
A atividade econômica recuou em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), dessazonalizado (ajustado para o período), apresentou queda de 3,34%, na comparação com abril, de acordo com dados divulgados hoje (16). O recuo veio após crescimento de 0,5%, em abril comparado a março, de acordo com dados revisados.
Em maio, o país foi afetado pela crise de desabastecimento gerada pela greve dos caminhoneiros no final do mês.Na comparação com o mesmo mês de 2017 (sem ajuste para o período), houve queda de 2,9%. No ano, foi registrado crescimento de 0,73%. Em 12 meses, a expansão chegou a 1,13%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.
O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.
O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Para instituições financeiras consultadas pelo BC, o PIB deve crescer 1,5%, neste ano. Da Agência Brasil.

Exportações totalizam 1,6 milhão de ton em 2018
As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 1,601 milhão de toneladas entre janeiro e maio deste ano, conforme levantamentos feitos pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O saldo acumulado pelo setor no ano foi 8,5% inferior em relação ao ano passado, quando foram obtidos 1,750 milhão de toneladas.
Em receita, as vendas de carne de frango alcançaram US$ 2,602 bilhões, saldo 12,3% menor que os US$ 2,966 bilhões registradas nos cinco primeiros meses de 2017.
Considerando apenas o mês de maio, houve uma retração de 4,7% nos volumes embarcados, com 333,2 mil toneladas em maio deste ano, contra 349,5 mil toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, as vendas do quinto mês de 2018 chegaram a US$ 517,6 milhões,13% inferior aos 594,8 milhões registrados no ano anterior.
“Os efeitos da paralisação dos caminhoneiros serão sentidos somente nos levantamentos realizados em junho, devido à metodologia de estatísticas de exportação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio”, analisa Francisco Turra, presidente da ABPA.

A greve dos caminhoneiros de amanhã, quinta-feira, 7, deverá iniciar mesmo pelo Rio Grande do Sul. Os autônomos vão bloquear estradas em todo o Estado, mas a greve deve se espalhar rapidamente por todo o País.
O principal motivo do protesto é o aumento acelerado do diesel este ano, o que acabou pulverizando as estreitas margens da atividade.
Balanço divulgado, na manhã de hoje, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que há 59 interdições de rodovias federais no país, provocadas por caminhoneiros em protesto contra o aumento do óleo diesel e a falta de um valor mínimo para o frete. De acordo com o órgão, ontem (26) foram feitas 26 autuações – 25 no Paraná e uma no Rio Grande do Sul – e uma prisão, em Mato Grosso do Sul.
O estado com maior número de interdições ou bloqueios parciais das vias é Santa Catarina, com 22 pontos nas BRs 101, 116, 153, 158, 163, 262, 280, 282 e 470. No Rio Grande do Sul, a PRF contabiliza 19 interdições nas BRs 101, 116,153, 285, 287, 293, 392, e 472. Completando a Região Sul, o Paraná apresenta oito interdições nas BRs 277, 369, 373, 476 e 487. Mato Grosso registra nove interdições nas BRs 070,163 e 364; e, no Ceará, há uma interdição, na BR-116.
Em Luís Eduardo Magalhães a passagem de caminhões está franqueada. Às 14 horas, centenas de caminhões saíam da cidade em todas as direções, principalmente com destino ao Porto de Aratu.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) repudia as agressões sofridas pela equipe de reportagem da TV Oeste, integrante da Rede Bahia, durante cobertura da paralisação dos caminhoneiros, em Luiz Eduardo Magalhães, na BR 242.
Na manhã desta sexta-feira (27), os jornalistas foram xingados pelos manifestantes, o carro de reportagem da TV Oeste teve os pneus furados e o repórter Muller Nunes foi agredido com chutes por um caminhoneiro.
Ao registrar as imagens da paralisação, o cinegrafista Fernando Correia também foi ameaçado pelos manifestantes. É inaceitável que profissionais da imprensa sejam impedidos de atuar na cobertura de fatos de interesse da sociedade. A Abert considera fundamental que haja uma apuração rigorosa dos fatos e a punição dos responsáveis.
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO – Presidente
A ABERT é uma organização fundada em 1962, que representa 3 mil emissoras privadas de rádio e televisão no país, e tem por missão a defesa da vigência da liberdade de expressão em todas as suas formas.

