Joaquim Barbosa desmonta Mourão nas mídias.

Barbosa declarou apoio a Lula nas eleições de 2022 | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

Do ex-ministro e Presidente do Supremo Tribunal Federal, refutando criticas do senador Hamilton Mourão. Hoje no Twitter:

“Ora, ora, senhor Hamilton Mourão. Poupe-nos da sua hipocrisia, do seu reacionarismo, da sua cegueira deliberada e do seu facciosismo político!

Fatos são fatos! Mais respeito a todos os brasileiros!

“Péssimo para o país” seria a continuação da baderna, da “chienlit” e da insubordinação claramente inspirada e tolerada por vocês, militares.

Senhor Mourão, assuma o mandato e aproveite a oportunidade para aprender pela primeira vez na vida alguns rudimentos de democracia! Não subestime a inteligência dos brasileiros!”

Chienlit é um termo tradicional francês normalmente traduzido como masquerade (francês: Mascarade ) ou carnaval/caos . Foi trazido à notoriedade pelo general Charles de Gaulle em um discurso irado durante os protestos estudantis em Paris durante maio de 1968 na França.

A origem etimológica nebulosa de chie-en-lit / chienlit foi o carnaval / mascarada medieval, quando camponeses e artesãos tinham um dia por ano para comemorar, abandonar todo trabalho e tarefas, abandonar os costumes e convenções contemporâneos, cagar em cama. Alguém seria escolhido como rei por um dia, e até mesmo o senhor do feudo às vezes se juntava a ele, suportando a humilhação ritual, como ser conduzido pelas ruas como um servo, escravo ou cachorro. (Da Wikipédia)

Pega fogo o barraco: Mourão recrimina ofensas dos filhotes de Bolsonaro.

Mourão exonera Guedes, Heleno, Ramos e demais ministros do atual governo

Alvo de palavras depreciativas pelos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão rebateu as postagens do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro, filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O clã Bolsonaro não gostou do tom do pronunciamento de Mourão em cadeia nacional de rádio e TV no sábado (31). Acampados próximos a instalações das Forças Armadas em diversos pontos o país, bolsonaristas esperavam do antigo aliado uma fala a favor de uma intervenção militar.

Para Mourão, as críticas fazem parte do jogo democrático, “contudo, não aceito as ofensas e ameaças que estão sendo disparadas contra mim e minha família”.

As declarações foram dadas à coluna de Igor Gadelha, do site Metrópoles. O colunista afirma que o senador eleito pelo Rio Grande do Sul não pretende prestar queixa.

“Sempre disse que era um Bosta!”, escreveu Carlos Bolsonaro no Twitter. Já Eduardo Bolsonaro opinou, sem citar nomes, que “a cada momento crítico que exige confiança no líder que nos conduziu até este momento, mais máscaras caem”. Nas redes do ex-vice-presidente, bolsonaristas condenam a atitude de Mourão.

A famiglia é no mínimo engraçada. Queriam, certamente, que o General da Reserva e Senador Eleito continuasse a farsa golpista, que sustentou milhares de inocentes úteis desde as paralisações pós-eleitorais.

Bolsonaro e familiares sabiam e sabem que o golpe não tinha garantia a não ser por meio de fanáticos, alguns até do alto escalão.

Auto-exilados, praticamente em fuga, Jair e Carlos, que já não tem nenhum tipo de foro privilegiado, podem ser responsabilizados pela série de evidências de atos anti-democráticos e ataques às instituições.

Mourão parece ter compromisso com a sua vida militar e com seu futuro político.

Homem sério, não iria comprometer-se com aventuras propostas por Jair e seus malucos domésticos. 

Mourão concentra políticas para a Amazônia nas Forças Armadas

Fonte: Agência Pública

Vice-presidente centraliza diretrizes, recursos públicos e informações para atrair apoio de investidores insatisfeitos colocando-se como alternativa a Salles e Bolsonaro

Por Vasconcelo Quadros

Em seis meses na presidência do Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), o general Hamilton Mourão centralizou nas Forças Armadas o comando das políticas públicas para a região e ampliou o desmonte dos órgãos de controle civil contra os crimes ambientais.

Depois do Ibama e da Funai, que passaram a atuar sob a hierarquia operacional do Exército, o alvo agora é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma instituição de 70 anos reconhecida internacionalmente pela credibilidade no monitoramento por satélite do desmatamento e queimadas, que aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado.

A ameaça ficou explícita com o anúncio, pelo Ministério da Defesa, da compra de um microssatélite de monitoramento ao custo, conforme nota de empenho do Ministério da Defesa, de R$ 145.391.861,00.

Técnicos do Inpe ouvidos pela Agência Pública, que pediram para não ter os nomes citados, informaram que, se a intenção do governo for melhorar o monitoramento de crimes ambientais como desmatamento e garimpos ilegais, a compra não faz sentido por duas razões básicas: construído para produzir imagens de geleiras, o equipamento a ser adquirido é operado numa banda que não penetra nas copas de árvores e, em resolução de imagens, é bem inferior aos satélites do Inpe, que o governo tem de graça.

