O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, pediu à Polícia Civil que abra inquérito sobre a morte do ex-ministro Gustavo Bebianno Rocha nesta madrugada.
Entre os pontos obscuros da morte de Bebianno estão as insinuações, feitas no programa Roda Viva, há duas semanas, que Carlos Bolsonaro tinha planejado a farsa da facada em Jair Messias, em Juiz de Fora.
Outro é o fato de que, tanto o Presidente, como os filhos, anunciavam toda hora que algo iria acontecer a Jair Messias, uma denúncia muito grave que faria parte de uma conspiração para apeá-lo do poder.
Também contribui para a hipótese de um assassinato o fato de Bebianno estar escrevendo um livro sobre as últimas eleições e sua trajetória na campanha e nos 49 dias no poder.
Mais: Bebianno enviou cópias de um dossiê sobre Bolsonaro a amigos.
As boas relações de Bebianno com a imprensa, em especial com a Rede Globo de Televisão, e as próximas eleições, também são detalhes que incomodavam os Bolsonaro.
Sempre lembrando: um centímetro cúbico de ar colocado em uma artéria é o suficiente para o coração de ser humano cavitar*, causando uma morte silenciosa e que não deixa rastros.
Especulações à parte, a morte de Bebbiano interessava sobremaneira ao establishment.
(*)Cavitação: é um fenômeno físico que ocorre principalmente no interior de sistemas hidráulicos e que consiste na formação de bolhas de vapor ou ar puro no meio fluído. Tanto a cavitação do coração como nos pulmões causa sérios danos.
O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República Gustavo Bebianno afirmou hoje, em entrevista à rádio Jovem Pan, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “não tem equilíbrio mental para comandar um país” e disse trabalhar pela interdição do capitão na Justiça.
A afirmação foi feita após ser questionado sobre as suspeitas levantadas por Bolsonaro de que Bebianno poderia ter envolvimento no episódio da facada desferida contra o presidente quando ainda estava em campanha, em 2018.
“Alguém que cogita uma coisa dessas e diz isso publicamente pode facilmente nos jogar numa guerra, por exemplo”, disse Bebianno.
No início do mês, Bebianno, que foi líder do PSL, filiou-se ao PSDB do Rio de Janeiro. Na ocasião, ele também atacou Bolsonaro ao dizer que o presidente coloca a democracia em risco. Do UOL.
O ex-ministro Gustavo Bebbiano, que foi ejetado abruptamente do Governo Bolsonaro, é uma pessoa de bons recursos intelectuais, sereno, equilibrado e faz, durante uma hora e meia, uma análise da história política recente do País a partir da campanha, eleição e dos primeiros dias de governo. Bebbiano, sem levantar o tom de voz, lamenta a ação dos filhos radicais, Carlos e Eduardo Bolsonaro, e elogia as atitudes de Paulo Guedes e da equipe econômica e da infraestrtura.
E deixa claro: Bolsonaro tem baixa capacidade cognitiva e é incapaz de projetar os acontecimentos de uma situação futura.
A entrevista foi concedida dentro do Canal Segunda Chamada, aos jornalistas Antonio Tabet, Mara Luquet, Mariliz Pereira Jorge e Pedro Doria.
Entenda se puder: o advogado da Vale, que declarou isenção da empresa em relação à tragédia de Brumadinho, é Sérgio Bermudes, ex-sócio de Gustavo Bebbiano Rocha, presidente do PSL até o primeiro dia após a eleição, agora exercendo a função de Ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil.
Bebbiano tornou-se amigo de Marianna Fux, desembargadora no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por influência direta do Pai, quando esta era uma jovem trainee no escritório de Bermudes.
O Ministro Luiz Fux foi quem concedeu foro privilegiado a Flávio Bolsonaro, antes mesmo dele assumir, livrando-o das investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro, que o apontavam como um dos 21 deputados estaduais envolvidos em fraudes financeiras.
O casal Bebbiano trabalhava com Bermudes e a esposa Renata foi responsável pela divulgação da agenda de campanha de Bolsonaro.