Justiça Federal manda bloquear bens de 14 líderes dos grevistas

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), sediado em Brasília, concedeu liminar determinando a imediata paralisação da greve da Polícia Militar na Bahia, sob pena de pagamento de multa diária de 1,4 milhão de reais. Determinou, ainda, o bloqueio de bens de Marco Prisco, das associações envolvidas no movimento paredista e de seus dirigentes.

Segundo a decisão, a multa deverá ser paga pelos 14 réus da ação ajuizada pelo MPF/BA, que tiveram seus bens bloqueados: Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares no Estado da Bahia (Aspra), Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia (APPM/BA), Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPM/BA – Força Invicta), Associação dos Oficiais Auxiliares da Polícia Militar do Estado da Bahia (AOAPM/BA), Associação dos Subtenentes, Sargentos e Oficiais da Polícia Militar Da Bahia – (ABSSO/BA), Associação dos Bombeiros Militares da Bahia (Associação Dois de Julho/Ba), Marco Prisco Caldas Machado, vereador e Diretor-Geral da Aspra/BA, Jackson da Silva Carvalho, presidente da ABSSO/BA, Agnaldo Pinto de Sousa, presidente da APPM/BA, Edmilson Tavares Santos, presidente da AOPM/BA – Força Invicta, José Alberto da Silva, diretor financeiro da AOAPM/BA, Nelzito Coelho Oliveira Filho, presidente da Associação Dois de Julho/BA, Ubiracy Vieirados Santos, presidente da AOAPM/BA e Paulo Sérgio Simões Ribeiro, diretor financeiro da AOPM/BA – Força Invicta.

A decisão, assinada na tarde de quarta-feira, 16 de abril, durante regime de plantão, foi tomada a partir de pedido urgente ajuizado por meio do Ministério Público Federal diante da deflagração da greve da PM baiana. O bloqueio de bens visa garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos, a exemplo do uso da Força Nacional de Segurança Pública para o estado.

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Procurador da República quer imagens da greve da Polícia Militar.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou, nesta sexta-feira, 10 de fevereiro, ofício ao governador da Bahia, Jaques Wagner, pedindo o envio das gravações relacionadas à greve dos policiais militares do estado que fazem referências a possíveis condutas de pessoas com prerrogativa de foro que demandariam apuração. Segundo Gurgel, tais gravações têm sido divulgadas em matérias jornalísticas a partir de interceptações regularmente efetivadas pelo governo da Bahia. 

Já na Procuradoria da República na Bahia, o coordenador criminal Vladimir Aras determinou a autuação de notícia-crime para apurar o movimento reivindicatório ilegal de policiais militares que vem causando gravíssimo quadro de instabilidade na segurança pública da Bahia, na capital e em diversos municípios do estado desde o dia 1º de fevereiro deste ano. A notícia-crime será distribuída a um dos procuradores da República em Salvador.

A notícia-crime foi instaurada considerando que, em tese, os suspeitos incorreram em crimes previstos na Lei de Segurança Nacional: praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte (art. 15); tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos estados (art. 18); apoderar-se ou exercer o controle de aeronave, embarcação ou veículo de transporte coletivo, com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação ou a passageiros (art. 19); e incitar à prática de qualquer dos crimes previstos na Lei de Segurança Nacional (art. 23, IV).

Caixa continua fechada. Banco do Brasil reabre em Luís Eduardo.

A agência da Caixa Econômica Federal permaneceu fechada hoje. A agência principal do Banco do Brasil, na rua Piauí, reabriu. Mas  a agência BB Mimoso, da rua Rondônia, permanece fechada.

Wagner poderia ter previsto a esbórnia e o desmando.

Uma pergunta fica sem resposta: o que Jaques Wagner foi fazer em Cuba, se sabia que a greve estava na porta do Palácio de Ondina? Wagner minimizou a crise e agora precisou permitir que dona Dilma assumisse o comando do Estado, numa intervenção sem precedentes na história da Bahia republicana.

Onde estaria o P2 – Serviço de Informações da Polícia Militar que não informou ou subestimou o movimento de praças e soldados? Onde estariam os analistas e o serviço reservado do Governador? Não negociar é um erro. Não se antecipar e estar a cavaleiro da situação é outro bem mais grave.

No momento em que a Segurança Pública passa a ser comandada pelas Forças Armadas, Wagner não mostra prestígio com o Governo Federal. Mostra que poucos acreditam na sua voz de comando e na sua capacidade de negociação com os grevistas.

Wagner paga caro duas vezes: primeiro por gerar insatisfação geral na tropa, que tem uma força eleitoral forte.  E pior: passa recibo de leniência para toda a população. Se a esbórnia continuar acontecendo em Salvador, com mortes, assaltos e arrastões, melhor Wagner nem apoiar um determinado candidato à Prefeitura. A metade da população não entende o que está acontecendo. Mas a outra metade entende e vai certamente eleger um candidato que não seja apoiado pelo Governador.

58 carros roubados nesta sexta em Salvador

O clima de insegurança na cidade com a greve da PM é refletido nos números da violência em Salvador e região metropolitana. No total, 58 carros foram roubados nesta sexta-feira (3), no quarto dia de greve da polícia.
Os dados foram divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). A Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) conseguiu recapturar outros 17 carros roubados.
Os dois bairros que registraram ocorrência foram Brotas, com seis veículos roubados, e Itapuã, onde houve cinco roubos. Da rede IBahia.

Da zero hora de sexta-feira até esta manhã de sábado já são 29 os homicídios em Salvador, além de 13 tentativas de homicídio, algumas com feridos graves.

Salvador, cidade sitiada

O jornal Estadão informa que pelo menos cinco lojas de eletrodomésticos foram saqueadas na madrugada desta sexta-feira, 3, em bairros centrais de Salvador. Segundo testemunhas, grupos grandes, de mais de 30 pessoas, a maioria encapuzada e algumas armadas, promoveram o arrombamento e o furto de mercadorias dos estabelecimentos, que estavam fechados na hora dos ataques. Não há registro de feridos.

Os ataques ocorrem em meio à paralisação parcial da Polícia Militar na Bahia, iniciado na tarde de terça-feira pela Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), uma das entidades que representam a categoria.

Já o Sindicato dos Bancários diz que se continuar o mesmo clima em Salvador, os ônibus param de trafegar as 18 horas.