Além disso, seria necessário montar em terra uma estrutura de inteligência para decodificar imagens e pagar o dono do foguete (empresa ou governo) que lançaria o microssatélite no espaço, o que dobraria o valor empenhado. Para funcionar, o equipamento deveria estar conectado a um conjunto de satélites que o Inpe já utiliza.

 “O Inpe demorou 30 anos para construir um sistema de monitoramento e produção de imagens e dados seguro reconhecido internacionalmente. O que está em curso é o desmonte e militarização do Inpe para controlar dados”, diz o Acioli Cancellier Olivo, pesquisador do Inpe aposentado e diretor do Sindect, entidade sindical que representa servidores das áreas científicas do órgão e da Agência Espacial Brasileira (AEB). Os recursos, segundo ele, seriam mais bem aproveitados reforçando o sistema já existente e melhorando o orçamento do Inpe deste ano, cerca de R$ 4 milhões. Para o ano que vem não há nem previsão orçamentária.

A ideia de controlar informações para evitar as críticas internacionais sobre a perda de controle no desmatamento da floresta, segundo Olivo, ficou evidente com a exoneração do ex-presidente do Inpe Ricardo Galvão e, logo em seguida, a criação do Conselho da Amazônia com roupagem militar, mas sem a participação, como era costume, de representantes dos órgãos de controle ambiental. O pesquisador diz que um plano de reestruturação interna em curso, que visa substituir civis em idade de aposentadoria, cerca de 60% dos servidores, por militares deve completar o desmonte do órgão.

Ricardo Galvão, ex-presidente do Inpe, foi exonerado do cargo por divulgar dados de desmatamento

A dispensa de licitação no processo de compra chama atenção, principalmente porque o governo também não explica que tipo de microssatélite pretende comprar. Na nota de empenho, o Ministério da Defesa diz apenas que se trata de uma compra em andamento e que os recursos são “oriundos de leis ou de acordos anticorrupção”, ou seja, sairiam do montante de R$ 530 milhões recuperados pela Operação Lava Jato, destinados para “fiscalização e combate a ilícitos na Amazônia Legal e sua região fronteiriça”. Mas não explica por que gastar recursos públicos em um equipamento que prestará serviço de qualidade inferior ao atual.

Além das doações da Lava Jato, em meados de agosto o Congresso aprovou o projeto que destina R$ 410 milhões de recursos extraordinários para Mourão gastar até novembro em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) destinadas a combater queimadas, garimpos ilegais e grilagem de terras, crimes que aumentaram nos 18 meses do governo do presidente Jair Bolsonaro.

TIG: terra, índio e garimpo

Mourão tem definido sua “missão” na Amazônia como o enfrentamento das demandas do que chama de “TIG”, sigla que inventou para se referir a terra, índio e garimpo. Diz que sua prioridade de gestão é a regularização fundiária de posses com até 2.500 hectares, apesar da urgência de medidas para conter invasões em terras indígenas e desmatamento.

“Neste momento há 30 mil locais sendo desmatados na Amazônia, 40 mil garimpeiros estão dentro da terra Yanomami e 300 mil pessoas, na região atrás de terra, comprando de grileiro que loteia e vende as glebas. No ano passado foram perdidos 1,2 milhão de hectares. Este ano as previsões indicam que serão 1,5 milhão de hectares de floresta no chão, e não tem como repor”, diz o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

Agostinho diz que até aqui o CNAL tem sido apenas um ambiente de discussão de políticas públicas, quando o país e o mundo cobram resultados concretos para conter o desmatamento. Numa audiência recente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirma o deputado, embaixadores europeus informaram que produtos brasileiros de áreas desmatadas ilegalmente não entrarão mais no continente. Segundo ele, os representantes da Noruega e da Alemanha disseram que, sem a redução dos crimes ambientais, os governos desses países não contribuirão mais para o Fundo Amazônia.

O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) é presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara

No Brasil, bancos e grandes empresas do agronegócio, preocupados com os efeitos nas exportações, têm feito sucessivas videoconferências com Mourão. “Se pudessem, os próprios bancos fiscalizariam para evitar o desmatamento. Perderemos bilhões de dólares”, diz Agostinho. Segundo ele, embora o governo se escude na pandemia para justificar o mau momento da economia, parte do capital que está fugindo do Brasil é resultado da trágica gestão do governo Bolsonaro nas questões da Amazônia.

Em campanha na Amazônia

Mourão busca se apresentar como alternativa confiável para os investidores. Na agenda do vice-presidente, cabem tanto encontro com a elite financeira quanto uma prosaica aula de preservação da floresta, nas manhãs das segundas-feiras, quando dispara pelas redes sociais e um sistema de transmissão que inclui a Voz do Brasil, da Empresa Brasileira de Comunicações (EBC), áudios e vídeos para a Amazônia, pregando a preservação da floresta e puxando a orelha dos criminosos.


