Vasco.

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A volta dos que não foram

Com problemas no gramado e pendências diante do Corpo de Bombeiros, o Grêmio desistiu de usar sua nova arena construída em Porto Alegre e vai voltar ao estádio Olímpico nos primeiros jogos do Campeonato Gaúcho neste mês. O pedido de transferência para duas partidas foi formalizado nesta sexta-feira. Da Folha.

Quero só ver onde os gremistas vão sentar, agora, já que uma grande maioria de cadeiras foi quebrada na despedida do Olímpico. Ficaram só os pinos.

Um jogador que vale um estádio.

A “lambreta” que o centroavante colorado, Leandro Damião, “cometeu”, ontem, num zagueirão da Argentina, no primeiro jogo pela Copa Roca, foi o único bom momento de um espetáculo muito ruim.  O lance foi tão espetacular que o pessoal da FIFA vai até a Argentina para medir o campo, pois desconfiam que as traves estão no mínimo 4 centímetros descentradas na linha de gol. Dar um drible aéreo daqueles e colocar a bola na trave não tem explicação.

Damião ainda vai ser chamado de “Novo Beira Rio”, como nos anos 60 o zagueiro Ayrton, do Grêmio, foi chamado de “Pavilhão Tricolor”. O dinheiro da venda do seu passe vai permitir que o Internacional acabe as obras do seu Estádio para a Copa.

Airton, o Pavilhão.

Em 1954, ano de inauguração do Olímpico, o Estádio da Baixada, antiga casa tricolor, localizado onde hoje é o Parque Moinhos de Vento, havia sido desmanchado. As tábuas da arquibancada estavam disponíveis. Na negociação com os dirigentes do “Força e Luz”, para comprar o passe de Aírton, além de um valor em dinheiro, foi entregue aquele lote de madeira. Este fato valeu ao jogador contratado o apelido de Aírton “Pavilhão”.

A zebra ronda o Olímpico.

A zebra está solta no Olímpico: Ronaldinho não veio, o goleador Jonas fez as malas e partiu, o time B não se entende e o time A vence com dificuldade. Só ficaram, por enquanto, as caixas de som. Por que não tocar um tango argentino? Depois daquela tristeza no mundial, alegria de colorado é ver o circo tricolor pegar fogo.

Quem ainda não desistiu de entender os gremistas?

Os gremistas não param de ligar desde que o Internacional sofreu o primeiro gol do Mazembe no campeonato mundial interclubes, em Abu Dhabi. Não parece lógico, mas os inefáveis gremistas torceram contra. Isso é possível até porque os gremistas têm comemorado tão poucas vitórias, que torcer por um desconhecido time congolês parece ser motivo de festa. Logo os gremistas que durante décadas não admitiram jogadores negros em seu time e só o fizeram porque um jogador do Internacional, Tesourinha, era mesmo o melhor do seu tempo.

Os colorados suportam de maneira estóica a flauta. Mas certamente procurarão a sua revanche contra os gremistas africanos logo agora em fevereiro, no campeonato gaúcho. E aí eles vão novamente retornar à sua posição discricionária, chamando a maior torcida do Rio Grande de “macacos”. Quem entende as preferências de cor e sexo dos gremistas. Eu confesso que desisti de entender. Reconhecemos: os congoleses jogaram um futebol mais rápido, mais determinado e tem chances até de vir a ser campeões do mundo. E reconhecemos também a mágoa dos gremistas. Afinal o seu próximo compromisso pode ser aquele obscuro campeonato de truco que se disputa no longínquo Alegrete. Boa sorte, co-irmãos. Este ostracismo não passa de um ligeiro distúrbio na sua jornada de glórias. Pelo truco onde o truco estiver.