O caminhoneiro Ivar Schmidt é o principal porta-voz do Comando Nacional do Transporte, uma entidade sem personalidade jurídica que tem causado dor de cabeça tanto ao governo quanto aos sindicatos que deveriam representar a categoria. Líder do movimento que paralisa estradas em todo o país, ele conversou com a reportagem do site VEJA na noite desta quarta-feira. Minutos antes, Ivar havia deixado uma reunião infrutífera com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, que tomou a frente das negociações sobre o tema.

A audiência só ocorreu por insistência de Ivar. Durante o dia, Rossetto priorizara o diálogo com os sindicatos de caminhoneiros – embora a paralisação tenha sido articulada sem a participação de entidades de classe. O diálogo entre os representantes regionais do movimento se dá por meio das redes sociais e principalmente pelo aplicativo de celular Whatsapp, que permite a troca instantânea de mensagens. Foi por meio do programa que, na noite desta quarta-feira, Ivar orientou os colegas a manterem o bloqueio. Confira a entrevista:
Como foi a reunião com o ministro Miguel Rossetto?
Desde ontem o pessoal do governo tenta me desqualificar como representante do movimento. Hoje a gente participou da reunião, o governo expôs alguns absurdos e no meio dessa reunião tentaram me desqualificar novamente. Eu me retirei da reunião, porque a gente não concorda com aquilo que foi exposto. Aí me levaram para outra sala, falamos com o Robinson Almeida, do gabinete do ministro, e ele expôs as mesmas ideias.
Ele disse que não reconhecia a sua liderança?
Isso.
O que o senhor achou da proposta do governo?
Isso é um absurdo. Nós estamos com lucro zero, aí o governo nos propõe de ficar tendo lucro zero mais seis meses. Eu acho que eles não regulam certo da cabeça. Devem estar com problema. Infelizmente não teve acordo, nós não aceitamos a proposta.
Quantos são os pontos de bloqueio hoje?
São 128 pontos de bloqueio, em nove estados.
O senhor tem influência sobre quantos desses pontos?
Cerca de cem. Eu acho que hoje deve ter aumentado, porque a gente criou um grupo de Whatsapp para todos os líderes e eles foram adicionando outros colegas.
Esse episódio mostra que os sindicatos perderam o poder de representatividade?
Com certeza. O nosso movimento abomina sindicato, associação, federação, confederação. E esses segmentos tentaram nos representar nas últimas décadas e nunca resolveram nosso problemas. Então, a gente está aqui. Vou ficar em Brasília até resolver isso.
Há alguma reunião marcada para esta quinta-feira?
O secretário do ministro ficou de nos telefonar para marcar uma reunião.
Qual foi o recado que o senhor passou aos colegas pelo Whatsapp depois do encontro com o ministro?
O recado é claríssimo: o movimento continua.

Os sindicatos que congregam os caminhoneiros de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras e agricultores se encontram às 8 horas da manhã desta sexta, na sede do Sindicato Rural, para debater a conjuntura de aumentos sucessivos nos combustíveis e a remuneração dos fretes de longo curso.
Extraoficialmente, alguns caminhoneiros já estão propondo o fechamento de rodovias, principalmente da BR 242, até o Governo encontrar uma solução plausível para o problema.
Em julho de 2012, o movimento de greve dos caminhoneiros autônomos e das empresas transportadas quase paralisou o País.
No Mato Grosso, especialmente na BR 163, o movimento fecha a rodovia em vários pontos, de maneira intermitente, como forma de protesto pelo aumento dos combustíveis e a baixa remuneração dos fretes, que estão comprometida em até 70% com o custo do diesel.
Um caminhoneiro foi morto por volta das 21h desta quarta-feira, na BR-116, próximo ao local em que integrantes da categoria faziam protestos. O motorista, identificado como Renato Langer Kralnow, 44 anos, foi atingido por um objeto, possivelmente uma pedra, em Cristal, no sul do Estado.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele teria sido agredido por manifestantes ao tentar sair do posto de combustíveis no qual teria sido obrigado a parar. Com ferimentos no rosto, ele pediu auxílio à PRF e iria registrar ocorrência na Polícia Civil e buscar atendimento num hospital. Ele voltou à rodovia e passou a trafegar observado à distância por policiais rodoviários em uma viatura.
Sete quilômetros depois do posto, o caminhão saiu da pista. No para-brisa, havia um buraco, e o motorista estava desacordado, com um ferimento na garganta. Conforme a PRF, foi chamado socorro, e o médico teria constatado morte por engasgamento com o sangue. Do ClicRBS. Foto de divulgação da PRF.