Em sua gestão à frente do Conselho Nacional da Amazônia Legal,o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, centralizou o comando da região nas Forças Armadas

“Um alô especial para Boca do Acre, aí no sul da Amazônia, para Apuí, para o pessoal que reside nos municípios próximos a Porto Velho, para o pessoal de Novo Progresso, aí no Pará, de Castelo dos Sonhos, de São Félix do Xingu. Minha gente, esses lugares que estou citando são aqueles onde tem ocorrido o maior número de desmatamento e queimadas ilegais. Então, nossos proprietários rurais, nossos assentados, vamos cooperar com nosso trabalho. Vamos lembrar que mantendo a floresta em pé nós teremos acesso a regularização fundiária. Portanto, não vamos desmatar, não vamos queimar”, disse Mourão num dos programas. O apelo é sempre seguido de um pedido ingênuo: que os próprios infratores avisem os bombeiros ou denunciem o crime através de um aplicativo criado pela vice-presidência com o nome de “guardiões da floresta”, título que já havia sido adotado por comunidades indígenas que monitoram suas terras contra invasões.

Nas áreas onde tradicionalmente ocorre a maior parte dos incêndios criminosos, o chamado “arco do desmatamento”, no Pará e Mato Grosso – responsáveis por 90% da destruição –, as decisões operacionais têm se revelado um desastre, segundo os servidores do Ibama. Mourão inverteu os papéis: há mais de uma década comandando as operações, com um corpo técnico especializado em inteligência e ações repressivas, o Ibama – vinculado ao Ministério do Meio Ambiente – passou a ser subordinado ao Exército, numa decisão que já está sendo questionada pelo Ministério Público Federal (MPF) por submeter às Forças Armadas outros ministérios com atribuições e estrutura distintas, o que seria inconstitucional.

“Os militares estão acostumados à logística. Não têm conhecimento dos pontos estratégicos e nem do sistema de inteligência que possuímos. A ajuda seria bem-vinda desde que estivessem subordinados ao Ibama, como sempre foi”, diz à Pública o fiscal José Olímpio Augusto Morelli, ex-chefe de fiscalização da autarquia, que perdeu o cargo ao multar o então deputado Jair Bolsonaro por pesca ilegal na Estação Ecológica Tamoios, em Angra dos Reis, no litoral fluminense, em 2012.

Morelli afirma que o resultado operacional tem sido ruim porque, além de suspenderem ações pela pressão de infratores, os militares se recusam a aplicar a lei que permite a queima e destruição de máquinas ou veículos usados em garimpos ilegais e no desmatamento de áreas griladas.

“Bolsonaro é devedor dessa turma e a favor do desmatamento. Criou o conselho para fazer teatro e colocou o Mourão para tentar dar credibilidade”, diz o fiscal.

Em julho, uma operação que estava em curso em Jacareacanga, no Pará, contra invasões nas terras dos índios Munduruku foi interrompida depois de o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter sido pressionado por empresários de garimpo.

A distribuição dos recursos da Lava Jato entre as instituições, segundo Morelli, é desproporcional. O Ibama ficará com menos de 5% do montante; o grosso do dinheiro, mais de R$ 450 milhões, será usado basicamente para GLO para custear ações de bloqueio de estradas e rios.

“São operações de custo altíssimo, mas de resultados pífios. Nos rios Amazonas e Tapajós, onde o problema está no garimpo, eles só fiscalizam embarcações. Muitos colegas não estão indo a campo porque os papéis foram invertidos e eles não são chamados para participar do planejamento das operações”, afirma o fiscal. Ele estima em cerca de 10% o número de fiscais que aceitam participar das operações conduzidas pelo Exército.

Salles e Mourão

Na sexta-feira passada, Mourão e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, divergiram publicamente depois de uma nota bombástica de Salles anunciando que suspenderia todas as operações de combate ao desmatamento a partir desta segunda-feira (31).

Segundo o ministro, as verbas previstas no orçamento foram bloqueadas pela Secretaria de Governo e pela Casa Civil da Presidência da República, ambas comandadas por generais.

Foi imediatamente desmentido por Mourão, que atribui o anúncio à “precipitação” do ministro, e disse que os recursos de R$ 60 milhões seriam desbloqueados no mesmo dia, o que ocorreu. Salles fez questão de rebater, afirmando que a verba só havia sido liberada depois da nota que soltou. Mas Mourão se mostrou mais influente – ou mais bem informado.

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, divergiu publicamente com o vice-presidente Hamilton Mourão sobre a suspensão de combate ao desmatamento

Com Salles “queimado” entre os investidores internacionais, Mourão tenta se mostrar como alternativa confiável, mas sua estratégia prescinde do diálogo não apenas com as comunidades da Amazônia, mas também com as instituições de pesquisa que há anos contribuem para a formulação de políticas públicas na Amazônia.

