Um pouco de juízo!

Cerca de 12% dos brasileiros ainda são analfabetos. Outros 30% da população são considerados analfabetos funcionais – capazes de ler textos sem saber interpretá-los – e um terço dos jovens com idade entre 18 e 24 anos não freqüenta escolas de ensino médio. Esses números são de 2008. No entanto, o Brasil ainda tem 14,1 milhões de analfabetos entre a população com mais de 15 anos, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este total de pessoas representa 9,7% da população, 0,3 ponto percentual a menos que a taxa de 2008, que foi de 10% (14,247 milhões de pessoas). Desde 2004, quando o levantamento começou a ser realizado, a queda foi de 1,8 ponto percentual. Esses números são piores no Nordeste e piores ainda na Bahia, com taxas de até 24% entre menores de 15 anos e até 50% de analfabetos funcionais.

Será que aquilo que caracteriza essa confusão entre magistério e Governo do Estado está ultrapassando a barreira do senso e da razoabilidade? Porque caminhamos céleres para os 100 dias de greve? É só uma luta política? Os professores não ganham mesmo uma miséria por mês? O Estado não tem como pagar o aumento? Ou está apenas faltando juízo aos gestores da educação em todo o País?

 

Segunda, greve do magistério, de novo declarada ilegal, completa 90 dias

O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) decretou a ilegalidade da greve dos professores da rede estadual de ensino, que completa 90 dias nesta segunda-feira. Os representantes dos professores dizem que não interromperão o processo até o Governo decidir o aumento de 22%.  Na decisão, a desembargadora Dayse Lago Coelho determinou a imediata suspensão da paralisação deflagrada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).
Caso os docentes e demais servidores da área de educação não retornem às atividades normais, o sindicato está sujeito a multa diária de R$ 10 mil. A desembargadora decidiu favoravelmente à ação civil pública da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

Caminhada na Feira mostra revolta dos professores.

Relata o professor Poty  Lucena, do ICADS da UFBA:

Na noite de sexta-feira, reunimos em ato todas as categorias da educação pública do estado da Bahia em caminhada na exposição de Barreiras.
Servidores da Universidade Federal da Bahia, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia e Professores da Rede Estadual de Ensino da Bahia em greve realizaram manifestação com caminhada, panfletagem e pedido de ajuda para caixinha (batizada de “caixinha do Fundeb”) dos professores estaduais, a quem dedico este ato e deixo minha humilde homenagem pela resistência e coragem diante dos ataques e corte dos salários pelo Governo estadual.

 

Novela da greve do magistério cansa os dois lados.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) faz uma reunião, na tarde do sábado, para elaborar uma contraproposta ao governo do estado e tentar dar um fim à greve dos professores da rede estadual, que já dura 59 dias – já é a maior paralisação da história da educação baiana. Segundo o segundo-secretário da APLB, Claudemir Nonato, os professores estão preocupados com a duração da greve. “Temos compromisso com a sociedade de fazer uma contraproposta para tentar avançar a negociação”, diz Nonato. “(A contraproposta) não é aquilo que nós queremos, que reinvindicamos, mas deve por fim à greve”, acredita.

De acordo com Nonato, a última proposta apresentada pelo governo do estado pela imprensa foi diferente do que foi apresentado aos professores na reunião na sede do Ministério Público no último dia 4.

“Ele não divulgou um detalhamento da proposta que foi colocado para nós na reunião. Tem a revogação da PL, que traz no seu conteúdo reajustes para 2013 e 2014, nem a intenção de não fazer o avanço horizontal, as promoções, em 2011 e 2012″, explica, se referindo ao Projeto de Lei 12.364. A proposta do governo, além de revogar o PL e a suspensão por dois anos das promoções, é de 7% de aumento em novembro e outros 7% em abril de 2013.

Além desses reajustes, os 6,5% já concedidos pelo governo seriam mantidos. Os 22% de aumento pleiteados pelos professores serão cumpridos nesse contexto, em ganho real, segundo o governador Jaques Wagner. Com edição  do Política Livre.  Leia mais no Correio.