Mourão usa como retórica a soberania nacional e o projeto que chama de bioeconomia, mas sem conhecimento científico é difícil conciliar a geração de renda com preservação ambiental.

“A soberania nacional no cenário internacional hoje se mede em quilograma de massa cinzenta ativa, em ‘cerebrodutos’ funcionantes. A China, Rússia, Inglaterra e Alemanha são respeitadas porque tem cientistas de nível A, em grande número, prontos para formar quadros técnicos e soluções de utilidade. Na Amazônia, temos seis cientistas nível A do CNPq. Duas pós-graduações em botânica e duas em geologia. Assim não dá samba”, diz à Pública o cientista Ennio Candotti, ex-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que há mais de 40 anos estuda o bioma amazônico. 

Ele é um crítico das políticas desenvolvidas por militares na Amazônia.

“O número de generais não é relevante para explorar de modo civilizado o patrimônio que a Amazônia representa. Há 50 anos se tenta incentivar empresários e banqueiros a investir em bioeconomia. Vincularam-se na Suframa [Superintendência da Zona Franca de Manaus], desde 1991, cerca de R$ 15 bilhões para P&D [Pesquisa e Desenvolvimento] das empresas com resultados visíveis zero!”, afirma, citando como exemplo do fracasso o Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), que, segundo ele, “há 20 anos tenta existir”. A entidade, conforme o cientista, nunca conseguiu sequer nomear conselho técnico deliberativo, previsto na criação.

Segundo Candotti, diretor do Museu da Amazônia (Musa), hoje se conhece menos de um décimo das plantas amazônicas. “Só conservamos ou exploramos, com possível sustentabilidade, o que conhecemos. Insisto em um ponto. A floresta amazônica tem centenas de milhões de anos de história natural. Fungos, polens plantas, peixes, insetos desenvolveram estratégias de sobrevivência que deveriam merecer mais atenção para desenhar estratégias de desenvolvimento sustentável. A floresta cresce exuberante em solos pobres. O caso da bergenina, extraída da casca do uxi-amarelo [comercializada no mercado a R$ 1 mil o miligrama], é emblemático do que a floresta esconde.”

Ele diz que cientistas quatro estrelas que passaram pela região não foram ouvidos. “A Rússia e a Alemanha se reergueram como? Tinham quadros científicos e técnicos”, afirma, chamando atenção para a necessidade de formar quadros científicos. “Jovens que poderão se dedicar à indústria pesquisa aplicada, à pesquisa básica e ensino devem ser bem formados. E isso é o mais difícil. Há muito pouca gente de talento e boa formação e consciência social na Amazônia. Os melhores vão embora para o Centro-Sul”, lamenta.

Candotti não acredita que haja diferenças entre Mourão e Bolsonaro na política para a Amazônia, que, segundo ele, é semelhante aos tempos da Transamazônica, sob comando dos generais da ditadura, responsáveis, segundo frisa, pela mineração sem escrúpulos e sem controle. Nem na prioridade estabelecida por Mourão, de regularizar as cerca de 700 mil posses irregulares, ele acredita. “O Mangabeira [ex-ministro de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger] tentou. Porque não conseguiu? O território não coincide com o perímetro dos lotes de terra na Amazônia”, observa, sugerindo que se faça uma cartografia social da região.

Candotti destaca que planejar o desenvolvimento da Amazônia como há 50 anos é hoje insustentável. “Dois bois por hectare é a marca do desenvolvimento”, diz.

De olho na Presidência

Eleito vice pelo inexpressivo PRTB, nos bastidores Mourão trabalha pelo fortalecimento do partido, para o qual já migraram, conforme cálculos da legenda à Pública, um contingente estimado em cerca de mil militares, entre eles generais da reserva que já estiveram no PSL e outros oficiais que gravitavam entre outras legendas nanicas de direita. Um deles é o general mineiro Marco Felício, que disputou sem sucesso um cargo de deputado em 2018.

O general Paulo Chagas, que foi candidato ao governo de Brasília em 2018 pelo PRT, acha que Mourão deu musculatura ao PRTB ao tirar do partido a influência do ex-senador Luiz Estevão, que cumpriu pena na penitenciária da Papuda, em Brasília, pelos desvios nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em São Paulo. O partido sempre foi comandado pelo polêmico Levy Fidelix, mas quem de fato financiava e dominava a legenda, segundo o general, era Estevão. “O Levy era o testa de ferro. Por isso, eu não entraria na legenda”, diz Chagas, que considera acertada a estratégia de Mourão na Amazônia.

“Mourão conhece a Amazônia e tem um diagnóstico do que deve ser feito. Dentro das contradições desse governo, com Bolsonaro e o ministro Salles agindo numa outra linha, Mourão tem condições de equacionar as demandas amazônicas.

Tem conhecimento e experiência. Os partidos de centro-direita, qualquer deles, estão de olho nele. Com ou sem impeachment [de Bolsonaro], ele se construiu como uma opção política”, diz o general Chagas.

Ao personalizar o CNAL, tornando-o seu QG, para onde levou perto de 30 militares, entre eles oficiais de sua confiança não afinados com Bolsonaro – um deles é o general Eugênio Pacelli, seu chefe de comunicação e ex-diretor de controle de armas do Exército, atritado com o presidente por contrariar as pretensões do Palácio do Planalto na flexibilização das normas sobre uso de armas –, Mourão criou um território próprio no governo.

“Mourão tem a temperança que falta a Bolsonaro. Está preparado para qualquer cenário daqui até 2022. É uma opção para as eleições de 2022”, diz Chagas.

O cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Brasília (UnB), avalia que Mourão encarna militarismo como força política, mas estava “encostado” no papel decorativo que sempre coube aos vices. Com o CNAL sob seu controle, segundo Barreto, Mourão mudou a correlação de forças dentro do governo e passou a enxergar horizonte, a depender, é claro, dos resultados da gestão no CNAL.

“Ele terá de se mostrar para o capital, mas, se quiser alçar voo próprio, terá de provocar um racha no governo mais adiante”, diz Barreto. Procurado pela Pública, Mourão não quis dar entrevista.

Mas o que é isso? Existe uma guerra cruenta entre bolsonaristas?

Olha só o nível do incêndio no cabaré:

Mas não pense que são apenas duas frentes. Tem ainda os ataques ao vice-presidente, Hamilton Mourão. O portal Terça Livre, principal porta-voz das ideias malévolas do Governo, agora de um lugar incerto e não sabido – dizem que no México – critica Mourão sobre o caso do 5G:

 

Mourão, do Jaburu, olha com olhos lânguidos para o Planalto.

Ao propor o “fim da polarização entre os extremos”, o vice-Hamilton Mourão piscou para as elites nacionais, que estão constrangidas com o governo Bolsonaro, mas sonham com um Brasil sem Lula e sem PT, diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247.

entrevista desta segunda-feira do vice-presidente Hamilton Mourão para a CNN foi o movimento mais explícito de sua “campanha presidencial”. Ao criticar o ambiente nacional de “instabilidade emocional coletiva”, sugerir “afastar os extremos” e “reunir o centro” ele piscou claramente para as elites nacionais, que estão constrangidas com o governo extremista de Jair Bolsonaro, com seus escândalos e suas rachadinhas, mas ainda sonham com um Brasil sem Lula e sem Partido dos Trabalhadores.

Desde a prisão de Fabrício Queiroz e do caso Frederick Wassef, advogado/lobista que o escondia em sua casa em Atibaia (SP), os militares têm evitado qualquer gesto de rompimento público com Jair Bolsonaro, mas também foram comedidos em suas manifestações de apoio. Não conspiram abertamente, mas sabem que o bolsonarismo sofreu um duro revés e talvez tenha sido ferido de morte.

Neste clima de fim de festa, com um Brasil mergulhado em crise econômica e sanitária, todos sabem que mais dois anos e meio de desgoverno seriam desastrosos para o país. É por isso que tanto se fala em saídas como impeachment, cassação da chapa na TSE, hipótese que Mourão evidentemente rechaça, e até mesmo renúncia.

Fragilizado por suas evidentes ligações com as milícias, Bolsonaro já não tem mais força para um autogolpe, o que também foi explicitado por Mourão na entrevista à CNN, de forma diplomática. “Em primeiro lugar, o presidente não tem o anseio mínimo de fazer uma ruptura institucional no nosso país, porque as instituições estão bem. O que há, no nosso país, é uma instabilidade emocional. As pessoas estão muito desacerbadas nas suas ideias, nas suas discussões. As Forças Armadas estão afastadas de qualquer ação dessa natureza, mas tenho que deixar claro que o presidente não tem essa visão em momento nenhum”, afirmou.

Sobre sua “plataforma de governo”, Mourão fez questão de retratá-la como o projeto central da burguesia nacional.

“Meu anseio é que a gente consiga afastar os extremos dessa polarização, tanto a direita mais extremada quanto o pessoal da esquerda mais extremada, e conseguir reunir o centro, que é a grande massa, daqueles que conseguem sentar em uma mesa e, mesmo tendo ideias discordantes, conseguem chegar a um senso comum. Acho que, se a gente conseguir fazer isso daqui pra frente, nós teremos muito sucesso”, disse ele.

Na entrevista, Mourão negou existir qualquer pensamento sobre assumir a Presidência da República.

“Nem passa pela minha cabeça. O nosso presidente se chama Jair Messias Bolsonaro. Seu primeiro governo vai até 2022 e se assim o povo brasileiro quiser, ele pode continuar até 2026”, disse ele. É óbvio, no entanto, que ele não poderia ter dito nada diferente disso. O essencial de sua fala foi a proposta de “afastar os extremos” e não há ninguém mais extremista no Brasil do que o próprio Bolsonaro.

Nota de Bolsonaro e Mourão pode ter tido efeito contrário entre oficiais das três forças armadas.

O jornal Folha de São Paulo analisa, em matéria de Igor Gielow, publicada no sábado, que as reações de altos oficiais das três forças armadas pode não ser exatamente aquilo que o presidente da República, Jair Bolsonaro, esperava.

Existe uma reação silente e discreta, não só à figura do Presidente, como do Ministro da Defesa, que assinaram uma nota ameaçadora sobre “ordens absurdas”, “intervenção das forças armadas” e fechamento de instituições dos outros dois poderes da Nação, Legislativo e Judiciário.

Enquanto isso, 45 pedidos de impeachment do Presidente dormem em berço esplêndido nas gavetas do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Mais.

***FOTO DE ARQUIVO*** BRASILIA, DF, BRASIL, 15-05-2020, 08h00: O presidente Jair Bolsonaro fala com apoiadores e imprensa ao sair do Palácio da Alvorada na manhã de hoje. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

 A nota em que o presidente Jair Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e o ministro Fernando Azevedo (Defesa) dizem que as Forças Armadas não cumprirão “ordens absurdas” foi reprovada por setores da cúpula militar e pelo seu alvo, os ministros do Supremo Tribunal Federal.

O texto foi elaborado na noite de sexta (12), após o ministro Luiz Fux conceder uma decisão provisória delimitando a interpretação do artigo 142 da Constituição, que regula o emprego dos militares.

Na liminar, Fux respondia a um questionamento do PDT acerca da interpretação corrente no bolsonarismo de que o artigo permitiria às Forças Armadas intervir caso um Poder tentasse tolher o outro.

A visão vem sendo ventilada pelo presidente, pelo vice e outros membros do governo. A nota de sexta dizia também que as Forças não tolerariam “julgamentos políticos”, uma referência nem tão velada à ação de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão que corre no Tribunal Superior Eleitoral.

A reportagem conversou com oficiais-generais da ativa dos três ramos armados. Enquanto muitos consideram que o Judiciário tem exagerado em suas decisões, e todos ressaltem que os signatários da nota são seus superiores hierárquicos, o tom foi reprovado.

Para um almirante, a nota coloca as Forças Armadas como um poder moderador acima da lei. Ele disse que é óbvio que os militares têm de responder a decisões e que, se não concordarem, sempre caberá recurso dentro da Constituição.

Em grupos de WhatsApp de oficiais, a crítica mais comum era a de que as Forças foram colocadas como uma extensão do bolsonarismo militante, que tem no confronto com Poderes uma de suas características.

Já havia grande irritação pela entrevista que o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) havia concedido à revista Veja, no qual ele falou em tom ameaçador contra a oposição ao mesmo tempo em que se apresentava como representante das Forças.

Ramos, já no centro de insatisfações quando foi cogitado por Bolsonaro para substituir o comandante Edson Pujol, ao mesmo tempo cedeu a pressões e decidiu passar à reserva -irá deixar o interino da Saúde, Eduardo Pazuello, como último general da ativa com cargo de primeiro escalão.

A nota coroou uma semana de ruídos entre a ativa e o governo Bolsonaro. A tentativa de maquiagem de dados da Covid-19 na Saúde, a frustrada portaria para dar direito ao uso de aviões ao Exército e a revelação de negócio entre a Força e uma empresa americana de armas favorecida pelo filho presidencial Eduardo Bolsonaro não foram bem digeridos.

Ante todo esse clima, com efeito, Mourão concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na manhã deste sábado (13) e tentou modular a nota, dizendo que não há indisciplina possível entre os fardados da ativa.

Há relatos divergentes acerca de uma consulta do Planalto aos comandantes de Forças sobre o tom da nota. A reportagem questionou o general Azevedo sobre isso, mas ainda não obteve resposta.

Já entre ministros do Supremo, o tom variou de desânimo a irritação.

O desapontamento veio do fato de que o Planalto havia dado sinais de uma tentativa de normalização na relação com a corte, que está em processo de votação que deverá manter vivo o inquérito das fake news -que atinge o coração do bolsonarismo.

A principal sinalização foi dada acerca do ministro Abraham Weintraub (Educação), que na reunião ministerial de 22 de abril disse que queria ver os integrantes do Supremo, a quem chamou de vagabundos, na cadeia.

Nas últimas semanas, emissários fizeram chegar a ministros da corte que o Planalto estaria disposto a rifar Weintraub como punição pela fala. Em vez disso, o ministro envolveu-se em nova polêmica, com a rejeitada medida provisória que previa nomeação de reitores de universidades federais nesta semana.

A esse empoderamento somou-se a nota de sexta. A liminar de Fux havia sido alvo de contestações interna por parte de alguns ministros, que viram nela um certo truísmo ao reafirmar o que já está na Constituição e pela vacuidade do objeto: é uma decisão retórica, na prática.

Mas há simbolismos inescapáveis, e aí entra a contrariedade geral. Fux será o próximo presidente da corte, a tomar posse em setembro, e em momentos de crise entre Poderes os 11 integrantes do Supremo costumam agir em bloco.

Assim, o ataque direto a Fux se tornou, por extensão, mais uma afronta à corte por parte de Bolsonaro, que já participa de modo contumaz de atos pedindo o fechamento do órgão máximo do Judiciário e do Congresso.

A assinatura conjunta com Mourão foi vista como um recibo de ambos pelo fato de serem objeto da ação no TSE. Já a presença de Azevedo reforçou um sentimento que vem se consolidando na classe política: Bolsonaro tem usado as Forças Armadas como escudo por extrema fragilidade.

Assim, a banalização das ameaças, que assustam muitos devido ao passado intervencionista das Forças, tem sido vista pelo decrescente valor de face. Preocupa mais o Supremo a eventual perda de controle nas ruas, estimulada por Bolsonaro.

Chocou especialmente a sugestão do presidente para que hospitais sejam invadidos para provar a hipótese de que governadores estão inflando politicamente números da Covid-19.

Situações de violência implicam o uso das polícias militares, consideradas muito próximas do espírito bolsonarista. O motim da PM do Ceará no começo do ano, apoiado veladamente pelo governo, é um exemplo sempre lembrado.

Seja como for, no Distrito Federal a polícia acabou com o acampamento do 300 do Brasil neste sábado sem incidentes. O grupo pró-Bolsonaro prega violência e fechamento de Poderes, e não houve a temida adesão de policiais a ele.

As consultas que começaram na noite de sexta prosseguem neste sábado no mundo político, dado que Bolsonaro conseguiu elevar ainda mais o patamar de suas provocações institucionais, mas por ora o clima é mais de observação de cenário do que de reações exacerbadas.

Mourão: se Eduardo se chamasse Bananinha não causaria comoção.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse ontem que, ao afrontar a China, Eduardo Bolsonaro, se chamado Eduardo Bananinha, não causaria comoção nenhuma. O problema é que o Bananinha é filho do Presidente da República e o tweet mal educado contra os chineses respingou na instituição.

“Ele não representa o Governo”, minimizou Mourão.

Hoje, manifestações de gente ligada ao Agronegócio lamentou a agressão gratuita à China, nosso principal parceiro comercial. Se Bolsonaro perder o apoio da poderosa bancada do Agronegócio na Câmara e no Senado, seu mandato não vale um tostão.

O descolamento de Mourão da imagem de Bolsonaro é sintomático.

Mourão em relação ao Governo Bolsonaro: “Eu trabalharia com pessoas diferentes.”

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou neste domingo (7) que, se estivesse no lugar de Jair Bolsonaro, teria escolhido outras pessoas para trabalhar com ele no comando do governo.

Durante encerramento da Brazil Conference, nos EUA, o vice fez um balanço dos cem primeiros dias do governo Bolsonaro –completos na quarta-feira (10)– e foi questionado sobre o que faria diferente caso fosse o presidente.

Em um primeiro momento, Mourão disse que agradecia a pergunta, mas que sua parceria com Bolsonaro era total. “Quando ele toma uma decisão, eu acato.”

Questionado mais uma vez sobre possíveis mudanças na condução do país até aqui, o vice então respondeu: “Talvez pela minha personalidade, eu escolhesse outras pessoas para trabalhar comigo”.

Para Mourão, a grande participação de militares no governo Bolsonaro cria um risco de associação caso o governo falhe.

Se nosso governo falhar, errar demais, não entregar o que está prometendo, essa conta irá para as Forças Armadas, daí a nossa extrema preocupação.”

O vice respondia à pergunta da plateia –formada por estudantes, professores e pesquisadores– sobre o papel dos militares no Planalto e a percepção do presidente Ernesto Geisel (1974-1979) de que governar não era tarefa das Forças –Geisel iniciou a transição do regime militar para o civil.

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O vice-presidente “muy amigo”

O Vice´Presidente, “muy amigo” na visão de Don Gardelon, personagem imortal de Jô Soares.

O Poder 360 colecionou respostas e afirmações do vice-presidente Hamilton Mourão, segundo os mais argutos, “a bola natural da vez” quando o  Governo de Bolsonaro começar a sua total desintegração, que acreditamos começou no dia da posse:

E essa questão do golden shower?
Daqui a pouco ninguém vai lembrar. É o estilo dele.

E a influência dos filhos no governo?
Temos que entender. É a 1ª vez que um presidente tem filhos com mandato. Com o tempo tudo se ajusta.

Veja a íntegra da “entrevista” clicando aqui.

Mourão quer explicações sobre laranjal do PSL

Mourão: quem vai explicar a citricultura do PSL? O próprio PSL.

Filiado ao PRTB, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou que o PSL deve explicações sobre o uso de laranjas em campanhas eleitorais.

Ele disse, literalmente: “O partido que se explique”.

Ao deixar o Palácio do Planalto na noite desta terça-feira (12), Mourão disse não saber se Bolsonaro pediu explicações ao PSL sobre as suspeitas.

O Ministério Público de Minas Gerais vai investigar o caso de Marcelo Álvaro Antônio (PSL), ministro do turismo envolvido com quatro candidatas laranja no estado.

Se continuar assim o nível da citricultura, o PSL não mudará a sigla, mas o significado dela: Partido do Suco de Laranja. Para que não reste dúvida sobre a honorabilidade dos seus membros.

Olha o que a Folha publicou sobre o desvio de verbas eleitorais do PSL para uma gráfica de São Paulo que não tem máquinas:

Mourão diz em entrevista que Chico Mendes faz parte da história do Brasil

Ministro do meio ambiente em entrevista no Roda Viva. — Foto: Reprodução/TV Cultura, reproduzida no G1.

Tomou, “Ministrário” do Meio Ambiente? Agora você já sabe que diferença faz Chico Mendes?

Foi dizer bobagens no programa Roda Viva da TV Cultura-SP e foi literalmente desautorizado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.

O Ministrário chegou ao Ministério do Meio Ambiente com uma cauda invejada de malfeitos, como liberar atividade mineradora nas várzeas do rio Tietê. Foi até condenado por isso em primeira instância.

E teve a audácia de minimizar a atuação do grande sertanista e líder comunitário, Chico Mendes, assassinado no cumprimento de sua missão de salvar seringais do Acre, durante o programa Roda Viva.

“Olha, eu não conheço Chico Mendes. Eu tenho um certo cuidado em falar sobre coisas que eu não conheço”. Ao reconhecer a própria ignorância em torno da figura de uma das principais lideranças do movimento ambientalista brasileiro, o ministro poderia encerrar a resposta aí.

E seguiu, segundo o G1, falando:

Eu escuto histórias de todo lado. Dos ambientalistas mais ligados à esquerda, o enaltecimento de Chico Mendes. As pessoas que são do agro, que são da região, dizem que Chico Mendes não era isso que é contado…

Bolsonaro nomeou Ricardo Salles como “facilitador” de projetos ambientais, não para cumprir a lei. A liberação de agronegócio e mineradoras em áreas de floresta amazônica estariam entre seus principais objetivos.

Já o general Hamilton Mourão continua preparando a sua escalada no poder para substituir o bando de doidos nomeados por Bolsonaro. Mostrando-se conciliador em temas polêmicos, concedendo entrevistas a jornais estrangeiros com fluência no Inglês e no Espanhol, Mourão coloca-se a anos luz de Bolsonaro e de seus kids ensandecidos.

O Gato subiu no telhado. Mourão calça os coturnos.

O vice-presidente Hamilton Mourão (Antonio Milena/VEJA)

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quinta-feira, 7, à Veja, que é preciso aguardar os dados concretos em relação à saúde do presidente Jair Bolsonaro, que apresentou um quadro de febre e pneumonia.

“Vamos aguardar o que é esta questão da pneumonia. O dado que temos aí ainda é incipiente e é normal de acontecer quando a pessoa fica muito tempo deitada. Ambiente de hospital tem esses problemas. Vamos aguardar”, afirmou Mourão, ao explicar que não falou com o presidente porque “ele não está falando”.

O vice disse ainda que “mais tarde”, vai tentar esclarecer melhor a situação, conversando com os familiares de Bolsonaro.

Se o Jair nem está falando, quem está governando? O Ônus Lorenzetti? O Guedes Ipiranga? O Carluxo?

Um comentário de um leitor nas redes sociais relembrou: ele oferecia capim aos nordestinos. Agora não dá conta nem de comer um alface. Desejou um câncer para Dilma e ela está linda, gorda e lisa.

Livrai-nos do mal, nossa Senhora da Abadia.

E se a cadeira for confortável?

Na madrugada de segunda (21), Bolsonaro deixa espaço aéreo do País e Hamilton Mourão (PRTB) será o presidente em exercício. Imagem: Marcos Corrêa/PR.

O presidente Bolsonaro deve saber: o gauchão de Porto Alegre não é de repontar com taquarinha. E se ele mandar o Capitão juntar os casquinhos, dar meia volta, com a devida permissão para se retirar?

Isso pode não acontecer agora, mas vai acontecer num futuro não muito remoto, com apoio do Forte Apache, STF e Congresso Nacional. Escrevam aí o que este velho escriba está dizendo.